quarta-feira, maio 24, 2017

O poder deste Blogue

Quando comecei a escrever, os papéis paravam na gaveta mais próxima. Os raros que viam a luz do dia caíram nas mãos certas. Foram essas pessoas que me incentivaram a criar um blogue, a compilar textos, a pensar em escrever um livro. Arregacei as mangas e criei o meu primeiro blogue em 2006.
Há dias em que escrevo porque o coração assim me pede e outros porque a alma precisa de leveza. Quando estes fenómenos ocorrem em simultâneo resultam textos de intensa emoção.
Hoje lembrei-me que as palavras andam fechadas no meu coração há já muito tempo. Ninguém fica mais rico com isso. Hoje acordei com vontade de gritar ao mundo que sou uma sortuda por ter sido abençoada com a melodia das palavras. É essa a minha forma de melhorar o mundo daqueles que me rodeiam. E não posso calar esta felicidade que me invade sempre que recebo outro e mais outro elogio. Ou quando recebo mensagens desta género: “o teu blogue muda a minha vida” ; “Imprimo os teus posts para ler antes de começar a trabalhar.”
Não há nada que pague esta sensação de “dever cumprido”, de alegria por saber que alguém é feliz com o meu cantinho e com a melodia dos sentimentos transformada em dança de palavras.
Gosto de saber que o mundo é um lugar melhor graças à minha atitude perante a vida. Continuarei por aqui.
Grata! De coração cheio!

terça-feira, maio 23, 2017

Sobre amor...

Não se ama pela cor dos olhos, pelo jeito de vestir ou pelo cabelo espetado. Não se amam as cores, as modas.
Amamos pelo sorriso que brotamos, pela alegria que nos invade o peito, pelo entusiasmo com que vemos a vida! Amamos pela certeza de um coração que palpita.
Amamos o toque na pele, o olhar que nos lê a alma. Amamos o gesto, o carinho, a verdade.
Não amamos apenas o que a pessoa é; amamos o que nos faz ser. O que nos faz viver. A intensidade. Amamos tudo o que de bom temos. E somos amados pela genuinidade com que abraçamos o amor.

segunda-feira, maio 22, 2017

Pessoas que mandam nesta porra toda


Gosto de pessoas que abrem o coração, que desnudam a alma e que se recompõem num forte e longo abraço. Gosto de pessoas que mimam e que gostam de ser apaparicadas. Gosto de pessoas que sonham, que perspetivam, que alinham as velas e dão seguimento à viagem.
São estas pessoas, as corajosas, que mudam o mundo: o delas e o meu. São estas pessoas que dão o peito às balas, que correm maratonas de emoções, que travam as mais duras batalhas sem terem o cavalo mais forte ou a espada mais resistente. Pessoas que independentemente da hora em que acordam, levantam-se sempre com a certeza de que há algo que podem fazer acontecer.
Essas são as pessoas que mandam nesta porra toda: as sábias sem diploma catedrático, as fortes sem certificado de qualidade e segurança, as alegres sem certificação de felicidade. Há quem pense que são as mais ricas, as mais influentes, as que preenchem as agendas com contactos importantes. Mas não são. As pessoas que mandam nisto tudo são as que têm ideias, que acordam inspiradas (ou se inspiram depois de uma chávena de café), que distribuem sorrisos e batem com o pé. Acreditem, são essas que mandam nesta porra toda. São as que levam os sonhos para a cama e de manhã os transformam em realidade, são as que não desistem, as que choram de alegria ou de revolta mas que voltam mais resilientes do que nunca.
São aquelas que nos distribuem sorrisos e abraços gratuitos. E que preenchem a alma apenas com coisas boas. Que se alimentam de esperanças biológicas e de sentimentos recheadinhos de nutrientes essenciais. São essas que mostram quem manda. São essas que são recordadas mesmo depois da partida.
Um dia disseram-me que eu podia mudar o mundo. Com palavras. Não entendi, pensei que o mundo seria conquistado com bombas e mísseis, jogos de interesses e muitas armas biológicas. Hoje sei que não e orgulho-me de ser uma das pessoas que manda nesta porra toda!

