sexta-feira, dezembro 08, 2017

Carta ao Pai Natal

Querido Pai Natal, 
Não sei como começar esta carta. Talvez por ainda não ter caído em mim e já estamos novamente em Dezembro. 
É nesta altura do ano que gosto de parar o tempo e ficar a contemplar a chuva. Ali, ao som das gotas fartas, sento-me à luz dos piscas-piscas natalícios e revejo o ano que está prestes a terminar. É neste momento que choro decepções, que lamento sonhos que não se concretizaram e amores que se perderam, mesmo antes de chegarem à idade adulta. 

Este foi o ano de agir. Um ano em que não tive tempo de pensar nos passos que se seguiam, de ponderar, analisar e decidir. Este ano não tive decisões difíceis a tomar mas, nem assim, foi um ano calmo: tão depressa achei que tinha chegado à minha planície, como no dia seguinte me via nos picos da alegria e, semanas depois, na incerteza novamente. 

Foi um ano de loucos, Pai Natal. Não te chateies, não estou a queixar-me; estou apenas a reconhecer que elevaste muito a fasquia. Pediste-me destreza, rigor, foco, atenção. Exigiste-me fé, coragem e resiliência. Assim fiz; foi o ano em que dei mais aos outros do que a mim própria; em que me esforcei mais e me preocupei em manter os níveis de motivação bem acima do normal. 

Este foi O ano, tenho noção disso, Pai Natal. Foi o ano que me deste as oportunidades que poderias dar a alguém como eu que pôde contar apenas com a sorte. E vejo o quão sortuda fui, o quão generosa a vida foi comigo. E todos os dias agradeço por isso, mesmo que não o demonstre. 

Não foi o ano perfeito nem esteve perto de ser. A partida de alguém é sempre uma perda irreparável. Mas não falemos mais disso. Concentremo-nos nos ventos que sopraram a meu favor. Talvez tenha sido apenas eu que não tenha visto o quanto a vida me estava a presentear.
Este ano falo contigo de coração cheio e de projectos na mão. Falo-te de lágrimas nos olhos, de alma leve e de consciência tranquila. Falo-te ao ouvido e deito a cabeça no teu ombro para descansar um pouco neste teu aconchego com cheiro natalício e melodias características desta época. 
Este ano tenho mais a agradecer do que a pedir. E mesmo sabendo que, de um momento para o outro, corro o risco de cair da nuvem que me ofereceste, eu quero continuar a desfrutar destes doces momentos e a lutar, com todas as armas de que disponho, para manter os meus sonhos em movimento.

Pai Natal, este ano olho-te nos olho e apelo ao teu coração generoso para te pedir, com toda a humildade que me é característica, que me concedas a única coisa que mais quero: saúde. Saúde física para que o corpo me permita percorrer o mundo e estabilidade para que eu seja capaz de viver, efetivamente, aquilo que me faz feliz.  

Obrigada, Pai Natal. Muito obrigada. 







sexta-feira, novembro 17, 2017

Heróis prematuros - Lição do Dudu

Já vos falei do Dudu? Um menino que pesava 700 gramas quando nasceu? Um menino que me acordou, aos gritos, quando eu estava numa cama de hospital? Um menino que correu, gritou e foi buscar o médico porque a "Nina tinha dói dói"?
Já vos disse que ele tentou ensinar-me uma das maiores lições da minha vida?
O Dudu correu, abriu portas e só sossegou quando o médico veio ao pé de mim juntamente com a sua mãe. 
Eu estava bem, estavam apenas a administrar-me soro. Mas o Dudu não sabia. 
O Dudu nasceu prematuro, foi submetido a inúmeras cirurgias e, com 2 anos, estava ali, a sorrir, a correr, a gritar a AMAR a vida.

Chorei muito ao saber deste início de vida tão inconstante, onde a incerteza e angústia marcam presença assídua. Mas ele não chorava; ele ria, corria, abraçava-me e vivia.
A mãe do Dudu percebeu a minha perplexidade e contou-me os primeiros anos de vida do Dudu. Falou-me com uma ternura característica de uma mãe que já trata a vida por tu: "aprendemos a deixar o nosso filho no hospital sem saber se voltamos a vê-lo vivo. Sem saber se no dia seguinte ele estará a recuperar. Deixamo-lo sem poder abraçá-lo. Aprendemos a viver aquele momento presente como o mais valioso de uma vida inteira. Aprendemos a viver um dia de cada vez..."

Aprendi com o Dudu, e com a sua magnífica mamã, que os heróis não vestem uma capa nem lutam com espadas. Os maiores heróis vão à batalha mesmo sem armadura e lutam tanto pela vida que nós, adultos, nem conseguimos entender. Temos tanto a aprender convisco, pequenos-grandes-heróis! Tanto! 
Nunca mais esquecerei o Dudu e tantos outros guerreiros que chegam a este mundo antes do que suposto mas mesmo assim não abdicam do seu lugar. Não abdicam nem por um segundo de espalhar amor. 
Obrigada bebés prematuros! Obrigada pais, mães, familiares e amigos: obrigada por não desistirem de lutar. 
Acredito que o amor vence. Sempre. Ensinou-me o Dudu, um bebé que nasceu com menos peso do que um pacote de arroz. 

sexta-feira, novembro 03, 2017

A uma médica muito Especial

Não sei se há pessoas que nascem para serem médicas mas sei que a Dra Sara Ramalho não podia ter escolhido uma profissão mais acertada. 
Este brilhante ser humano foi a médica que operou, tratou e acompanhou o meu pai durante a maior batalha da vida dele: o cancro.
Há dois anos, a Dra Sara já nos tinha conquistado. Estava eu sentada na sala de Cuidados Intermédios, de olhos fixos no telemóvel a pedir a todos os anjinhos para não chorar ali, à frente do meu pai, quando a vi. Levantei a cabeça e paralisei: num Sábado, ela estava naquela sala para visitar o meu pai. Sempre com a mesma serenidade, com o sorriso mais especial do mundo e com uma confiança inabalável. Curiosamente ainda minutos antes as palavras dela ecoavam em loop na minha cabeça: "o tumor é tratável, está localizado, acredito que o seu pai vai ficar bem. A cirurgia correu bem, isto é normal, ... " Ela foi a minha força, a minha esperança. Sempre, em todas as etapas. Mesmo quando as minhas amigdalites atrapalhavam e os meus medos falavam muito alto.

Ela não sabe mas eu confesso que foi nela que me inspirei para ajudar o meu pai. Ela também não sabe que eu consegui explicar ao meu pai, sem verter uma única lágrima, que ele ia ser operado a um tumor na laringe. No entanto, passei uma semana a evitá-lo, a ganhar coragem para dizer-lhe calmamente que ela ia para longe mas confesso que esta missão falhou redondamente: chorei quando soube da notícia e chorei quando contei ao meu pai.

