quinta-feira, dezembro 15, 2016

Confio

Confio na firmeza de uma decisão.
Confio na incerteza do destino.
Confio no momento em que não sei se será sim, se será não.
Confio na vida.
Confio nas pessoas que me amparam.
Confio naquilo em que acredito, 
Confio naquilo que aprendo, naquilo que me entusiasma e me dá alento. 
Confio nos dias que passam rápido como o vento.

Confio nas madrugadas de luz,
Confio no abraço que a tristeza reduz. 
Confio na amizade. 
Confio na beleza de cada instante.
Confio nas estrelas mais brilhantes. 
Confio no caminho. 

Confio no sorriso.
Confio na intuição.
Confio na persistência.
Acima de tudo, confio no meu coração! 

segunda-feira, dezembro 12, 2016

Cada macaco no seu Galho

Ainda acredito que as diversas tarefas relacionadas com o marketing passem a ser encaradas como profissões e não como passatempos ou "qualquer um pode fazer". Na sua empresa colocaria um director financeiro a atender telefones o dia todo? É o mesmo q colocar o trabalho de um gestor de redes sociais nas mãos de quem as  entende apenas na óptica do perfil pessoal. 
Como eu costumo dizer: é enriquecedor conhecermos o trabalho uns dos outros mas "cada macaco deve estar no seu galho".

terça-feira, novembro 22, 2016

O Fulatriste foi ao Jardim


Neste dia soalheiro e frio de Novembro levei o "Fulatriste" ao jardim. E por lá fiquei a deliciar-me com uma narrativa incrivelmente cativante.
Os bons escritores são aqueles que conseguem explicar os conceitos mais complexos através das palavras mais simples. É o que acontece no livro "O Fulatriste faz as pazes com a Laura". Uma história escrita por alguém que entende a complexidade das emoções, das mudanças e das dificuldades de adaptação a novas situações. Um diálogo coerente, esclarecedor, acessível a todos os que tiverem a sorte de folhear estas páginas com ilustrações quase tão criativas quanto amnarrativa. 

Ao longo da história é ainda permitido extrair exercícios para aplicar a um quotidiano cada vez mais apressado, (des)humanizado como o que nos inserimos. Quotidiano sem tempo para falar de emoções, sem tempo para olhar para dentro e descobrir do que somos feitos . Sem tempo para aprender a gerir e a lidar com o que nos caracteriza.


Gostei tanto desta história! Uma história para crianças que faria maravilhas se suavemente penetrasse em muitos corações adultos. 

quarta-feira, setembro 28, 2016

Melhor do que ir, é regressar

Por muito bom que o paraíso seja, por muito que nos cative uma ou outra experiência, não há melhor sensação que a de regressar ao nosso cantinho, ao nosso lar, à nossa vida. 
Férias não são um luxo, embora muitas vezes sejam encaradas como tal. 
Ferias são um período necessário em que devemos desligar a ficha da vida real e deixarmos a vida fluir. Ou pelo menos devemos esforçar-nos por isso. 
São dias (quase) sem horários, sem obrigações, sem pressões. São dias nossos, em que devemos tratar de nós e permitirmo-nos ser aquilo que tantas vezes nos impedem ao longo do ano. Férias são os momentos de distração, diversão e alegria de que tanto necessitamos para continuar a luta laboral diária. 
Férias são mais do que dias sem nada para fazer; são dias em branco prontos para colorir com as cores, sabores e experiências que nos forem encantando.
São dias recheados de surpresas boas, de sorrisos intensos e de histórias com aroma a protector solar e creme hidratante. 
Férias são aqueles momentos que nos permitem ter a certeza que por muito bonito que seja qualquer canto do mundo, nada se compara ao nosso lar. Ir foi muito bom mas, embora com saudades do que se deixou,  soube muito melhor regressar. 

quarta-feira, agosto 31, 2016

Um agradecimento


Ao meu dia. À minha vida. À minha forma descontrolada e organizada de ver a vida. 
Aos meus. Os amigos, os colegas, a familia. 
Às adversidades, às realizações, aos sonhos, à saúde, à ambição, à felicidade. 
Às minhas tão grandes certezas, às minhas emoções mais nobres e às atitudes mais acertadas. 
Um brinde e um agradecimento deste coração a cada ano mais grato por todas as coisas boas que partilhamos. 

