terça-feira, março 31, 2015

Trapézio das Finanças

Quando vejo o desnorte colectivo desta sociedade não sei se choro ou se fujo. Quando vejo a quantidade de dedos apontados a esta geração nova, não sei se os morda ou se os corte às postas. 

O certo, e mais do que provado, é que eu, uma dessas pessoas que rotularam como desinteressadas que não querem trabalhar nem se sujeitam a nada, moro sozinha há dez anos. Por minha conta há cinco. Não tenho ninguém que me arranje um tacho. 
Vivo permanentemente a equilibrar-me com trabalhos precários, mal pagos. Empregos em que por meia dúzia de trocos nos exigem aptidões que nem os nossos superiores têm. 
Vivo em permanente cálculo das despesas que tenho e do que preciso abdicar para conseguir chegar ao fim do mês. Não janto fora sempre que quero, não saio sempre que me convidam. É cada vez mais raro fazer isso. 
Acordo todos os dias com o pensamento de que é hoje que vou mudar a minha vida. E um dia será mesmo o tal. O dia tal. Aquele em que vou provar a mim própria que finalmente consegui. 

E vou provar a todos aqueles que me apontaram o dedo e me acusaram de ser uma das que pertence à tal geração dos que a nada se sujeitam e que ficam à espera que o emprego lhes caia do céu, que afinal, eu até sei viver.  E lutar. E pelo caminho também sei incentivar. Não critico. Acredito em nós. 

Eu sei que somos nós, esta geração, que vai provar o que é saber viver em guerra com o limite zero do cartão de débito (crédito já não é para nós). Sei que somos nós que vamos calar a boca de muitos que tanto nos criticam alegando que não queremos trabalhar. 

Somos uma geração com as portas fechadas mas com força para derrubar portões. Eu já furei alguns. Se não vencermos pela inteligência, venceremos pela persistência.

Não baixo os braços. Seja aqui ou na China. Desistir não faz parte do meu dicionário. E depois de aprender a desdobrar-me nas mais variadas posições e a equilibrar-me no trapézio das finanças, é pouco, muito pouco, o que me assusta na vida. 

segunda-feira, março 30, 2015

Uma questão de Força

Gosto muito de falar com pessoas que saibam o que estão a ouvir e mais ainda daquelas que sabem o que dizer. 

Hoje, em conversa com uma pessoa que admiro muito e que me expunha uma daquelas verdades cruéis, dei-me conta da imensa resistência que o ser humano tem. 

Às vezes passamos por momentos de provações tão duras e dilacerantes que eu não sei como saímos vivos. Vivemos momentos de um sufoco extremo. Presenciamos catástrofes de toda a espécie que afectam as pessoas que nos rodeiam. Mas ultrapassámo-las. E com isto só posso dar razão àquele autor que diz que só sabemos que somos fortes quando a vida nos obriga a tal. 

E eu concordo com ele. Não temos noção da força que temos até sermos confrontados com situações que nos exigem força, resiliência, atitude e coragem. E a verdade é que somos capazes de suportar. Cada um à sua maneira: uns vão de punhos cerrados, outros perdem o sorriso, outros ultrapassam a chorar. Mas a gente ultrapassa. A gente percebe que realmente a vida é mais um conto de factos do que um conto de fadas. Mas a gente ultrapassa. Com ou sem ajuda. E convém não esquecer que nunca, nunca estamos sozinhos. E que não existe problema nenhum em pedir ajuda. 

A tempestade passa. Surgem dias mais calmos. E ficamos com a certeza de que as cicatrizes definem o que somos: somos seres capazes de suportar, somos seres que não desistem. Somos humanos com mais resiliência. Deixamos o mar acalmar e respiramos porque a tempestade passou. É possível que tenhamos receio mas, inevitavelmente, estamos mais preparados para a próxima batalha. 
Porque é isto que somos obrigados a fazer: a viver em permanente equilíbrio entre momentos de felicidade e momentos de tempestade. Encarar ou fugir dos problemas depende unicamente da escolha de cada um de nós. 
E lá à frente, mais lá à frente, a nossa escolha vai fazer todo o sentido. Sejamos bravos para enfrentar e persistentes naquilo que faz o nosso coração vibrar. É daí que vem a força que nos incentiva a conquistar o mundo. 

sábado, março 28, 2015

Eu e tu = Nós

Aquela mão que aperta a minha quando todo o mundo se queixa que ela está fria. Aquele abraço que me acolhe quando a incerteza domina e quando a felicidade me deixa eufórica. 