Ainda hoje as lágrimas rolam pela minha face quando me lembro que ela foi salvar e iluminar outras vidas, um pouco mais longe. E apesar de desejar que ela se sinta feliz e realizada onde está, há um pedacinho do meu coração que anseia que ela sinta tantas, tantas saudades do Norte e volte. Nem que fosse para que eu pudesse vê-la, dar-lhe um abraço e desejar-lhe, olhos nos olhos, toda a felicidade do mundo. E acreditem, desejar-lhe isto ainda é pouco, muito pouco. Ela merece todo o amor, saúde e felicidade que um ser humano é capaz de receber. Merece tudo, tudo, tudo de bom pelo excelente ser humano que é.

"Há pessoas que ficam na história da história da gente", já dizia a Mariza. E a Dra Sara ficará para sempre na nossa como a pessoa mais maravilhosa que tivemos oportunidade de conhecer.
(Pronto, passem-me os lenços que já cá vai um rio).  

terça-feira, outubro 10, 2017

Um Brinde aos Que Dão Murros na Mesa!

Hoje comemora-se o dia Mundial da Saúde Mental e eu não podia deixar de lançar o pânico por aqui. 
Muito tenho reflectido sobre o que é ser mentalmente saudável.
Não gosto de falar sobre este assunto com quem o encara de ânimo leve, com quem o menospreza como se de um corte de cabelo se tratasse. Não gosto de pessoas que acham que sabem tudo e que conseguem perceber o que alguém está a passar, graças à pseudo-visão-raio-X (aparentemente) poderosíssima que possuem. 

Gosto menos ainda daqueles que tentam desmoralizar ou desmotivar quem tem/teve a coragem de fazer um check up e tratar da sua saúde mental. Porque é destas pessoas que eu mais gosto e as que mais admiro: pessoas corajosas que gritam, que vão ao fundo do abismo buscar os medos, os problemas, as angústias. Que os vomitam para cima da secretária e os olham nos olhos. Idolatro pessoas que vão lá ao fundo desse músculo chamado coração e trazem cá para fora as emoções, que têm a coragem de as desenvencilhar como se de fios de lã emaranhados se tratassem. 

Cuidarmos de nós é um assunto mais sério do que possamos pensar. E quando a doença reside em algo que não é fisicamente visível, o estigma fala, quase sempre, mais alto. Demasiado alto. Se estivermos rodeados de pessoas que não entendam estas doenças, então aí é que está o caldo entornado. Uma pessoa emocionalmente instável não consegue distinguir um excelente de um péssimo amigo; está mais susceptível a tudo o que ouve. Um coração com emoções emaranhadas é um coração ao sabor do vento que os outros sopram: não sabe que direcção tomar, não consegue decidir, não consegue sonhar.

É aqui que entra a coragem; umas vezes forçada por uma ida às urgências; outras vezes vinda de uma voz determinada em ajudar. 

E o que é a vida de uma pessoa emocionalmente saudável? Não sou perita na matéria, não estudei este tema tão sensível na universidade mas sei que ser saudável não passa por ter a vida perfeita. Não passa por ter apenas momentos felizes, prendas caras, corpos esculturais. Não é uma vida regada apenas com vinhos caros, não é preenchida com o trabalho ideal nem com a família mais acolhedora e amorosa do mundo. Pode ter muitos ou quase todos estes aspectos mas não é só isto. A vida de uma pessoa mentalmente sã também tem dias maus, verdadeiramente maus. Tem problemas. Tem discussões, tem choro, baba e ranho. Tem confrontos de consciência. Tem gritos e tem, muitas vezes, reflexões difíceis. 
Tem tudo isto e tantas outras coisas más como qualquer outra vida. Mas tem também a esperança, a força, a resiliência, a certeza de que o dia seguinte pode ser mais soalheiro. Ainda que esse dia demore meses.

A vida de uma pessoa mentalmente sã também possui apertos e é nesses momentos que se mede o valor do que se é, e da importância que se dá ao que se possui: ou nos deixamos levar pela corrente e desaguamos num mar de desespero; ou escolhemos agarrar-nos aos amigos, essas pedras que nos vão ancorando; agarramo-nos às margens, essa família que nos puxa quando queremos cair; ou nos agarramos ao bote que o navio nos atira, tantas vezes disfarçado de amor de uma vida inteira. Pode-se acreditar que a escolha não é nossa mas asseguro que nunca será de outra pessoa. 

O estigma manda-nos calar a dor, o sofrimento, a revolta porque chorar é uma vergonha e porque pessoas saudáveis não vão ao chão. Mas pessoas sãs não vivem de estigmas; vivem de verdades. E a maior de todas é que a vida é só uma, é curta, é frágil mas é nossa. É o que temos. Somos nós que decidimos o que fazer dela, mesmo quando tudo parece ir contra o que sonhamos. Somos nós que podemos dar o murro na mesa; por muito que gostemos dos outros e que esse outros gostem de nós.

Dar a mão a quem possui competência técnica para ajudar, ou ficarmos à margem de nós próprios é a decisão mais difícil. A partir daí, o rio flui com mais facilidade. Com ervas daninhas, com remoinhos, com jacarés armados em golfinhos. No entanto, passamos a saber lidar com tudo isso de forma mais saudável e feliz.  

sexta-feira, setembro 29, 2017

A todos nós: solteiros de coração sereno e feliz


Tenho 32 anos e sou solteira. Por opção ou falta de opção, isso é irrelevante. O certo é que em nenhum momento senti desconforto em admiti-lo ou tive medo de passar a minha vida sozinha. Por outro lado, já me envergonha admitir que as poucas pessoas que deixei entrar na minha vida, foram dois valentes tiros no pé.
Não sei se sou solteira pela falta de tempo para conhecer novas pessoas ou se pelo meu feitio “tacanho” de não deixar nenhum homem aproximar-se sem achar que quer apenas tratar-me como uma boneca. Não sei se sou eu que bloqueio todo e qualquer contacto com desconhecidos devido ao passado: confiar nas pessoas erradas trouxe-me uma descrença na minha capacidade de avaliar o carácter de quem se aproxima. De tanto pôr as mãos no fogo, acabei por me queimar e as cicatrizes relembram-me frequentemente de uma dor quase mortal.