sábado, agosto 27, 2016

Amemo-nos

Estou gordinha. Tenho rugas, estrias e celulite. Tenho marcas e cicatrizes visíveis e internas. As minhas unhas já não são tão fortes e os cabelos brancos não perdoam. 
Sou impulsiva. Excessivamente emotiva. Choro com facilidade e aguento os soluços vezes sem conta. 
Não tenho roupas de marca. Nem carro topo de gama. Nem casa de praia. 
Mas tudo o que sou é tudo o que aprendi a gostar. E outras coisas vou aprendendo. Porque a certeza é uma e é muito objectiva: terei de me amar se quiser ser feliz. E eu quero. Muito. Entre uma taquicardia e as cefaleias; entre o pôr do sol num dia de Verão e as caminhadas íngremes, uma coisa é certa: vou procurando o melhor de mim, limando os defeitos, corrigindo os erros, esculpindo uma obra de arte a que chamo de vida. 
Às vezes, o desafio maior não está na estrada; está no nosso coração. 
Amemo-nos então!

sexta-feira, agosto 05, 2016

Sobre a felicidade

Não sei se a felicidade é feita de momentos, de pessoas ou de lugares. Desconheço se tem cheiro, cor ou aroma.
Não sei se há directrizes. Se são necessárias regras. Não sei se é feita de lugares, de monumentos ou de castelos de areia.
Mas sei, com toda a certeza do mundo, que é feita de esperança. E cada um a encontra à sua maneira.
Vou então procurar a minha.

terça-feira, julho 26, 2016

Às minhas duas avós

Há quem tenha dois amores e ache que em nada se assemelham. Eu tive duas avós e eram tão idênticas na forma como nos amavam.
Avós são  pilar determinante na vida dos netos. E bisnetos. E por aí fora. São uma fonte de amor inesgotável. São de uma doçura quase diabética e dotadas de uma cura superior a qualquer técnica cirúrgica ou médica.
Hoje as minhas avós aconchegaram-me como só elas sabiam. A avó da ponte deu-me o copo de água que aniquilou qualquer sinal de desidratação. Já a avó lá de cima deu-me aquele colinho à lareira que protege de todos os males do mundo.
E só quem tem um coração em carne viva sabe o quão maravilhoso é ter um carinho de avó.

domingo, julho 17, 2016

Por falar em FÉRIAS


Férias são férias e depois de alguns anos sem parar, esta semana decidi fazer apenas o que me apeteceu. 
Conheci o túnel do Marão, o "nosso Shopping", passei na ponte mais alta da península ibérica. Fui conhecer a aldeia mais especial de Vila Real. Festejei o tão desejado título de todos os portugueses nas últimas semanas: fomos finalmente campeões europeus em várias modalidades! Desejo que continuemos a acumular títulos indefinidamente! 
Fui ao meu Gerês do coração, aproveitei um dia com a família e terminei numa fantástica tarde de piscina. 

Depois de nove dias a vestir sempre o bikini, a usar óculos de sol e a percorrer sítios tão belos sob um calor abrasador, não sei como será o regresso à roupa, à rotina, aos horários. 
Mas cá vos nós: de baterias carregadas, de esperança renovada, de mangas arregaçadas. Cá vos nós de volta à rotina: trocando os chinelos de dedo pelas sapatilhas do ginásio, trocando os óculos de sol pelas lentes de contacto; substituindo o verde das paisagens pelo ecrã de um computador; desligando a música é passando a ouvir o toque do telefone. Amanhã é o dia. Vamos lá regressar e desejar que o choque não seja muito grande! 



quinta-feira, julho 07, 2016

Feliz dia do Chocolate


Se nunca sabemos o que vamos encontrar desejo que encontremos sempre a surpresa que for mais agradável para nós! 
Feliz dia do Chocolate!