Aquele olhar que não precisa de palavras mas que tudo diz. Aquele sorriso que, silencioso, transmite o que não podemos deixar de eternizar. Aquela garra que não sei de onde vem mas que me faz acreditar após cada desilusão. 
Aquele beijo que me cala os pensamentos e me coloca apenas no presente. No momento que é tudo o que temos. 

Não gosto só de ti. Gosto de mim e gosto de nós. Gosto de quando rimos do que somos, do que fazemos e da facilidade de não termos de explicar nada a ninguém porque só nós sabemos o que somos, o que queremos, o que temos. 
Gosto de nós. De quando o mundo pára para nos ver viver. E sorrir. E dançar. E cantar bem alto. 
Gosto. Gosto muito de nós. De mãos entrelaçadas, de camisolas partilhadas. De lembranças eternizadas. 
Gosto de nós quando discutimos mas gosto mais quando baixamos os braços à batalha irrisória e lamentamos os minutos que perdemos de felicidade estando chateados. Gosto quando sabemos remar para o mesmo lado e quando fugimos da chuva que teima em molhar-nos. 

Gosto de nós. Ontem e hoje. E é só o que é preciso. Ontem é história. Hoje é felicidade. 
E amanhã? Amanhã é esperança de que continuemos a saber amar como crianças num amor de adultos. 


quarta-feira, março 25, 2015

O dia em que decidi Emigrar...

... para Marte! 
Há pessoas que lutam todos os dias por um objectivo, por um sonho, por um ideal. Todos os dias se mentalizam que no meio de tantos "nãos" e de tantos Puxões de tapete vai chegar o sim. Vai chegar. Sem cunhas, sem ilusões. Sabemos que vai demorar mas não perdemos a esperança que chegue. 

Há pessoas que não deixam de ser elas próprias para conseguirem o que querem. E não passar por cima de ninguém nem usam esquemas. 
E então chega o dia em que nos perguntam numa entrevista de emprego se queremos ter filhos. (Nada que não soubéssemos que acontecia), Mas depois de respondermos que ter filhos não faz parte dos nossos planos, vem a pergunta mais surreal que pensei ouvir: "E se engravidar, o que faz?" Foi nesse momento que dei aquela entrevista como perdida. Irremediavelmente perdida. Dei conta que nem eu própria pus essa questão em cima da mesa. "E se acontecer?" era a pergunta que continuava a sussurrar nos meus ouvidos. 

E pronto, foi o dia em que esmoreci na luta. E passei dois dias incrédula com 70% do que ouvi em vinte minutos. Depois passei mais uns tempos onde me apeteceu escrever uma carta ao Pai Natal. Outra a Madre Teresa de Calcutá. E outra ainda a algum político honesto. Lembrei-me, mais uma vez, da utopia do meu desejo. 

Gostava de saber em que altura perdemos o Norte. Os valores. O respeito pelas escolhas das outras pessoas. Gostava de dizer à pessoa que me entrevistava sem nunca olhar para mim, que teria o bebé. Não porque o planeei ou porque sou contra o aborto. Tê-lo-ia porque queria e isso não faria de mim menos profissional. Sabem quantas mães conheço? Quantas dão tudo o que têm pelas suas carreiras porque têm filhos em casa para educar e criar? Sabem a quantidade de mulheres que vejo deixarem os filhos na escola e  que passam um dia a trabalhar nas condições mais adversas onde são criticadas e humilhadas porque resolveram ser mães, mas mantêm o sorriso? 