Não sei se sou solteira porque não me habituo à era moderna: não tenho tinder, happen, nem aplicações desse género. Mas não tenho nada contra! Raramente, muito raramente, falo no chat com pessoas que não conheça pessoalmente e com quem não tenha algum tipo de relação (amizade, laboral ou apenas um conhecido). Na verdade, não gosto de mensagens de chat, sempre preferi o convívio numa mesa de café ou ter os amigos reunidos em casa, sentados no sofá.
Não sei se sou solteira porque os meus objetivos não passam por constituir família e ter filhos. Nunca o foram. Duvido que algum dia venham a ser.
Mas sei que sou solteira porque ainda não encontrei alguém que me aceitasse como eu sou e que tivesse coragem para se adaptar aos meus defeitos e dar-me tempo para que eu me adaptasse aos dele. Sou solteira porque me recuso a entrar em relações só para não estar sozinha. Na verdade, gosto muito da minha própria companhia e, independentemente do que o futuro me trouxer, necessito dos meus momentos solitários.
Sou solteira porque decidi resolver os meus problemas antes de trazer alguém para a minha vida. Continuo solteira porque não preciso de ninguém para substituir uma lâmpada, para mudar de cortinas ou para mostrar às pessoas que alguém “me pega”. As pessoas são para ser valorizadas enquanto pessoas e não como bonecos de vitrine para alimentar aparências.


Se acredito no amor? Sempre! Vejo-o em casais que conheço e com quem tenho muita sorte de conviver. E sei dizer-vos que sim, o amor existe. E que é maravilhoso ver as pessoas de quem mais gosto abençoadas com este sentimento.
Se vou ter a sorte de viver um amor que valha a pena? Não sei, ninguém sabe. Só o tempo dirá. Se gostava? Houve tempos em que disse que não. Hoje digo que sim, que já limpei do coração as ervas daninhas que podiam arruinar qualquer futuro.
E se não encontrar ninguém que me ame? Não faz mal, não morrerei por causa disso. Tenho outros tipos de amor, que embora não substituam esse amor-amor, são igualmente maravilhosos. E, esses sim, são essenciais à minha vida.
Se vou continuar a acreditar que mais vale sozinha do que “mal-acompanhada”? Sim, sempre! Estar sozinha não me assusta, a opinião dos outros não me interessa, os comentários tantas vezes maldosos que ouvimos, já não me afetam.
Não acho que haja falta de amor; acho que há pessoas que não estão dispostas a amar. A admitir o amor. A viver o amor na sua plenitude. A entregar-se sem reservas. A persistir. A trabalhar a compreensão, a tolerância, o perdão.
Sou solteira porque o amor para mim é mais do que aparência, do que uma palavra ou do que dizer: “já não sou encalhada”.
Sou solteira aos 32 anos mas vou acreditar no amor. Sempre. Às vezes tenho dificuldade em acreditar nas pessoas, mas isso já são outros quinhentos.

Feliz dia a todos nós: solteiros de coração sereno e feliz! 

terça-feira, setembro 26, 2017

E ponto.

Pouco me importa que te foques nas revistas, nas cartas de tarot ou na bola de cristal.
Nem sequer me interessa se te focas no sorriso dos teus filhos, nos abraços que recebes na rua, nos olhares incógnitos que contigo se cruzam.
Não me interessa se preferes o cursor a piscar insistentemente no monitor, se a caneta de cor azul marinho da qual não abdicas.
Não me interessa se vais a pé, de carro, de bicicleta ou de trotinete. Nem mesmo que vás de barco ou avião.
Não me interessa se levas sapatilhas, sapatos de salto ou mini-saia. Nem se vais ter fome, frio ou sono.
A verdade é uma, é simples e é a mais autêntica forma de viver: faz o que te faz feliz! Ponto. 😍🙏💖💫

segunda-feira, setembro 25, 2017

O poder do Sonho

No dia em que guardei a capacidade de sonhar e deitei a chave da gaveta ao lixo, cometi o maior erro da minha vida. Naquela gaveta estava uma parte de mim, do brilho dos meus olhos, da esperança que me preenchia cada milímetro do meu ser.

Às vezes deixamos que as pedras do caminho nos obriguem a tomar decisões destas. Tão erradas! Deixei os sonhos na gaveta durante uns meses e asseguro-vos: foram os piores meses da minha vida!
Não sou pessoa de desistir: arregacei as mangas e "chafurdei" num misto de emoções descontroladas . Procurei o fio de uma meada tão densa, tão entrelaçada que só de me lembrar fico cansada! Mergulhei num mar tão gélido quanto enfurecido. Mergulhei, engoli água. Muita água. Não sabia a sal, sabia a medo, a terror.

A tábua de salvação tinha inscrita a palavra "Sonhos" mas tudo o que eu via era um pesadelo sem fim.
Aos poucos fui procurando a chave; tentar abrir a gaveta com um mar tão agitado não deu certo.
Aos poucos deixei a esperança entrar, de tanto bater à porta, apreciei a sua teimosia. Foi ficando. Com ela vieram os dias mais harmoniosos, as brisas mais refrescantes. Fui andando, vivendo. Quando dei por mim, estava de novo a projectar um futuro, a dar asas à minha alma, a traçar um rumo. Já estava na luta, sempre à minha maneira (da qual muito me orgulho), sem pisar, enganar ou maltratar uma só pessoa que fosse. Sem me dar conta, eu estava ali, com a gaveta escancarada e com o peito aberto. Eu estava a viver. A gaveta, vulgarmente denominada coração, albergava os meus maiores sonhos, os meus guias, aquilo em que só eu sei acreditar.

Podem um dia voltar a roubar-me tudo. Mas eu sei que enquanto eu tiver o coração repleto de sonhos, a felicidade está ao alcance da minha vontade, do meu querer. E enquanto assim for, ninguém me tira a vontade de conquistar​ o mundo! O meu pequeno mas valioso mundo!


Feliz dia do Sonho!

terça-feira, setembro 05, 2017

Acasos bonitos da vida



Pessoas que despertam o melhor que há em nós.

Um brinde aos acasos bonitos da vida! 

quarta-feira, agosto 30, 2017

32 carago!


Tragam os "confetis", os balões, o bolo, os foguetes, estrelas cadentes, unicórnios e o que raio quiserem! 

Comemoro 32 anos e de tudo o que a vida me deu, queria só devolver 10 kg que estão a mais. 

De resto, está tudo tranquilo, mais daquilo a que já habituei os meus: umas lágrimazitas de agradecimento, um olhar envergonhado, uma surpresa aqui, outra ali. É... De facto, continua tudo na mesma: um coração lamechas, uma alma aberta para o mundo, e um sorriso capaz de abarcar todas as alegrias e felicidade por ter por perto os que amo e que tanto quero bem. 

Hoje é dia de festa. Vou ali ser um pouco mais feliz e já volto, sim? 

Se eu gostei dos 30, não fazem ideia do quão especiais são os 32! 


quinta-feira, agosto 17, 2017

Bem-vinda "Luck" (ou Sorte)


Já toda a gente sabe que eu e a Luna somos inseparáveis. O que ainda quase ninguém sabe é que eu decidi adotar outra gatinha.

