domingo, março 27, 2016

O dia de Páscoa

Da Páscoa nunca esperei muito. Nunca foi uma festa que me trouxesse alegria e deve ser a única que questiono enquanto religião. Já a vivi. Já procurei senti-la mas a verdade é que não consigo. Respeito todos os que a vivem e se esforçam por encarná-la da firma mais intensa possível. 
Para mim é dia de receber Cristo nas nossas casas. De juntar a familia que só conseguimos ver nestas alturas festivas. É dia de comer muito chocolate e outras coisas maravilhosas. 
É dia de alegria, dizem. E de renovação. Dia em que a fé assume o expoente máximo. Dia em que abrimos os nossos corações à esperança. 
Mas não é suposto ser assim todos os dias? Seja como for, vivamos o dia de Páscoa da melhor forma que conseguirmos. Com alegria, com companhia. Acima de tudo, com amor. 

terça-feira, março 22, 2016

O que o mundo precisa

Enquanto continuarem a ensinar aos mais novos que o amor é para os sonhadores e que demonstrar sentimentos é ofício dos fracos, o mundo estará sempre em perigo. 

Enquanto continuarem a educar crianças para serem sempre bem sucedidas sem as elucidar para as pedras do caminho que podem incluir alguns fracassos, o mundo estará sempre em desequilíbrio. 

Enquanto continuarem a oferecer presentes caros em vez de uma conversa e um abraço no final do dia, estarão todos a construir robots em vez de seres humanos. 

E um dia a bolha rebenta. 
Um dia vão gostar mais do ódio porque tem mais visibilidade.

Era tão simples contornar tudo isto se lhes tivessem ensinado os valores da amizade, do amor, da tolerância... 

O Mundo não precisa só de leis, de contas e de linhas geométricas. O mundo precisa de pessoas. De seres humanos com consciência, com atitude, com coragem. 
Só o capital humano salvará o que ainda há para ser salvo. 

Fonte imagem: Esta Não É Uma Página Qualquer

segunda-feira, março 14, 2016

Grata, Nicolau Breyner

Aí Nicolau, Nicolau que tão alegre que eras, hoje nos deixaste tão tristes. Há coisas que ainda não parecem reais. 
Sei que amanhã quando acordar o dia continuará igual mas eu estarei com menos fé na vida. Porque ela deixa partir os bons, os muito bons! 
A tua partida repentina fez-me lembrar do dia em que entrei na NBP, à qual deste orgulhosamente o teu nome. Já naquela altura sábias que Portugal tinha talento. Ecapostadte todas as fichas. E quantos artistas por ali passaram, quantos sorriram e choraram. Não só como atores mas como pessoas. 
Aí Nicolau, Nicolau... Como podemos agradecer que nos tenhas dado a mão, que tenhas acreditado em nós, que tenhas aberto caminho aos artistas desconhecidos deste país. 
Foi contigo que aprendemos a lutar, a sonhar, a querer, a acreditar. Foi contigo que rimos... Oh quanto rimos ... Foi contigo que aprendemos. Esse teu talento infinito, desmedido, desigual, excepcional. Quando eras bom, eras bom. Quando eras mau, eras melhor ainda. Mas o mais incrível era ver a persongem Nicolau Breyner percorrer os caminhos da vida da forma mais autêntica e genuína. Caramba, que orgulho ter vivido no mesmo tempo que tu e ter assistido à tua brilhante prestação. 

Gosto de ti, Nicolau Breyner. Gosto e gostarei sempre! Deixaste uma vida cheia de coisas boas e quem deixa tanto, não parte nunca. 
Fazemos assim: tu, onde quer que estejas, contínuas a inspirar e motivar pessoas e eu contínuo a lutar. Pode ser, pode? 

Grata, Nico. Muito grata. 
Até sempre! 


quinta-feira, março 10, 2016

O testemunho da minha Morte

"O dia mais esperado do último ano chegou!" - foi assim que ela iniciou um post do facebook.

Ansiou por este momento ao longo de todos os momentos desde Maio. Chorou. Chorou muito, com baba e ranho e revolta à mistura. 
Viu escapar todos os anseios de trabalhar no que ama fazer e naquilo em que é realmente boa. Viu fugir por entre os dedos as expectativas, a motivação, o sorriso e, por fim, a saúde. 
Sofreu. Sofreu muito. Sofreu calada e foi reduzida a uma boneca atrás de um secretária a introduzir dados. 

Ela sempre soube. Desde a segunda semana, ela sempre soube. Mas acreditou na pessoa que mais a acompanhou. Infelizmente acreditou na pior pessoa que podia ter confiado. 
Evoluiu enquanto pessoa, enquanto colega, enquanto amiga. Hoje está mais fria, mais desinteressada, mais triste. Hoje já não conheço a mulher que virava o mundo por um projecto, que acordava com objectivos e não parava enquanto não os concretizasse. Hoje é meia mulher, meia morta. Meia pessoa e meia máquina. 

Hoje posso dizer que mataram a minha amiga com constantes puxões de tapete. Com injustiças que querem que ela engula. Hoje sei que ela morreu. E que tem consciência que lhe roubaram o acesso a qualquer outro sítio. 
Mataram-na. E muitos assistiram e nada fizeram. 

Mataram os seus sonhos a troco de uns míseros tostões. Mataram a criatividade de um ser com um talento sem limites. 

Hoje é o dia em que eu quero fazer um apelo: 

"Sandrinha, volta à vida, por favor! Quem te merece não suporta ver tanta dor. E quem te mata não merece nem mais um esforcinho teu." 
Hoje quero festejar contigo o fim da tua decadência. Amanhã quero um murro na mesa e que a tua garra sobressaia." 

Foi este o testamento que me enviaram às seis da tarde. Foi este o testemunho de alguém que sabe que a minha vida perdeu todo o sentido. 

terça-feira, março 08, 2016

O Orgulho de ser a Mulher que Sou

Todos os dias me perguntam do que mais gosto em mim. Muitas foram as respostas. Mas há uma, principalmente uma que se adequa: a minha sensibilidade. É ela que me permite ouvir os outros, sentir o que sofrem e não os magoar (intencionalmente).
É a minha sensibilidade que me permite aproveitar todo e qualquer detalhe do quotidiano para ser feliz: uma tarde de sol, um final de manhã à beira-rio, a chuva a bater na janel a quando não se tem hora para levantar.
É ela, a minha sensibilidade sem tempo nem distância, que me permite ouvir sempre o meu coração e colocar a justiça acima de tudo. É a minha desmedida sensibilidade que me encoraja, que me faz sorrir e chorar sempre acreditando nas lutas que travo neste belo e por vezes tão desgastante mundo.
É a minha sensibilidade que me motiva, que me emociona, que me dá alento para continuar por caminhos que tantos outros já abandonaram. É ela que me assalta como um raio e me aperta a alma quando vejo coisas que nunca entenderei.
Posso um dia perder tudo mas só me darei por vencida quando me roubarem a minha sensibilidade. Até lá continuarei com o coração nas nuvens e os sonhos na lua. E feliz continuarei a brilhar e a deixar amor por onde quer que passe.
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