Tic Tac da Esperança

Queremos mudar. 
queremos mudar tudo e rapidamente. 
Esquecemo-nos porém que a mudança deve ser fruto do planeamento, da observação e ponderação. 
Traçar um objectivo, escrevinhar um itinerário e persistir. Entre montanhas íngremes, entre planícies desgastantes, o segredo é persistir no que nos faz bem e ter coragem de desistir do que nos aprisiona. 

Já quis mudar o mundo. Depois quis mudar o meu mundo. Agora quero mudar apenas o que não me traz tranquilidade. Lutar pelo que nos faz falta: sossegar o coração sussurrando a doce melodia que cantam as almas que sabem que de um momento para o outro tudo muda. Gosto de acreditar que essa mudança é sempre para melhor. 

quarta-feira, julho 06, 2016

Obrigada Selecção

Perdoa-me Selecção mas eu não sei se acreditei em ti na fase de grupos. Não sei se roí as unhas por nervosismo, se por excitação.
Não acreditei quando vi empates, quando vi o cronometro avançar sem a bola tocar nas redes do adversário.
Não, Portugal, eu não sei se acreditei.
Mas ensinaste-me que às críticas negativas só nos afetam se nos deixarmos. Demonstraste-me que é no empenho, na ambição, no foco que reside o verdadeiro milagre. E foi em campo que calaste todos aqueles que não acreditavam. Foi no campo que marcaste, que suaste, que correste e que mostraste que o sonho é mais forte do que tudo.
Que me sirva de lição: podemos ter tudo contra nós, podemos sentir na pele as maiores injustiças, podemos não atingir os objectivos propostos logo na primeira, segunda ou terceira tentativa. Mas se acreditarmos, se nos concentrarmos e trabalharmos todos os dias no nosso sonho, os obstáculos serão vencidos aos poucos, a realização tomará o lugar da frustração e as lágrimas serão apenas de orgulho.
Não é na praça que se mede o valor de alguém. É no campo de batalha, na hora marcada, com o incentivo certo que se vê de que raça somos feitos.
Obrigada Selecção Portuguesa!

segunda-feira, maio 30, 2016

Perdoa-te

Perdoa-te pelas palavras ditas em surdina quando deviam ser ditas com assertividade. Pelos risos tímidos que deviam sair em gargalhadas sonoras. Perdoa-te pelos murros na mesa que não deste. Pelos "nãos" que não tiveste coragem de proferir. Pelos gritos que prendeste na garganta.

Perdoa-te pelas incertezas que te corroem e pelas preocupações que te consomem. Pelos desassossegos que te assaltam. Pelas fragilidades. Pelas vezes em que meteste a pata na poça. Pelas vezes em que feriste alguém.
Perdoa-te pelas vezes em que te julgaste. Pelas vezes em que te maltrataste em função do que esperavam de ti. Pelas vezes em que colocaste os interesses dos outros acima dos teus sonhos. 

Perdoa-te pelas lágrimas derramadas. Perdoa-te pelas vezes em que pensaste desistir, pelos momentos em que baixaste os braços. Pelas vezes em que a tristeza te tomou o coração. 

Perdoa-te, perdoa-te. 
Perdoa-te porque é tudo isto que te torna um ser imperfeito, humano. É tudo isto que te distingue da capa, da fachada que vigora na sociedade. É tudo isto que faz de ti alguém sensível, compreensivo, responsável. Perdoa-te pois não podes crucificar-te pelas atitudes que consideras menos boas, menos éticas. Não podes sufocar-te na avalanche de pressão que os outros te atiram.
Perdoa-te porque só perdoando conseguirás enxergar que nem tudo em ti são defeitos. Só quando deixares o perdão entrar no teu coração perceberás que, afinal, os erros que cometeste são apenas uma gota no oceano das tuas atitudes. Só quando te perdoares é que serás dotado de uma confiança que te permitirá ser mais por ti e menos pelos outros. Mais assertivo, mais capaz, mais descontraído, mais feliz. 
Às vezes não precisamos do perdão dos outros; precisamos apenas de nos perdoarmos a nós próprios. 


quinta-feira, maio 12, 2016

Feliz dia às "minhas" Enfermeiras!