No dia do Gato preto e a 13 dias de completar mais um aniversário, decidi acolher a "Sorte". Está prestes a chegar e só desejo o mesmo que ansiei quando abracei a Luna: que sejamos muito felizes, saudáveis e que formemos um trio muito divertido. 

Não acredito em coincidências mas sei que o dia do gato preto determinou a entrada da "Luck" na minha vida! 

terça-feira, junho 20, 2017

O que é a Coragem?


Na semana passada perguntaram-me onde se vai buscar coragem para mudar de emprego. Respondi que não sou a pessoa indicada para responder a esta pergunta pois eu não mudei, eu fui “obrigada” a mudar. A minha saúde física e psicológica estava doente há meses. Devia ter coragem de mudar antes. Não o fiz; eu também não sabia onde estava essa coragem que tantos procuram.

A dada altura tive de dar um murro na mesa. Tive de mudar a minha vida e saltar para um poço cujo fundo não se vislumbrava. Preparei-me para abdicar de uma estabilidade financeira que demorou anos a construir. Mentalizei-me que os dias seriam preenchidos a bater portas e a sentir-me a mais inútil das pessoas, a mais chata das amigas e a mais rabugenta namorada. O pessimismo e a incerteza apoderar-se-iam de mim e a ansiedade dispararia. Foi então que olhei para o meu umbigo e percebi que, mesmo estando ainda empregada, eu já estava neste ponto. O meu mundo já tinha ruído há muito tempo e só eu ainda não tinha dado conta da quantidade de degraus que tinha descido e dos buracos que tinha cavado ao continuar num emprego que em nada me dava alento. As idas ao médico eram frequentes: amigdalites, hemorragias, viroses, …

Um dia, prestes a vivenciar uma mudança drástica da empresa, decidi que tinha mesmo de abandonar o barco ou então naufragaria. Não era eu ou o meu profissionalismo que estávamos em causa; era a minha saúde e dela eu não estava mais disposta a abdicar. Pela primeira vez redigi uma carta de rescisão de contrato. Pela primeira vez, eu tinha decidido saltar para o desconhecido e enfrentar as consequências. Chegar a este ponto não é uma questão de coragem; é uma questão de sobrevivência.

Coragem teria sido bater com a porta logo que me apercebi que a mentira, a manipulação e a falta de respeito seriam uma constante. Coragem teria sido denunciar o meu suposto estágio profissional para aperfeiçoar e adquirir mais competência na minha área em vez de servir para substituir a licença de maternidade de alguém e/ou para elaborar tabelas em excel que ninguém queria fazer.

Coragem teria sido olhar mais por mim e pela minha vida. Pela minha saúde. Pela minha estabilidade emocional. Isso sim, seria coragem. No entanto, se houve algo que aprendi com esta etapa da minha vida foi que a luzinha nunca deixa de brilhar; umas vezes perde intensidade, mas nunca se apaga. O talento, o conhecimento, o profissionalismo não se perdem com duas tretas e só depende de nós dar-lhes o destaque merecido. Estudei, trabalhei, pesquisei e observei colegas da área. Fui vendo o que outras empresas faziam, quando e como o executavam, fui estando a par do que o mercado pretendia. Pedi ajuda, atualizei-me, apostei no marketing pessoal. Toda esta busca resultou em quatro dias de desemprego. Ao quinto dia já eu estava a entrar num mundo novo.

Quando olho para trás percebo que a minha carta de rescisão foi, na verdade, a melhor e mais consciente decisão da minha vida pecando apenas pela morosidade. Por isso, quando alguém solicita a minha opinião sobre o que deve, ou não, fazer, eu apenas peço que parem, coloquem os aspetos positivos e negativos na balança. Só perante este exame de consciência é que a decisão deve ser tomada. Cada um de nós, melhor do que qualquer outra pessoa, sabe o caminho a seguir: aquele que nos faz sentir mais felizes, realizados, produtivos, saudáveis e com vontade de conquistar o mundo.


Como nos diz o filme Forrest Gump: “a vida é como uma caixa de chocolates, nunca sabemos o que vamos encontrar”. A coragem é mais ou menos isto: abrir a caixa mesmo sem saber o seu conteúdo. E ter a esperança de que sejam os nossos chocolates preferidos.

segunda-feira, junho 19, 2017

Pelas Pessoas de Pedrogão Grande


Perante um cenário tão cruel hesitei redigir o que quer que seja. Não pelo seu carácter mediático, mas pelo facto de se terem perdido dezenas de vidas humanas, outras tantas estarem feridas e inúmeras sem abrigo. Vidas reduzidas a cinzas. Vidas desfeitas. Pais que ficaram sem filhos, filhos que ficaram sem pais. Amigos que já não vão mais jantar juntos. Famílias que não serão mais as mesmas. Vidas perdidas, vidas estragadas, vidas destruídas. Efeitos deste episódio que serão relembrados e revividos diariamente até ao fim dos seus dias.
Eventualmente chegará o momento em que a revolta dará lugar à saudade e a angústia ao recomeço. Mas até lá há tanto para (re)fazer, tanto para (re)erguer. Por muito que se considere que bens materiais são apenas bens materiais recuperáveis, neste momento é tudo muito difícil de assimilar e impossível de aceitar.
Falamos de pessoas que demorarão muito tempo até conseguirem dormir sem pesadelos, acordar sem angústia e viver sem ver o fogo e o manto negro em cada esquina.
Há tanto para fazer naquela região e com aquelas pessoas. Sei que já muito se fez e muito continuará a ser feito. Somos um povo de coração grande e de atitudes dignas de um nobel. Continuemos, cada um à sua maneira, a dar o nosso contributo: seja com dinheiro, comida, palavras ou abraços.
Sejamos humanos, solidários e abracemos esta causa. Há muitas pessoas a precisar de afetos, de ombros para chorar, de ouvidos que escutem e olhos que chorem com elas. Há uma imensidão de terra queimada e de pessoas com o coração destruído por tanta dor. É só nisto que consigo pensar: na quantidade de esperança que será necessário levar até esta gente tão injustamente fustigada…  
Pedrogão Grande precisa de todos e nós temos tanto a refletir com esta tragédia. Lembremo-nos: a vida é breve, imprevisível e frágil. Os laços de afeto são eternos, fortes e inesquecíveis. 
Sejamos então um coração aberto para estas pessoas a quem a tragédia roubou tanto.

quinta-feira, junho 15, 2017

Parabéns, Pai!

