Se eu acredito nas pessoas?
Não, não acredito na genuinidade de todas as pessoas e sei que nem todas merecem a minha confiança. Somos seres diferentes: uns merecem o meu carinho, outros merecem o meu desprezo. No entanto, as pessoas que merecem o meu desprezo podem merecer o carinho e confiança de outros. Não valorizamos todos o mesmo tipo de características, não sentimos afinidade com todos os tipos de personalidade. Até aqui, nada de novo.
De mim, as pessoas podem ter tudo ou não ter nada. Não existe meio termo pois os que me merecem, merecem-me por inteiro. E para esses dou tudo o que tenho de melhor.
Gosto de parar o tempo, de lhes dedicar parte do meu dia, de reservar palavras acolhedoras neste mundo, tantas vezes, frio e apressado.
Acredito no melhor das minhas pessoas. Acredito genuinamente nas suas capacidades, nos seus sonhos, nas suas ambições. Preocupo-me com as suas inquietações e problemas. Porque são as minhas pessoas. Porque são as pessoas de quem eu gosto. Pessoas para quem, muitas vezes, eu sou mais uma maluquinha, demasiado sensível e irritante no mundo. É precisamente assim que eu sou, não há dúvida.
Mas só quem recebe uma palavra de incentivo na hora certa ou quem tem alguém que lhes dê um abanão quando estão prestes a desistir, sabe a sorte que é ter um pessoa ridiculamente sensível nas suas vidas.
É nisto que eu acredito: na capacidade de distribuir sorrisos, de abraçar quem gostamos, de acarinhar aqueles que estão perto ou mesmo os que estão longe. Acredito que a vida é efémera e que aqueles de quem gostamos merecem o melhor de nós. Mesmo que não seja todos os dias, sete dias por semana.
Somos instantes e estamos de passagem. Quantos de nós fazem esta viagem valer a pena? Quantos de nós têm a coragem de viver de peito aberto e mostrar o que são, o que querem, o que os preocupa, o que lhes dói? O mundo não está preparado para pessoas que se preocupam com as outras. Mas eu não quero saber do que o mundo pensa: eu continuarei a ser ridiculamente presente na vida de quem amo.