Senhores administradores das mais conceituadas empresas: eu não sou mãe. Não pretendo ser. Mas defenderei sempre que as mulheres são livres de tomar essa opção. E que ser mãe não significa ser menos profissional; às vezes até significa muito mais. Ser mãe significa que há alguém que depende do seu suor, do seu trabalho. Há alguém em casa que as admira e quem elas nunca querem desiludir. Uma mãe sacrifica-se a trabalhar mais horas e com mais afinco. Não podem ceder ao luxo de tomar decisões de ânimo leve ou simplesmente faltar ao trabalho. 
Ser mãe não significa ser menos mulher, ser menos profissional. Mas isto sou eu que tenho os valores no alinhamento certo. Sou eu que, mesmo não sendo mãe, defendo o direito de quem o quer ser sem ter de perder empregos. 

Houve um dia em que quis emigrar... para Marte. Aqui não fui feliz. 

terça-feira, março 24, 2015

No Sábado foi assim

Só vivemos uma vez. Mas se vivermos da melhor forma, uma vez é suficiente! 
Anos 80! 

domingo, março 22, 2015

Lista de Tarefas de Domingo:


Valorizar as pessoas (hoje e sempre).
Aproveitar para relaxar.
Estar apenas com quem nos sentimos bem. 
Sorrir. 
Conviver. 

Reunir forças para a semana que se avizinha. Para lutar, para acreditar. 
Hoje abraçar pessoas. Durante a semana abraçar oportunidades. 

sábado, março 21, 2015

Poesia

Para comemorar o dia da Poesia, solicitei aos meus amigos que me dedicassem um poema. Aqui fica o mais especial. 

"No dia que deus marcara

Uma flor selvagem nasceu

Frágil e linda,olha,que flor tão rara

Por nada ser ao acaso,assim aconteceu

-Entre dias de sol e dias mais cinzentos

Com destino traçado,essa flor cresceu

Sem querer quebrar e com próprios pensamentos

Com raiz fortificada nunca o rumo perdeu.

Hoje é uma árvore,linda e forte

Na amizade traz um lema

Como amigo,a ti,convoco a sorte

Faz da tua vida um lindo poema..."

sexta-feira, março 20, 2015

Estás aqui para seres feliz!

No dia em que se comemora a felicidade permitam-me partilhar convosco um anúncio que diz muito do que acredito sobre o que é ser feliz! 

"Quando olhamos para trás só recordaremos as coisas boas." 

Estás aqui para seres feliz! 

quinta-feira, março 19, 2015

Ao Pai

Ao Pai: 
Ao meu Pai. 

Ao homem que sempre me ensinou a aceitar o que não posso mudar e me incentivou a ser o que eu quiser. Ao homem que todos os dias enfrenta a vida de cabeça erguida e que eu nunca vi deixar nenhuma batalha a meio. 
Ao meu homem que será sempre o meu grande amor. O meu pilar. O meu aconchego. 

Ao homem que me abraçava e me chamava "palerminha". Ao homem que me ama mais do que qualquer outro no mundo. E de uma forma única, arrebatador e singular. 
Ao homem que me enche de orgulho quando falo ou penso nele. 
Ao meu pai, meu herói, minha vida, minha inspiração. 

Todos os dias são nossos, pai. Todos, mesmo aqueles em que não estamos juntos. Todos os minutos são preenchidos com amor, seja de sorrisos ou lágrimas. 
Mas hoje, só hoje, deixa-me agradecer à vida pela oportunidade que me dá ter-te comigo e seres o homem que mais amo e mais amarei na vida. 
E permite-me agradecer-te a ti pela tua luta diária e pelo teu carinho desmedido. E prometo-te que não vou desistir. Por ti, por mim, por nós. 

Amo-te.

quarta-feira, março 18, 2015

Aonde a Fé Me Levou

Hoje andei por aqui. 

Fui agradecer ter sobrevivido à tempestade e pedir protecção para os próximos tempos. 

Alguém sabe por onde andei? 

terça-feira, março 17, 2015

O Empréstimo da Vida

Parecemos donos do tempo mas não somos. Parecemos donos da nossa própria vida mas nem isso. Parecemos donos e senhores de nós próprios mas não é verdade. E chega o dia em que a vida, essa professora nata, nos demonstra que nada temos. Emprestam-nos uma casa, uma família, amigos, colegas, trabalhos. Emprestam-nos, leram bem. Porque chega o dia em que começamos a perder uma ou outra peça. Umas perdas mais dolorosas do que outras. 