Parabéns, pai. Parabéns pelos seus teus 18 anos! Perdão, pelos teus 81 anos!
Parabéns pelo sorriso, pela força, pela vontade com que abraças os desafios. Pelas lindas lições que nos deste através do teu exemplo, do caminho que foste fazendo nesta viagem alucinante que é a vida. 
Obrigada pela sabedoria de nos atirares ao mar para que nos tornásemos bons marinheiros. Obrigada por teres confiado nos nossos passos, nas nossas decisões e por nos teres dado a liberdade para escolhermos os nossos caminhos. Obrigada pelo carinho, pelo abraço acolhedor e pelo amor, esse grandioso amor, que tanto nos aquece o peito. 
Obrigada por teres agarrado a vida e nos permitires festejar mais um aniversário contigo.
 
Não sei se é possível existir felicidade maior do que ver os que amamos saudáveis mas se há, não preciso dela; para mim basta este laço que temos e vivemos. 

Não são 18; são 81. 81 primaveras do espírito mais jovem, mais forte, mais resiliente e mais assertivo. 81anos de muitos altos e baixos, de alegrias e desespero. 81 anos de muito trabalho e dedicação aos teus princípios e a todos nós. 
Quanta sorte tive na vida por me escolheres para ser tua filha. Quanta sorte eu tive por ter um pai como tu! 
Tenho 31 e quando olho para nós desejo apenas que a vida continue a dar-me a certeza de que andaremos sempre de mãos dadas e de corações em sintonia. 
Não tenho vergonha de o assumir, sou a menina do papá. E sorte a minha ter um que mesmo sem capa, é um herói. 
Parabéns Pai! Contigo sei que o mundo é um lugar melhor! 

terça-feira, junho 13, 2017

Incerteza do Destino

 Não sei se o caminho que sigo é o mais acertado mas sei que o facto de não estar parada é, por si só, uma atitude que me levará onde sou feliz.
Às vezes não precisamos de aplausos nem de ter um percurso sem percalços. Precisamos apenas de manter o equilíbrio, o movimento, a cabeça alinhada com o coração e a energia em ação.
Não precisamos de apertos de mão nem de palmadinhas de felicitação. Precisamos saber que independentemente de termos a oportunidade de estar do outro lado do mundo, a nossa felicidade resume-se a estar perto.
Não, eu não tenho a certeza sobre o amanhã. Sobre o amor, a amizade ou a vida. Não, não tenho grandes certezas, confesso. E é esta areia movediça na qual vivemos que me faz descer do meu mundo encantado dos sonhos e perceber o que é, efetivamente, importante: o agora, o caminho, o suave gesto de apreciar a paisagem, independentemente de qual for o destino.
Às vezes admitir que não sabemos para onde vamos ou para onde queremos ir, já é meio caminho andado para chegarmos onde queremos. E acertar as velas do barco enquanto ouvimos o nosso coração é a atitude que nos faz chegar lá.
Às vezes demoramos um mês, outras demoramos um estação. O importante é manter o movimento e ouvir o que não podemos, de modo algum, calar.
Hoje não sei se estou mais perto. Hoje só sei que estou mais feliz.

quinta-feira, junho 08, 2017

Auto Retrato - A Amiga

Do dia em que eu nasci nada me recordo mas sei que foram traçados vários destinos e responsabilidades. Para mim e para os meus.
Não sou uma amiga ideal: tenho os meus momentos de euforia, de diversão mas sou muito mais a amiga que prefere um jantar caseiro, uma boa conversa regada com risos e carinho. Sou uma bela adormecida que antes da meia noite já necessito de colocar palitos nos olhos para me aguentar sem cair de sono.
Sou a amiga que se queixa dos kg a mais mas que desencaminha os restantes para a ingestão de fast food, crepes e gelados. Para cafés ao ar livre e para waffles com morango e chantilly.
Sou a amiga cheia de fobias que não alinha numa tarde de desportos radicais nem numa visita a grutas. Algumas vezes falto a compromissos devido aos meus medos e preocupações. agendar viagens comigo é um risco.
Sou a amiga que desmarca saídas para cuidar dos sobrinhos, para escrever textos ou para distribuir revistas.
Sou uma amiga independente financeiramente mas dependente de carinho, atenção e amor. Sou a amiga disponível para abrir a alma, o coração, a carteira e até a caixa da arma de fogo sempre que se metem ou ferem as minhas pessoas.
Sou leal, guardo na gaveta mais fechada do meu coração o bem que me fizeram as pessoas que já não fazem parte do meu quotidiano.
Sou justa e gosto que sejam justos comigo: se dou 100% de mim a um amigo, não me contento com menos do que isso.
Sou compreensiva. Aceito que me coloquem de parte temporariamente por não terem paciência para aturar os meus delírios, desde que me expliquem que o motivo é este. (Reconheço que não é fácil viver com pessoas como eu).
Sou sincera e de mim podem contar sempre com a verdade. No entanto, meço com muita atenção o que digo, a quem digo e onde digo. Nem sempre sou bem interpretada e tento explicar. Perceber o meu ponto de vista não é para quem quer; é para quem é inteligente.
Tenho toda a paciência para quem gosto. Tenho todo o amor do mundo para as pessoas que despertam o melhor que há em mim. Tenho carinho, abraços, sorrisos, mimos e motivação para dar e vender a todos aqueles que me fazem bem.
Não sou a amiga perfeita mas todos os dias luto para regar e construir as amizades mais duradouras e saudáveis com as minhas pessoas, aquelas que também têm os seus Quês particulares, as suas individualidades, qualidades menos boas ou características insuportáveis. Não os critico, não os condeno, não os julgo. Respeito-os. Defendo-os. São as minhas pessoas, são os meus amigos.
Não sou a melhor amiga de ninguém nem tenho nenhum (a) melhor amigo (a). Para mim são todos os melhores, não porque são meus, mas porque despertam em mim o melhor que posso ser.

segunda-feira, junho 05, 2017

A Luna e Eu

Vi-te e apaixonei-me.
Pequenina, envergonhada, assustada e mesmo assim conquistaste a minha vida. Senti um medo apoderar-se de mim; um medo que não fosse capaz de te alimentar, mimar e trata de ti como é suposto. Tive e tenho receio de não conseguir acalmar-te e provar-te que te escolhi com o intuito de te fazer feliz.
Ontem, hoje e sempre!

Peguei em ti, mostrei-te que tinhas direito a tudo. Alimentei-te no meu colo e adormeceste. Fiquei ali, imóvel a observar-te e a desejar que sejamos as melhores amigas.
Eu digo que te escolhi mas na verdade acho que foste tu que me escolheste a mim: és assustada, resingona, brincalhona e teimosa. Gostas de mimo e de liberdade.
 
Ver-te saltar, correr e miar é das coisas que mais me acalma.
 