Tenho várias amigas enfermeiras. Todas tão diferentes enquanto pessoas e enquanto profissionais. Umas mais terra a terra; outras mais atentas ao poder do carinho. Umas mais perspicazes, outras mais exigentes.
Todas são enfermeiras. Todas são profissionais quer exerçam, quer não. Todas são especiais. Todas são as "minhas" enfermeiras. E as minhas, para mim, são sempre as melhores.

quinta-feira, abril 28, 2016

A sorrir somos mais bonitos

Não penses, sorri. Põe o teu sorriso mais tímido, mais expressivo, mais sincero ou contagiante. Poe a tua vontade de sorrir acima de tudo: do tempo, do céu cinzento, das rugas de expressão, do carro que não pega... Põe todas as tuas forças e aposta todas as tuas fichas num sorriso a cada minuto.
Não tenhas medo de expressar felicidade ou alegria. Não temas que te considerem louco. Vai e faz. Vai e sorri. E se não correr como esperavas, sorri acreditando que algum dia vai correr melhor.
Sorri não porque é o dia do sorriso mas porque sorrir torna a vida mais leve.
Sorri pelo suave vento que te envolve a face, pela brisa com cheiro a mar, pela magia que está presente em cada dia que temos a sorte de viver.
Sorri sem medo. Sem culpa. Sem restrições.
Sorri. Porque a sorrir somos todos mais bonitos.

domingo, março 27, 2016

O dia de Páscoa

Da Páscoa nunca esperei muito. Nunca foi uma festa que me trouxesse alegria e deve ser a única que questiono enquanto religião. Já a vivi. Já procurei senti-la mas a verdade é que não consigo. Respeito todos os que a vivem e se esforçam por encarná-la da firma mais intensa possível. 
Para mim é dia de receber Cristo nas nossas casas. De juntar a familia que só conseguimos ver nestas alturas festivas. É dia de comer muito chocolate e outras coisas maravilhosas. 
É dia de alegria, dizem. E de renovação. Dia em que a fé assume o expoente máximo. Dia em que abrimos os nossos corações à esperança. 
Mas não é suposto ser assim todos os dias? Seja como for, vivamos o dia de Páscoa da melhor forma que conseguirmos. Com alegria, com companhia. Acima de tudo, com amor. 

terça-feira, março 22, 2016

O que o mundo precisa

Enquanto continuarem a ensinar aos mais novos que o amor é para os sonhadores e que demonstrar sentimentos é ofício dos fracos, o mundo estará sempre em perigo. 

Enquanto continuarem a educar crianças para serem sempre bem sucedidas sem as elucidar para as pedras do caminho que podem incluir alguns fracassos, o mundo estará sempre em desequilíbrio. 

Enquanto continuarem a oferecer presentes caros em vez de uma conversa e um abraço no final do dia, estarão todos a construir robots em vez de seres humanos. 

E um dia a bolha rebenta. 
Um dia vão gostar mais do ódio porque tem mais visibilidade.

Era tão simples contornar tudo isto se lhes tivessem ensinado os valores da amizade, do amor, da tolerância... 

O Mundo não precisa só de leis, de contas e de linhas geométricas. O mundo precisa de pessoas. De seres humanos com consciência, com atitude, com coragem. 
Só o capital humano salvará o que ainda há para ser salvo. 

Fonte imagem: Esta Não É Uma Página Qualquer

segunda-feira, março 14, 2016

Grata, Nicolau Breyner

Aí Nicolau, Nicolau que tão alegre que eras, hoje nos deixaste tão tristes. Há coisas que ainda não parecem reais. 
Sei que amanhã quando acordar o dia continuará igual mas eu estarei com menos fé na vida. Porque ela deixa partir os bons, os muito bons! 
A tua partida repentina fez-me lembrar do dia em que entrei na NBP, à qual deste orgulhosamente o teu nome. Já naquela altura sábias que Portugal tinha talento. Ecapostadte todas as fichas. E quantos artistas por ali passaram, quantos sorriram e choraram. Não só como atores mas como pessoas. 
Aí Nicolau, Nicolau... Como podemos agradecer que nos tenhas dado a mão, que tenhas acreditado em nós, que tenhas aberto caminho aos artistas desconhecidos deste país. 
Foi contigo que aprendemos a lutar, a sonhar, a querer, a acreditar. Foi contigo que rimos... Oh quanto rimos ... Foi contigo que aprendemos. Esse teu talento infinito, desmedido, desigual, excepcional. Quando eras bom, eras bom. Quando eras mau, eras melhor ainda. Mas o mais incrível era ver a persongem Nicolau Breyner percorrer os caminhos da vida da forma mais autêntica e genuína. Caramba, que orgulho ter vivido no mesmo tempo que tu e ter assistido à tua brilhante prestação. 