Um dia a vida encara-nos de frente e começa a mostrar-nos que já nos deu muito. E que agora somos nós que temos de mostrar o quanto merecemos as coisas que ela, gentilmente, nos deu. 

E então exige de nós uma determinação e uma fé inabaláveis. Coisas que aprendemos a ser; coisas não vêm connosco no manual de competências que nos deram à nascença. Uns resignam-se, outros lamentam-se. Há os que se revoltam, os que sofrem e se vitimizam, mesmo tendo quem lhes aponte o caminho para se tornarem pessoas mais felizes e mais capazes. 

Mas a verdade, aquela derradeira verdade, é que a vida não nos dá nada. Ela emprestou-nos tudo. E ensina-nos que não devemos tomar nada por garantido: os pais podem partir, a cara-metade pode deixar-nos, os amigos cansam-se de nós. Os trabalhos e empregos acabam. E o que sobra? Sobramos nós. Sempre nós! E sobra o essencial para conquistar tudo novamente. Sobra o essencial para ganharmos novos horizontes, novas aventuras, novas realidades. Sobra a humildade para tentar recuperar o que a vida nos quer levar. Sobra atitude para lutar pelo que não se quer, a todo o custo, perder. 

Um dia a vida ensinou-me que nada acontece por acaso. Ensinou-me que o mundo é um lugar para todos. Ensinou-me que não temos prazo de validade mas temos tempo determinado. E não há momento certo para cada coisa. Há o agora. E o agora é tudo o que precisamos para agarrar o que nos faz feliz. 
Aproveitar cada momento para fazer o que mais gostamos ou estar com aqueles que amamos é a maior de todas as dádivas. Depende unicamente de nós seguir este caminho ou continuar a lamentarmo-nos e não procurarmos resolver o que nos impede de viver de acordo com o que queremos. 

Há alguns anos aprendi a ser feliz. E posso dizer-vos que fui mais feliz nos últimos cinco anos do que em toda a minha vida. Curiosamente, fui mais feliz nos anos mais difíceis, nos que mais perdas sofri. Porque foi aí que aprendi que a vida é fugaz e que não importa o que nos acontece; importa o que fazemos com esses acontecimentos. 


segunda-feira, março 16, 2015

O Meu Poema

Fui desafiada no Facebook pela Manuela Calheiros a publicar o meu poema preferido. Podia enaltecer muitos dos excelentes poetas e poetizas que mais admiro. Mas partilho o meu, o que mais significa para mim. Tinha eu 16 anos quando o escrevi. E parece que foi ontem. Só prova que vivo de acordo com o que defendo e sou fiel aos meus princípios. 
Deliciem-se! 

"Quando o Sol não brilhar
E sentires que tudo é triste;
Lembra-te que estou aqui
Somente para te ajudar
E para te provar
Que o amor existe.
Quando a tua vida mudar
E pensares que não vale a pena viver
Lembra-te que estou aqui
Somente para te ajudar
E demonstrar-te que podes vencer.
Quando as estrelas
Deixarem de te iluminar
E tudo na tua vida
Se tornar desilusão,
Lembra-te que estou aqui
Somente par te ajudar
E demonstrar-te que vives no meu coração.
Quando estás disposto a ajudar,
E, no fim, recebes ingratidão,
Lembra-te que estou aqui
Somente para te ajudar
E para te provar que nada foi em vão.
E quando, finalmente, um dia
Os teus sonhos conseguires realizar,
Lembra-te que estarei a teu lado
Somente para te felicitar
Sem, nada em troca, esperar!"

Poema publicado em 3 de Junho de 2003

sexta-feira, março 13, 2015

Dançar Faz Bem ao Cérebro! Descubra por quê!



Eis um artigo que demonstra mais um benefício de dançar. Além dos já divulgados e vincados benefícios físicos e sociais, a dança apresenta-se como uma modalidade que pode ajudar a reduzir o risco de doenças como Alzheimer. 