Vamos cuidar uma da outra e descobrir que estamos juntas para sermos felizes, sim?

quinta-feira, junho 01, 2017

Criança de Amor


Os dias mais floridos de Primavera transportam-me para aquela época maravilhosa das nossas vidas: a infância. É na infância que o mundo se apresenta com toda a sua beleza e esplendor. Época fecunda em amigos, risos e brincadeiras, momentos e acontecimentos que vão formatando o nosso olhar sobre o que nos rodeia.
É uma época mágica na qual os sonhos são feitos de algodão doce: leves, simples, tão fáceis de alcançar. É o momento da simplicidade, da leveza e do amor mais puro, inocente e delicado.
Quando passo pelo parque lembro-me que eu também já fui criança e que os adultos não me devolviam o sorriso que energicamente lhes dirigia. Nunca consegui entender por quê e ficava deveras aborrecida. Afinal, a vida era bonita e recheada de amor. O que podia ser mais importante do que isso?
Não compreendia a pressa, os gritos e a falta de atenção que as pessoas apregoavam aos sete ventos. Não compreendia a tristeza nos olhos dos meus amigos da escola, dos colegas de carteira. Não compreendia como é que as minhas amigas preferiam uma mochila nova se o pai nunca a vinha buscar à escola. Afinal, eu tinha sempre os materiais escolares mais feios mas os meus pais tinham sempre tempo para mim.
Quando eu era criança só via amor e mesmo sabendo que as dificuldades existiam, sempre achei que uma família munida de amor era capaz de aniquilar qualquer ameaça.
A adolescência, período conturbado da vida de qualquer pessoa, obrigou-me a entender um mundo mais sombrio. Compreendi aqueles olhares sisudos, fechados, tristes. Compreendi que há vidas más. Pessoas más. E questionei-me inúmeras vezes: “como é que a infância não me deixou ver isso?”
A resposta foi sendo desfolhada aos poucos, já enquanto adulta: fui polvilhada de carinho e amor. Pelos meus avós, pais, professores e amigos. Foi assim que me ensinaram a ver o mundo e é esta a certeza que levo pelos trilhos da vida sempre que a maldade toma as rédeas da situação: a de que o carinho cura e o amor torna a vida mais doce.

(Revista Spot Junho 2017)

quarta-feira, maio 24, 2017

O poder deste Blogue

Quando comecei a escrever, os papéis paravam na gaveta mais próxima. Os raros que viam a luz do dia caíram nas mãos certas. Foram essas pessoas que me incentivaram a criar um blogue, a compilar textos, a pensar em escrever um livro. Arregacei as mangas e criei o meu primeiro blogue em 2006.
Há dias em que escrevo porque o coração assim me pede e outros porque a alma precisa de leveza. Quando estes fenómenos ocorrem em simultâneo resultam textos de intensa emoção.
Hoje lembrei-me que as palavras andam fechadas no meu coração há já muito tempo. Ninguém fica mais rico com isso. Hoje acordei com vontade de gritar ao mundo que sou uma sortuda por ter sido abençoada com a melodia das palavras. É essa a minha forma de melhorar o mundo daqueles que me rodeiam. E não posso calar esta felicidade que me invade sempre que recebo outro e mais outro elogio. Ou quando recebo mensagens desta género: “o teu blogue muda a minha vida” ; “Imprimo os teus posts para ler antes de começar a trabalhar.”
Não há nada que pague esta sensação de “dever cumprido”, de alegria por saber que alguém é feliz com o meu cantinho e com a melodia dos sentimentos transformada em dança de palavras.
Gosto de saber que o mundo é um lugar melhor graças à minha atitude perante a vida. Continuarei por aqui.
Grata! De coração cheio!

terça-feira, maio 23, 2017

Sobre amor...

Não se ama pela cor dos olhos, pelo jeito de vestir ou pelo cabelo espetado. Não se amam as cores, as modas.
Amamos pelo sorriso que brotamos, pela alegria que nos invade o peito, pelo entusiasmo com que vemos a vida! Amamos pela certeza de um coração que palpita.
Amamos o toque na pele, o olhar que nos lê a alma. Amamos o gesto, o carinho, a verdade.
Não amamos apenas o que a pessoa é; amamos o que nos faz ser. O que nos faz viver. A intensidade. Amamos tudo o que de bom temos. E somos amados pela genuinidade com que abraçamos o amor.

segunda-feira, maio 22, 2017

Pessoas que mandam nesta porra toda


Gosto de pessoas que abrem o coração, que desnudam a alma e que se recompõem num forte e longo abraço. Gosto de pessoas que mimam e que gostam de ser apaparicadas. Gosto de pessoas que sonham, que perspetivam, que alinham as velas e dão seguimento à viagem.
São estas pessoas, as corajosas, que mudam o mundo: o delas e o meu. São estas pessoas que dão o peito às balas, que correm maratonas de emoções, que travam as mais duras batalhas sem terem o cavalo mais forte ou a espada mais resistente. Pessoas que independentemente da hora em que acordam, levantam-se sempre com a certeza de que há algo que podem fazer acontecer.
Essas são as pessoas que mandam nesta porra toda: as sábias sem diploma catedrático, as fortes sem certificado de qualidade e segurança, as alegres sem certificação de felicidade. Há quem pense que são as mais ricas, as mais influentes, as que preenchem as agendas com contactos importantes. Mas não são. As pessoas que mandam nisto tudo são as que têm ideias, que acordam inspiradas (ou se inspiram depois de uma chávena de café), que distribuem sorrisos e batem com o pé. Acreditem, são essas que mandam nesta porra toda. São as que levam os sonhos para a cama e de manhã os transformam em realidade, são as que não desistem, as que choram de alegria ou de revolta mas que voltam mais resilientes do que nunca.
São aquelas que nos distribuem sorrisos e abraços gratuitos. E que preenchem a alma apenas com coisas boas. Que se alimentam de esperanças biológicas e de sentimentos recheadinhos de nutrientes essenciais. São essas que mostram quem manda. São essas que são recordadas mesmo depois da partida.
Um dia disseram-me que eu podia mudar o mundo. Com palavras. Não entendi, pensei que o mundo seria conquistado com bombas e mísseis, jogos de interesses e muitas armas biológicas. Hoje sei que não e orgulho-me de ser uma das pessoas que manda nesta porra toda!

