Ensinaste-me tanto sobre o amor... tanto em tão curto espaço de tempo. Demostraste-me o quão valiosos foram os momentos em que nos sentámos à lareira e ouvimos o vento a uivar lá fora. Os ramos das árvores moviam-se à sua passagem e, por vezes, a chuva cantava no telhado formando a melodia perfeita. Nós, num tom quase inaudível mas que até hoje grita no meu coração, contávamos histórias, aquecíamos as mãos e tu davas vida às mais belas gargalhadas que já ouvi. Era o nosso momento de partilha, depois de mais uma jornada se encerrar.
Acontecesse o que acontecesse, não passava um dia sem me dares um presente: um raminho de flores, um quadradinho de chocolate preto, uma laranja bonita ou aqueles moranguinhos pequeninos que crescem nas ribadas e cujo sabor não voltei a encontrar.
Todos os dias me davas abraços, me transmitias alegria. Ainda não conheci ninguém com um brilho mais especial do que o teu. Foi contigo que aprendi que o amor não estraga; o amor salva. Sempre.
Não sei se é a vida a desafiar-me ou se é a intensidade de tudo o que me deste, mas nunca consegui traduzir o que me semeaste na alma.
E talvez seja por isso que dói tanto, sabes? Foste a perda mais sentida, a mais chorada, a mais dolorosa. Foste, e continuarás a ser, a mais bela estrela que subiu ao céu.
✨Avó ✨