Cliquem aqui. Há curiosidades que valem a pena!  

quinta-feira, março 12, 2015

Atitude!


Quando a vida nos puxa o tapete temos duas opções: ou vamos para a frente com tudo o que temos, ou deixamo-nos cair, estridentemente, no chão. 

Qualquer uma das duas é válida. A segunda pode ser boa para nos libertarmos do quanto estamos a sofrer. A primeira, melhor aceite socialmente, pode ser boa para arregaçar as mangas e resolver o assunto pendente. 

E quando não podemos resolver nem deixar de pensar no murro no estômago que nos deram? Quando o mundo continua a girar e nós já não sabemos com o que contar? 

Chegou a noite, finalmente. A noite onde deixarei cair tudo. A angústia, a revolta, a tristeza e todo o peso que o hoje me trouxe.

Amanhã é outro dia. E sei que amanhã não vou considerar o problema de forma tão intensa mesmo que ele seja, por si só, grave.

Porque no fundo é isto que pessoas como eu fazem: procuram respostas, abalam-se, sofrem mas sabem, como muito poucos, sacudir a poeira e seguir em frente.
A vida não acaba aqui e o futuro não passou a ser incerto só agora, sempre o foi. 

Já ouviram falar de fé? Parece coisa pequena mas já me deu muito. E sei que continuará a guiar-me de hoje em diante. 


segunda-feira, março 09, 2015

Metamorfoses da Vida

Há dias em que precisamos parar. Desligar do mundo e ouvir apenas a nossa consciência.
Hoje fui a um dos sítios que mais tranquilidade me dá. Ouvi falar de flores, de casamentos, de jardins. Do tempo. 

Sorri com muitos comentários de pessoas que nem estavam a falar comigo. Sorri para mim. Sorri comigo própria. Lembrei-me que tal como na Primavera, novas flores aparecerão. Que o Sol volta sempre a brilhar. Que o tempo fica mais quente. E então respirei com mais calma, com grandes (in)certezas. 


As estações da vida são mesmo assim: é preciso deixar cair o que nos pesa, o que apodrece em nós. É essencial fazer o luto do que caiu e enfrentar os dias cinzentos. Os ventos, as chuvas torrenciais. Todos esses momentos são necessários para preparar o terreno para receber novas flores, novos dias, novos começos. E fazer por merecer todas essas dádivas que a vida nos dá. 

Hoje podia estar triste porque é segunda-feira. Mas estou feliz porque a minha vida é um jardim: permanecem apenas as flores que querem, não as que eu determino. 
Se eu corro atrás das borboletas? Não. Deixo-as ir livremente. Porque quando se quer ir, já há muito deixou de querer ficar. 

domingo, março 08, 2015

Às Mulheres com M maiúsculo: as que Mais Admiro

Hoje eu poderia enaltecer grandes factos históricos e mediáticos onde as mulheres assumem o papel principal. Mas esses já todos conhecem. 
Hoje partilho convosco as mulheres que mais me inspiram na vida. As que mais admiro. Aquelas em quem eu penso quando preciso de orientar as ideias e colocar o coração a bater pelas coisas certas. Estas mulheres fazem, todos os dias, notáveis gestos. Daqueles que não aparecem nos noticiários nem estão divulgados nas redes sociais. 
Todas tão diferentes mas tão lutadoras e genuínas.

Em primeiro lugar partilho convosco a imagem do meu dia: 

Esta linda mulher chama-se Andreia. Gosto da forma como ela encara a vida, como se agarra às coisas tão boas que a vida lhe dá. Gosto da sua entrega aos seus próprios projectos, da sua energia. Sou suspeita mas, para mim, esta mulher que não precisa de elogios porque sabe bem o valor que tem, é uma das mulheres que me faz acreditar que vale a pena lutar pelo que queremos. 
A Andreia não espera que as coisas caiam do céu, ela traça o seu caminho. E que bom que é vê-la atarefada entre as coisas que mais lhe dão prazer. Já lhe agradeci hoje por existir? Obrigada, Andreia. Admiro-a muito!