quarta-feira, maio 03, 2017

A Escalada do Sucesso


Decidi quebrar o gelo, hoje vou falar do que é sair da zona de conforto.
Os últimos dois anos foram os mais difíceis da minha vida. Com tudo de mau a que tive “direito”. Como perfeccionista e pessoa exigente que sou, o resultado podia ter sido ainda mais desastroso. Graças à consciência que tenho e à coragem de saber pedir ajuda expondo todas as minhas fragilidades, o processo foi longo e duro mas a tempestade acalmou. O declínio acentuado de uma queda que parecia não ter fim começou há um ano. Com ele vieram as crises de ansiedade características de quem tem a raiva e a insatisfação nos picos mais altos do Everest. Viver tornou-se penoso. Acorda todos os dias e saber que tinha um dia para enfrentar era um terror. O único momento em que sentia algum alívio era aquele final de dia só para mim. Passadas algumas semanas, já nem esse momento eu tive.
Pedi ajuda, chorei. Chorei muito ao ponto de achar que ia sufocar com tanto soluço. Liguei vezes sem conta a pedir ajuda, a achar que ia morrer a qualquer instante e, pior do que tudo, cheguei ao ponto em que morrer me pareceu uma boa saída. Não quis suicidar-me, nem forças para isso me restavam. No entanto morrer pareceu-me a única solução para calar esta raiva e insatisfação que não me abandonava.
Tive várias mãos e ombros disponíveis para ajudar. Felizmente ainda há profissionais excelentes e pessoas com quem tenho a sorte, imensa sorte, de poder contar.
Desci ao inferno e hoje quando olho para trás, tenho ainda mais consciência disso. Perdi a esperança, convenci-me que não merecia nada melhor do que aquilo que a vida me dava naquele momento.
Dói tanto ver a forma como me maltratei ao convencer-me disso. Dói ver a angústia que o meu peito calava e a impotência estampada nos olhos de quem gostava de mim. A única que podia mudar o rumo da história, da minha história, era eu. E eu não tinha forças, nem calma, nem visão para tal.
Nos raros momentos em que me permitia sonhar via uma Sandra mais consciente e livre. Não me parecia possível. Com o tempo e muita ajuda profissional, a Sandra acabou por voltar: já voltava a acreditar que havia outras possibilidades. Passei meses a ponderar o rumo a seguir. Estes processos envolvem muitas tentativas falhadas, muita persistência, resiliência e determinação.
Reformulei a minha meta e fui à gaveta do coração buscar os objectivos que julguei perdidos. Às vezes dói tanto saber o quanto os aprisionei quando mais falta me faziam. Passei outros tantos meses a traçar um plano e a implementá-lo. Trabalhei muito em mim, nos meus materiais. Pesquisei afincadamente. E finalmente arregacei mangas. Atirei muitas balas aos alvos que pretendia. Uns falhei redondamente mas depois fui aperfeiçoando a técnica. E desde que as balas começaram a sair da minha arma, já não mais consegui parar. A cada dia a vontade de alcançar, de melhorar, de evoluir me preenchia cada vez mais. Acordava com energia, com certezas, com mais serenidade. Voltava a ter esperança e com ela veio a determinação. Voltei a maquilhar-me, a usar sapatos de salto alto e a permitir que o meu coração ficasse imensamente feliz com cada pedacinho das minhas conquistas.
A dada altura já não tinha mãos a medir e fui testada ao máximo. Dei um murro na mesa sem ter noção do que vinha a seguir; apenas sabia que não podia continuar na situação que me encontrava. Acredito que perceber os nossos limites e ter a coragem de saír da zona de conforto são atitudes que nos salvam da vida medíocre em que eu estava mergulhada. Foram meses de planeamento, de aperfeiçoamento. De avanços, dúvidas e retrocessos mas a esperança tomou conta do leme do meu navio.
Quando as portas se abriram, a primeira coisa que fiz foi pedir desculpa a mim própria pelo mal que me causei ao permitir que os obstáculos diários tivessem aniquilado a minha esperança, o meu sonho e tudo aquilo que de bom me caracteriza. Olhar para esses tempos passados permitiu-me entender o que na altura não enxergava: eu não podia ser tão “mázinha” comigo. Mas fui. Naqueles momentos fui a minha pior inimiga. E ainda não consigo entender como cheguei àquele ponto. Foi tudo tão difícil…
A segunda coisa que fiz foi agradecer a quem me ajudou a manter o meu barco à superfície evitando que naufragasse. Partilhei vitórias: pequeninas e maiores. Partilhei projectos, desejos e ambições. Alegrias, medos, inseguranças. Estava agora uma mulher mais agitada mas também mais feliz.
A terceira coisa que fiz foi prometer a mim própria que não voltarei a permitir que nada nem ninguém me roube a serenidade. Jurei falar mais, calar menos. Jurei pôr os meus sonhos acima das minhas aflições.
Todos nós sabemos que o mundo, felizmente, não acaba aqui pois ainda tenho muitos altos e baixos para viver. Mas aprendi que o medo só nos destrói, mas quando o vencemos ele torna-nos mais fortes, mais ágeis, mais capazes. Sair da zona de conforto não é fácil mas a vida não reside ali; a vida está onde a magia acontece. Que seja docinho o que vier a caminho.

sexta-feira, abril 28, 2017

Hoje é o dia - Vamos Sorrir?


Solta essa vontade desmedida de ser feliz, de alcançar os teus objetivos, de viver além das experiências quotidianas.
Sorri sem medo do que possam dizer sobre ti. E se pensarem que não “bates bem”, deixa que pensem e ri-te disso também. Sorri para ti e por ti. Sorri mais pelos teus e menos pelos outros. Sorri sem motivo, sem pesares na balança o que te impede de libertar o emoção.
Sorri todos os dias. Sorri ao porteiro, ao padeiro e ao senhor que te serve o café diariamente. À senhora da limpeza, ao chefe carrancudo, à colega rezingona, à maluca da tua amiga que só diz disparates. Sorri a quem quiseres, o dono da tua vida és tu.
Sorri quando a brisa te bate levemente na face. Sorri quando o mundo te der tréguas. Sorri quando a tristeza se tornar mais amena. Sorri sem medo, sem pressão, sem constrangimentos. Sorri desmedidamente. Sorri com o coração, com a alma. Sorri como, quando e onde quiseres.
Hoje é o dia. O dia de começares a sorrir com toda a tua força e energia. Começa hoje a sorrir com a alma. Abre o teu coração e o teu sorriso. Solta essa gargalhada, tens tanto para dar ao mundo; um mundo que precisa tanto do teu sorriso. Do teu resplandecente sorriso. Não te escondas, não te acanhes, não te preocupes se não foste ao dentista. O melhor sorriso vem de dentro. De um sítio onde todos nós temos a capacidade de fazer a diferença na vida de alguém.
Hoje é o dia, vamos sorrir?