Gosto de ti, Nicolau Breyner. Gosto e gostarei sempre! Deixaste uma vida cheia de coisas boas e quem deixa tanto, não parte nunca. 
Fazemos assim: tu, onde quer que estejas, contínuas a inspirar e motivar pessoas e eu contínuo a lutar. Pode ser, pode? 

Grata, Nico. Muito grata. 
Até sempre! 


quinta-feira, março 10, 2016

O testemunho da minha Morte

"O dia mais esperado do último ano chegou!" - foi assim que ela iniciou um post do facebook.

Ansiou por este momento ao longo de todos os momentos desde Maio. Chorou. Chorou muito, com baba e ranho e revolta à mistura. 
Viu escapar todos os anseios de trabalhar no que ama fazer e naquilo em que é realmente boa. Viu fugir por entre os dedos as expectativas, a motivação, o sorriso e, por fim, a saúde. 
Sofreu. Sofreu muito. Sofreu calada e foi reduzida a uma boneca atrás de um secretária a introduzir dados. 

Ela sempre soube. Desde a segunda semana, ela sempre soube. Mas acreditou na pessoa que mais a acompanhou. Infelizmente acreditou na pior pessoa que podia ter confiado. 
Evoluiu enquanto pessoa, enquanto colega, enquanto amiga. Hoje está mais fria, mais desinteressada, mais triste. Hoje já não conheço a mulher que virava o mundo por um projecto, que acordava com objectivos e não parava enquanto não os concretizasse. Hoje é meia mulher, meia morta. Meia pessoa e meia máquina. 

Hoje posso dizer que mataram a minha amiga com constantes puxões de tapete. Com injustiças que querem que ela engula. Hoje sei que ela morreu. E que tem consciência que lhe roubaram o acesso a qualquer outro sítio. 
Mataram-na. E muitos assistiram e nada fizeram. 

Mataram os seus sonhos a troco de uns míseros tostões. Mataram a criatividade de um ser com um talento sem limites. 

Hoje é o dia em que eu quero fazer um apelo: 

"Sandrinha, volta à vida, por favor! Quem te merece não suporta ver tanta dor. E quem te mata não merece nem mais um esforcinho teu." 
Hoje quero festejar contigo o fim da tua decadência. Amanhã quero um murro na mesa e que a tua garra sobressaia." 

Foi este o testamento que me enviaram às seis da tarde. Foi este o testemunho de alguém que sabe que a minha vida perdeu todo o sentido. 

terça-feira, março 08, 2016

O Orgulho de ser a Mulher que Sou

Todos os dias me perguntam do que mais gosto em mim. Muitas foram as respostas. Mas há uma, principalmente uma que se adequa: a minha sensibilidade. É ela que me permite ouvir os outros, sentir o que sofrem e não os magoar (intencionalmente).
É a minha sensibilidade que me permite aproveitar todo e qualquer detalhe do quotidiano para ser feliz: uma tarde de sol, um final de manhã à beira-rio, a chuva a bater na janel a quando não se tem hora para levantar.
É ela, a minha sensibilidade sem tempo nem distância, que me permite ouvir sempre o meu coração e colocar a justiça acima de tudo. É a minha desmedida sensibilidade que me encoraja, que me faz sorrir e chorar sempre acreditando nas lutas que travo neste belo e por vezes tão desgastante mundo.
É a minha sensibilidade que me motiva, que me emociona, que me dá alento para continuar por caminhos que tantos outros já abandonaram. É ela que me assalta como um raio e me aperta a alma quando vejo coisas que nunca entenderei.
Posso um dia perder tudo mas só me darei por vencida quando me roubarem a minha sensibilidade. Até lá continuarei com o coração nas nuvens e os sonhos na lua. E feliz continuarei a brilhar e a deixar amor por onde quer que passe.