 A Ceci. Esta é uma mulher belíssima e apaixonadíssima pela profissão. Admiro-a porque entre as mil e umas injustiças que sente, continua a dar o seu melhor. Todos os dias se levanta para ajudar os seus "velhinhos", para me ajudar a mim, muitas vezes. 
É uma menina-mulher a quem a vida roubou sorrisos. Mas é também um vulcão cheio de garra e determinação. O caminho faz-se caminhando, minha Ceci Sexy, e tu percorres o teu de sorriso no rosto mesmo que o sistema de saúde te revolte ou que sintas que a vida te puxa o tapete. És mais forte e estás a um passinho pequenino de vencer de vez a tua maior dor de cabeça. Estou aqui e gosto de estar porque vejo em ti uma força de vencer e um sentido de responsabilidade invejável (no bom sentido). Já te disse hoje que te admiro? Obrigada Cecília por me mostrares que é possível ser doce e sorridente no meio da tempestade. 

 A minha prima Celine é uma mulher muito atenta à vida. Sabe, desde cedo, que o mar de rosas de que falam os contos da infância não existe. Mesmo assim continua a ser a pessoa mais activa, mais desenrascada, mais impulsionadora do grupo. É, na minha simples opinião, a pessoa com o sorriso mais puro que eu conheço. Gosto muito de ti, prima e por isso, eu queria tanto estar contigo. Para te abraçar e, em silêncio, agradecer-te por existires e por tanto me ensinares com a tua forma de ser tão resiliente. Já te disse hoje o quão especial és para mim? Admiro-te muito. 


 Esta mulher tão bonita parece que saiu de um filme. Lutadora e muito ponderada. É difícil passar por ela e não ser contagiada com a sua boa disposição e energia. Todos os dias é mãe, filha, avó, mulher, esposa, directora e amiga. E mais outras tantas coisas boas que não consigo caracterizar. É especial. Leva o mundo no coração e vê a vida com cores que só ela consegue. 
Já te disse hoje que te admiro, querida Deolinda? Continua a crescer e a voar. É bom ver e sentir por perto mulheres como tu. 


Desta grande mulher chamada Lili bastava colocar esta fotografia que diz tudo. Uma mulher que acredita no melhor das pessoas, que luta (literalmente) contra as injustiças, que valoriza a família e as pessoas acima de tudo. Uma mulher que me ensinou que o melhor das pessoas nem sempre se vê mas está lá. Uma mulher que me estendeu a mão e que me relembra frequentemente que a vida dá voltas. Esta mulher além de ser fantástica, todos os dias luta por um país mais digno e por uma vida melhor para todos aqueles de quem ela gosta. 
Lili, já te disse que ainda existem princesas? Admiro-te muito! 


Fernandinha do meu coração, a mulher que leva o mundo à frente e que torna os dias mais alegres a todos os que a rodeiam. É um poço de bondade imensa, um coração que palpita ao som da felicidade dela e dos outros. 
Apesar dos percalços da vida, a Fernanda continua a percorrer um caminho de bons sentimentos. Continua a espalhar alegria e a incentivar meninas como eu a tornarem-se mulheres de garra. Continua a saber agradecer as coisas boas que a vida lhe dá e também continua a saber sorrir no meio das pequenas tempestades. 
Fernandinha, já te disse que és uma fonte de inspiração para mim? Admiro-te muito. 


 A minha Leninha tem sido abalada pelos golpes mais duros da vida. Aquele coração continua a bater em função do bem. Aquela vontade de trabalhar com os seus "velhinhos" é um sonho que, felizmente, não a abandona. A forma relativamente descontraída e quase heróica como tem vindo a encarar o seu "calcanhar de aquiles" é um factor de grande admiração para mim. E este sorriso, querem que vos fale dele? Leninha, já te disse hoje que te admiro? Digo agora: admiro-te muito! 


