quarta-feira, setembro 30, 2015

Enfrente ou Em Frente!

Uma das maiores e mais difíceis lições que aprendi com o meu pai foi a não chorar sobre o leite derramado. 
Ensinou-me com exemplos e não com palavras. E é disso que mais me recordo quando tomo uma decisão difícil. Daquelas que nos colocam a alma em alvoroço mas o coração a bater ao ritmo dos nossos sonhos. 
Lembro-me sempre de ver o meu pai mais empenhado em resolver as questões do que em pensar se se fez bem, se se deveria ter sido assim ou se o destino poderia ser outro se tivéssemos optado por outro itinerário. 

Eu, ansiosa assumida não com muito gosto mas sem vergonha de o admitir, fui apreendendo muito a custo esta atitude que vejo no meu pai. Eu que antes de tomar uma simples decisão dou voltas e mais voltas à cabeça, passo noites sem dormir e o meu estômago sofre compulsivamente. 
Eu, rainha da indecisão, princesa do adiamento de decisões decidi dar a volta a isso e tomar decisões sem medo do que ainda tenho para perder. 
Cheguei à conclusão que é o momento de arriscar. Que está nas minhas mãos dar a volta à minha vida e ir buscar o açúcar que ainda está lá no fundo esquecido. 

E aí sigo eu. Já me tinham disto que tinha duas opções: enfrente ou em frente. E aí vou eu: em frente. De punhos cerrados, de cabeça levantada e com muita vontade de lutar no meu coração. Vou com a alma em alvoroço e o corpo a pedir descanso mas o meu coração quer ir mais longe e voar mais alto. E nós não devemos aprisionar o que de melhor temos: os nossos princípios, os nossos sonhos, a nossa raça e o nosso querer. 

Quem sabe, se por obra do acaso ou do esforço que investimos, o destino não resolve surpreender-nos agradavelmente? 
Quem sabe? 

sábado, setembro 26, 2015

E agora o que nos resta?

Se há coisa que nunca nos poderão roubar é aquilo em que acreditamos. E é isso, principalmente isso, que torna as nossas decisões mais acertadas e que nos torna pessoas mais tranquilas e felizes. 

Podem um dia tirar-me tudo. Enquanto eu puder continuar a fazer e a agir de acordo com aquilo em que acredito, não haverá força nenhuma mais poderosa: nem dinheiro, nem poder, nem chantagem. Nada. 

O facto de ser livre para tomar decisões baseadas naquilo que defendo é o que me torna uma pessoa com a consciência tranquila. 


sexta-feira, setembro 25, 2015

Toda eu sou Esperança

Dizem os cientistas que o meu corpo é constituído por células e que o que me corre pelas veias é sangue. Eu não quero duvidar de mentes tão brilhantes. No entanto, e dadas as situações que me têm apresentado, eu concluo que as minhas células são feitas de confiança. E esse valioso sangue que percorre todo o meu corpo é feito de esperança. 
De uma esperança que relembra todos os meus órgãos que o caminho se faz sempre em frente. Que não há nada mais poderoso que uma mente que tem fé, que acredita, que se enche de coragem em todas as lágrimas derramadas. 

Uma esperança que me faz bater o coração a um ritmo frenético e obriga o meu teimoso cérebro a dizer que ainda já muita magia pelo caminho. 
Até posso ser feita de células mas no dia em que me tirarem a esperança e a fé, não serei nada. Não quererei ser nada. Até lá serei tudo o que a esperança me deixar e irei até onde a fé me levar. E tenham cuidado: dizem por aí que a fé move montanhas. 

sexta-feira, setembro 11, 2015

Aos Meus

Escrevo-vos à luz de uma esperança que não sei de onde vem nem para onde me leva. Com umas mãos trémulas de incerteza. Com o coração apertado batendo a vários ritmos e intensidades.

Escrevo-vos para vos falar dos meus. Podia classificar os meus amigos mas não; eles não são só amigos. São os meus "tudo". São as pessoas que me aturam quando estou eufórica e não lhes dou sossego. São eles que me dão a mão quando me custa levantar. São eles que me abraçam quando o medo fala mais alto. São eles que me guiam quando o desespero me deixa sem norte.

São eles que sorriem e saltam comigo quando a vida me permite ser feliz. São eles que vibram tanto, ou mais do que eu com as minhas vitórias.

São eles, os meus, os maiores, os melhores. São eles, os meus tudo que me deixam a certeza que amanhã o dia será melhor, mais sorridente, mais lindo. Acima de tudo, mais leve.

São eles, os meus tudo, que me fazem acreditar. Que me fazem continuar. Que me acalmam o sentimento de revolta e de injustiça. São eles que me devolvem a gratidão e me relembram que estou cá para ser feliz.
São eles, os meus, tão meus, tão bons, tão grandes, tão maravilhosos, tão únicos, tão especiais. Tão meus...

quinta-feira, setembro 10, 2015

Calma, ainda temos bons profissionais!

Bons profissionais são aqueles que nos acolhem. Que nos ouvem e que sabem que ali, à frente deles, estão pessoas. Por mais objectivos que tenham de ser, eles não perdem a sensibilidade necessária para lidar com quem lhes expõe todas as feridas. 

A vida não é triste. Tem horas tristes. Também não é má. Mas tem horas muito penosas. E é nestas alturas em que a confiança e a capacidade de superação têm de falar mais alto. Têm de ser mais fortes ainda! E isto só é possível quando podemos confiar nas mãos que nos ajudam, nas almas que nos orientam. Nos olhares de compreensão que nos serenam.

Sei que a vida tem sido cabra comigo. Perdoem-me o termo mas tem sido demasiado cabra. Ainda assim, resta-me a gratidão de estar rodeada por profissionais excelentes. 

Por pessoas que sabem muito bem o que andam a fazer no seu trabalho. Pessoas que sabem lidar com outras pessoas. Por pessoas que sabem orientar, explicar, ouvir e dar espaço. Por pessoas que sabem tocar nas feridas, que ajudam a sarar cicatrizes. Pessoas que param e se sentam ao nosso lado apenas. 

Pessoas que "sabem bater com a mão na mesa" para nos fazer desabar e de seguida renascer. Pessoas que ficam ali, a torcer por nós, a partilhar as nossas incertezas, medos, revoltas e que mesmo assim, mantêm confiança em nós. 
Pessoas que sabem ser verdadeiros anjos quando é disso que se precisa. Pessoas que sabem que ser bons profissionais não é encher os melhores currículos de coisas que raramente fazem falta. Bons profissionais sabem como encher o coração e sarar a alma de quem os procura

Bons profissionais são as pessoas que nos acolhem com lágrimas de desespero e só se despedem de nós quando já temos, maioritariamente, lágrimas de gratidão. 

Obrigada, Dra Andreia Santos. 

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