quarta-feira, maio 03, 2017

A Escalada do Sucesso


Decidi quebrar o gelo, hoje vou falar do que é sair da zona de conforto.
Os últimos dois anos foram os mais difíceis da minha vida. Com tudo de mau a que tive “direito”. Como perfeccionista e pessoa exigente que sou, o resultado podia ter sido ainda mais desastroso. Graças à consciência que tenho e à coragem de saber pedir ajuda expondo todas as minhas fragilidades, o processo foi longo e duro mas a tempestade acalmou. O declínio acentuado de uma queda que parecia não ter fim começou há um ano. Com ele vieram as crises de ansiedade características de quem tem a raiva e a insatisfação nos picos mais altos do Everest. Viver tornou-se penoso. Acorda todos os dias e saber que tinha um dia para enfrentar era um terror. O único momento em que sentia algum alívio era aquele final de dia só para mim. Passadas algumas semanas, já nem esse momento eu tive.
Pedi ajuda, chorei. Chorei muito ao ponto de achar que ia sufocar com tanto soluço. Liguei vezes sem conta a pedir ajuda, a achar que ia morrer a qualquer instante e, pior do que tudo, cheguei ao ponto em que morrer me pareceu uma boa saída. Não quis suicidar-me, nem forças para isso me restavam. No entanto morrer pareceu-me a única solução para calar esta raiva e insatisfação que não me abandonava.
Tive várias mãos e ombros disponíveis para ajudar. Felizmente ainda há profissionais excelentes e pessoas com quem tenho a sorte, imensa sorte, de poder contar.
Desci ao inferno e hoje quando olho para trás, tenho ainda mais consciência disso. Perdi a esperança, convenci-me que não merecia nada melhor do que aquilo que a vida me dava naquele momento.
Dói tanto ver a forma como me maltratei ao convencer-me disso. Dói ver a angústia que o meu peito calava e a impotência estampada nos olhos de quem gostava de mim. A única que podia mudar o rumo da história, da minha história, era eu. E eu não tinha forças, nem calma, nem visão para tal.
Nos raros momentos em que me permitia sonhar via uma Sandra mais consciente e livre. Não me parecia possível. Com o tempo e muita ajuda profissional, a Sandra acabou por voltar: já voltava a acreditar que havia outras possibilidades. Passei meses a ponderar o rumo a seguir. Estes processos envolvem muitas tentativas falhadas, muita persistência, resiliência e determinação.
Reformulei a minha meta e fui à gaveta do coração buscar os objectivos que julguei perdidos. Às vezes dói tanto saber o quanto os aprisionei quando mais falta me faziam. Passei outros tantos meses a traçar um plano e a implementá-lo. Trabalhei muito em mim, nos meus materiais. Pesquisei afincadamente. E finalmente arregacei mangas. Atirei muitas balas aos alvos que pretendia. Uns falhei redondamente mas depois fui aperfeiçoando a técnica. E desde que as balas começaram a sair da minha arma, já não mais consegui parar. A cada dia a vontade de alcançar, de melhorar, de evoluir me preenchia cada vez mais. Acordava com energia, com certezas, com mais serenidade. Voltava a ter esperança e com ela veio a determinação. Voltei a maquilhar-me, a usar sapatos de salto alto e a permitir que o meu coração ficasse imensamente feliz com cada pedacinho das minhas conquistas.
A dada altura já não tinha mãos a medir e fui testada ao máximo. Dei um murro na mesa sem ter noção do que vinha a seguir; apenas sabia que não podia continuar na situação que me encontrava. Acredito que perceber os nossos limites e ter a coragem de saír da zona de conforto são atitudes que nos salvam da vida medíocre em que eu estava mergulhada. Foram meses de planeamento, de aperfeiçoamento. De avanços, dúvidas e retrocessos mas a esperança tomou conta do leme do meu navio.
Quando as portas se abriram, a primeira coisa que fiz foi pedir desculpa a mim própria pelo mal que me causei ao permitir que os obstáculos diários tivessem aniquilado a minha esperança, o meu sonho e tudo aquilo que de bom me caracteriza. Olhar para esses tempos passados permitiu-me entender o que na altura não enxergava: eu não podia ser tão “mázinha” comigo. Mas fui. Naqueles momentos fui a minha pior inimiga. E ainda não consigo entender como cheguei àquele ponto. Foi tudo tão difícil…
A segunda coisa que fiz foi agradecer a quem me ajudou a manter o meu barco à superfície evitando que naufragasse. Partilhei vitórias: pequeninas e maiores. Partilhei projectos, desejos e ambições. Alegrias, medos, inseguranças. Estava agora uma mulher mais agitada mas também mais feliz.
A terceira coisa que fiz foi prometer a mim própria que não voltarei a permitir que nada nem ninguém me roube a serenidade. Jurei falar mais, calar menos. Jurei pôr os meus sonhos acima das minhas aflições.
Todos nós sabemos que o mundo, felizmente, não acaba aqui pois ainda tenho muitos altos e baixos para viver. Mas aprendi que o medo só nos destrói, mas quando o vencemos ele torna-nos mais fortes, mais ágeis, mais capazes. Sair da zona de conforto não é fácil mas a vida não reside ali; a vida está onde a magia acontece. Que seja docinho o que vier a caminho.
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