quinta-feira, abril 20, 2017

Socorro! apaixonei-me pela PSP


Perdão, apaixonei-me pela estratégia digital da PSP. 
Sou seguidora assídua da página Facebookiana desta entidade institucional. Desconheço hierarquias, regras, formalidades. Essas características nunca me fascinaram. Já os procedimentos que a PSP adopta para nos proteger diariamente e nos demonstrar que está perto para ajudar, sempre me fascinaram. 
Hoje tive a sorte de conhecer o Subcomissário João Moura que nos falou da estratégia digital e da importância que a comunicação assume numa instituição desta natureza. A actualidade aliada à criatividade e aos constantes brainstormings são alguns dos frutos do sucesso. 
Comunicador nato, postura descontraída e muito.perspicaz, o Subcomissário lá nos foi indicando como é o dia a dia de quem gere uma página com milhares de seguidores. 
Um final de dia produtivo, descontraído e enriquecedor. 
Ficou a minha dúvida no ar. Uma dúvida que se assemelha a desejo e que guardei para mim no cantinho da esperança: um dia quero fazer parte de um projecto deste calibre e cativar, com as minhas competências e ideias, uma sala apinhada de pessoas sedentas por novas abordagens. Só acreditando no que se faz e vestindo a camisola se conseguem resultados assim. 

sábado, abril 08, 2017

Que o fim não seja o Final

Nem sempre o fim é o final, dizem. E eu espero que seja verdade. 
Não quero que haja final para a relação que ainda tive oportunidade de consolidar com alguns colegas de trabalho. Colegas com quem tive a imensa sorte de me cruzar. Pessoas que viram o meu pior e, mesmo assim, mantiveram o apoio, o incentivo, o ombro disponível. Pessoas que sabem VERDADEIRAMENTE o que é trabalho em equipa e o quão importante é sermos uma família unida. 

Não tem sido fácil cortar o cordão umbilical dada a gratidão que sinto por quem tanto admiro e prezo. Desejo que a vida nos volte a unir em outros projectos ou iniciativas lúdicas. 

Pessoas que nos apoiam quando nós não somos, claramente, a nossa melhor versão são pessoas que devemos preservar, cuidar, amar e manter por perto. 

O bem que me fizeram guardo na alma mas a vós levo-vos no coração. 

quarta-feira, março 15, 2017

Pontos de Vista - Cada um escolhe o Seu


Sempre acreditei que a vida é feita de oportunidades e que o conformismo não é coisa que se queira por perto. Às vezes nem entendemos por que razão se fecham certas portas ou por que sentimos o ímpeto de encerrar alguns ciclos. Longe de ser algo que se faça de ânimo leve, encerrar capítulos deve ser uma decisão consciente.
Por outro lado, quando essa mudança nos é imposta, a atitude terá de assentar na sensatez e confiança. Saber aceitar e traçar novos horizontes são atitudes determinantes para pessoas mais felizes. Estas são pessoas que perseguem novos rumos, novas etapas e que retiram algo de bom em todas as experiências. 

A vida não tem de ser uma via de sentido único ou, uma recta infindável. Pode ser um desafio repleto de oportunidades que nos fazem felizes e outras que nos fazem amadurecer. 
Sejamos mais do tipo de pessoas que deixam o rio fluir, a vida seguir e novas oportunidades surgir.


sexta-feira, março 10, 2017

Sonhar, Acreditar, Persistir

Tinha mais 30 cm de cabelo. De resto tinha tudo menos: menos 10 kg, menos certezas, menos confiança, menos assertividade. 
Volvidos três anos tenho a certeza do sentimento tão único e especial que me envolveu neste dia: a certeza de que o caminho era este. A tão grande e poderosa motivação que nos assola quando fazemos o que gostamos. 

Este foi o culminar de uma luta intensa, arrebatadora e muito pessoal. Foi o início de outra batalha mais exigente. Uma batalha que foi dando os seus frutos e que, em breve, vai materializar-se em tudo o que sempre sonhei. 

Sonhar foi o cavalo. Acreditar foi a espada. Persistir, a vitória. 
Não há nada que pague o bater de um coração realizado e feliz! 

segunda-feira, março 06, 2017

Here we go Again

Quem nunca teve vontade de virar a mesa, deixar tudo para trás e sair por esse mundo fora que atire primeira pedra. Quem teve vontade e não reuniu as oportunidades para o fazer que atire a segunda. Se houver por aí quem teve coragem de dar esse passo que me atire abraços, força e sorrisos porque é disso que vou precisar.

Os caminhos são íngremes e as incertezas traiçoeiras mas sou boa surfista e já consegui equilibrar-me em ondas perigosas. Muitas vezes sem saber muito bem como fazer tal acto acrobático.

Mas viver é isto: é arriscar, é libertar a mente, é sonhar e lutar muito por tudo o que nos faz acordar de manhã com vontade de viver. A luta é feroz, muitas vezes injusta e outras tantas vezes inglória. Mas o tempo, esse sábio professor que poucos têm paciência para ouvir, já me ensinou que o Sol volta sempre a brilhar. E enquanto não chega o Sol vou deliciando-me com as estrelas cintilantes, mais conhecidas por amigos , que me vão dando afecto na noite fria e escura.

Estou certa de que o caminho é na direcção dos sonhos. Estou mais certa ainda que há magia em todas as aventuras que me esperam. E eu estou com um desejo desmedido de vivê-las intensamente.
Já chega de mimimis; eu quero mesmo é criar, pensar, inovar, dar vida ao que merece destaque e contribuir para o sucesso de quem reconhecer talento em mim.

Às vezes a vida só nos pede coragem. Eu agora só lhe peço que seja branda e que me permita ir aonde o meu coração me levar!


terça-feira, fevereiro 14, 2017

Sou um Ser em Evolução

São tempos difíceis, oiço eu por aí. É preciso temer o mercado, a instabilidade, o desassossego do mundo do trabalho. É... De facto são tempos difíceis mas não são tempos do "impossível" e do "não vale a pena tentar". 
Se houve algo que a experiência me ensinou é que só nos arrependemos do que não fizemos, das vozes que calamos e das oportunidades que deixamos passar. 

Não são tempos difíceis para todos. São tempos difíceis para quem sabe o que quer e tem de ouvir que "a vida está muito difícil". São tempos difíceis, muito difíceis para os corajosos, para os que se levantam e tentam, para todos aqueles que não dormem sobre os sonhos, para todos aqueles que não permitem que os obstáculos sejam um muro intransponível. 

Recuso-me a desacreditar, a baixar os braços e a desistir. Por mais que me humilhem por eu não saber falar alemão ou não ter conhecimentos avançados de programação. 

Recomeço e reacredito todos os dias. Reformulo. Revejo. Repenso nas minhas prioridades e ambições. Cada vez mais forte. Cada vez mais audaz. Cada vez mais eu. 

Não fui feita para ser uma peça de decoração estática numa prateleira. Sou feita de carne e osso, com vontade de ir mais além, de levar para a frente todas pessoas, ideias e projectos com os quais tenho a sorte de me cruzar. Sou um ser dinâmico, em permanente crescimento. 
Quem não tem hipóteses para me acompanhar que não me tire do chão porque mais do que estabilidade, eu procuro evolução. 


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