 A minha maninha Mariana é a pessoa que mais me dá colo e ao mesmo tempo a que exige de mim uma maturidade que nem sempre sei se estou à altura de dar. Tanto é mana como é mãe ou filhinha. É uma menina a quem a vida roubou algumas coisas mas que nunca se resignou. Continuou e hoje é uma menina-mulher à procura do seu lugar no mundo. Não posso deixar de te admirar por coleccionares tantos "nãos" mas manteres a certeza de que a seguir vem o "sim". Não posso deixar de te dizer que te admiro, querida Mary(ana). 
 Da minha Xaninha levei, inicialmente um "não" assertivo. Mas pouco depois recebi o "sim" que mais me amoleceu. É uma mulher digna de um óscar. Todos os dias veste o seu sorriso, nem sempre rasgado, mas inteiro e sincero para quem o merece. Uma mulher que continua a viver de acordo com aquilo em que acredita, sem medo da opinião de ninguém. Uma grande mulher que sabe o que quer e para onde quer ir. E vai. Uns dias com mais vontade, outros com menos interesse, mas vai. E isso é o que importa porque ela sabe que é uma mulher de quem a felicidade não se esqueceu. Já te disse hoje que te admiro? Xaninha, admiro-te muito. 

A Daniela Simões é simplesmente a pessoa que me motiva, me inspira e me faz acreditar que é possível ser feliz a fazer o que se ama. E que isso é visível para os outros. É uma mulher muito empenhada e sabe valorizar muito bem as coisas lindas que a vida lhe dá. Pois que continue a dar muitas alegrias porque eu admiro-a muito. 


Grata por fazerem parte da minha vida e de mim! Sem vocês, os meus dias eram menos coloridos.

sábado, março 07, 2015

A Vida é um Sopro

Um ano sem ti. Um ano sem saber o som da tua voz, do teu cheiro. Uma ano em que apenas tinha uma certeza, a mais dura e cruel: a de que não voltaria a encontrar-te num desses acasos que a vida tantas vezes nos proporciona. 

Voaste. Prefiro pensar assim. Voaste para um sítio onde não existe dor nem sofrimento. Subiste o mais alto que conseguiste e, finalmente, deitaste-te numa nuvem a descansar. A olhar por todos nós que ficamos deste lado devastados com a tua ausência. Com a forma cruel e desumana que a vida arranjou para te roubar daqui. 

Foram dias duros. Foram momentos intensos que não posso esquecer. E nunca me perdoarei por não ter ido ao pé de ti naquele horrível leito e pedir-te que lutasses mais um pouco. Que não entregasses o jogo. Que não desistisses. Não me perdoo por não te ter dito que eras uma menina muito especial que sempre me deu um mundo cheio de sonhos. 

Não, não me perdoo. Há quem me diga que foi melhor assim pois o teu sofrimento era atroz. Outros dizem-me que morreste serena. Eu prefiro acreditar nestes. 

Tenho o coração ferido. Tenho a alma em pedacinhos sempre que me lembro que não peguei na tua mão. Sinto que devia tê-lo feito. Sinto que a vida passa demasiado depressa. Demasiado depressa como um sopro. 

Um dia subirei à tua nuvem e deitar-me-ei junto a ti. Sorriremos juntas. Voltaremos a tagarelar como o fazíamos por aí, num qualquer canto onde nos encontrássemos. 

Um ano que passou a correr. Dizes-me como estás? Diz-me que estás bem. E que esse coração finalmente repousou.

segunda-feira, março 02, 2015

Enquanto a Tempestade Não passa

É quando a gente sente que a tempestade está a acalmar que percebemos que a vida é constituída por fases. 
Por curvas estreitas e sinuosas que temos de percorrer com calma. Por rectas longas e pacíficas que devemos aproveitar e acumular todas as energias do mundo.

O que se segue às rectas? O que nos espera depois das curvas? O que fazer quando a tempestade não quer passar? 

Devemos sempre, sempre estar rodeados por pessoas que compreendem a nossa situação. 
Devemos procurar sempre as coisas, os sítios que nos fazem sentir melhor. 
Devemos parar, respirar e acumular toda a energia possível. 

Por nós. Pelos que precisam de nós. 

A tempestade passa. Ela sempre passa. Enquanto dura, a chuva pode toldar-nos a visão mas a nossa força encontrará sempre o arco-íris. 


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