Passo os dias a ponderar o que posso melhorar, mediante as condicionantes com as quais me deparo. Penso. Elaboro. Apago. Volto a planear. Risco. Corrijo. Avanço. Defendo o que fiz. Explico mais uma vez. Não é aprovado.
Reformulo. Passo para outro assunto. Penso. Discuto com os meus botões. Rabisco num papel. Passo ao processo de criação. Avanço. Recuo. Repenso. Melhoro. Apresento o projecto: não é aprovado.
Pelo caminho oiço: ela não faz nada.
Volto a respirar, a lista de trabalhos não pára. Passo para outro assunto. O mesmo processo, umas vezes menos criativo, outras mais exigente. Apresento a proposta: reformula aqui, reformula ali (muitas vezes alterações com as quais não concordo mas tenho de fazer). Por fim, algo é aprovado, totalmente diferente do que tinha idealizado, descontextualizado, sem foco. Mas foi aprovado.
E no final oiço: "Para fazer aquilo mais vale estar quieta."
Meto a viola no saco e, não raras vezes, dou razão às pessoas. Inspiro, expiro e sigo em frente. E volto a fazer mais coisas. O mundo não pára e é preciso seguir em frente.
Por muito que respeite a opinião e valorize as críticas positivas, o trabalho continua. Optimizo o que posso melhorar e sigo em frente.
Há sempre um ou outro aspecto em que vou acertar. Seja quando for. Seja onde for. Desistir não faz parte de mim.
E só há uma forma de calar quem não confia em nós: é fazer mais e melhor, dia após dia.