sexta-feira, fevereiro 19, 2016

Carta Aberta às Sandrinhas

Se eu pudesse dirigir-me a mim própria nesta altura era isto que eu diria e começaria sem dó nem piedade. Nua e crua:

"Estas sufocada. Triste e cansada. Já eu e todos os teus amigos notamos isso. Estás a absorver todo e qualquer sinal negativo; tudo o que te deixar o dia mais negro. Até aqui tudo normal, há milhares de Sandrinha assim.
Mas achas bem estares a viver desse modo tão ansioso e estressante se nunca ganhaste tão pouco? Achas bem estares a absorver tanta revolta, tanto desespero por não conseguires cumprir um prazo? Por não conseguires beneficiar as pessoas que te roubaram os teus objectivos ? Achas bem ir para casa chorar, berrar ou gritar com as pessoas que te querem bem? Achas bem dizerem-te que precisas de parar, de tomar vitaminas, de fazer os teus exames de rotina e tu dizeres que não tens tempo porque não podes faltar ao trabalho? Achas bem? Achas?

Achas bem sentires a frustração galopar cada dia mais quando te são dados objectivos mas não te dão acesso aos recursos para os atingires?
Achas bem dares tanto por quem não tem consideração nem respeito por ti?

Achas bem não teres vontade de estar com os teus amigos nem com as tuas crianças que tanto significam para ti? Achas bem não te apetecer acordar, vestir ou tomar banho? Achas bem sentires irritabilidade só porque ainda faltam cinco minutos para terminar o teu programa preferido?
Achas bem rejeitares convites para almoçar porque tens de ficar no escritório a trabalhar? Achas bem, achas? ACHAS?

Todos temos um limite. Ontem tiveste consciência que chegaste ao teu. Sem paninhos quentes e sem desculpas. Está na hora de dar a volta. De pensares em ti, de pensares na tua vida, nos teus objectivos, nas tuas pessoas. Nas coisas que mais te dão prazer. Recomeça essa procura pela tranquilidade que tanto apreciada. Recomeça a viver de acordo com os teus princípios, sem medo. Sem rancor. Sem comparações. Sem medo do desconhecido.
A vida é tão curta e tão breve. Tão frágil, tão sublime. Achas bem vivê-la do modo que tens vivido? Ou melhor, achas bem desperdiçá-la do modo como o tens feito? Não sei se tenho mais vergonha de quem te leva a isso ou do facto de tu permitirem que tal aconteça. Mas sei que é dia de viragem. E que aquilo que te dilacera está a chegar ao final.
És feita de carne. Não vivas como se fosses de ferro!

O teu pai todos os dias vence o cancro. Se te deixares morrer, já imaginaste o sofrimento dele? Se a tua mãe luta todos os dias para te dar um futuro melhor, já imaginaste a dor agonizante dela se tu morreres?

quinta-feira, fevereiro 04, 2016

Dia Mundial da Luta Contra o Cancro

Se eu pudesse pegava na varinha mágica e pintava os prados verdejantes. Sorria para as crianças enquanto tirava um coelho da cartola. 
Se me concedessem um desejo, nem que fosse apenas um, eu não queria o euromilhões. Não queria a vida perfeita. 

Se eu pudesse desejar algo com todas as minhas forças, eu sei bem o que desejaria: que o cancro morresse. Sem ele, eu sei que teria os meus por mais tempo e com mais saúde. 
Foi ele quem mais familiares me levou. Foi ele que me fez ver amigos da minha idade partir. Foi ele que matou uma parte de mim. Foi ele que me ensinou, a par de uma ansiedade cruel, que de um momento para o outro tudo muda. E que garantido é apenas o momento presente. 
Não somos nada mas ao mesmo tempo somos tudo. Não temos nada mas acabamos por ter uma grande riqueza: o tempo e isso significa que temos um bem precioso. 
Pensamos que temos a vida inteira e um dia ele assalta-nos. E destrói quem rodeia um doente com cancro. Mas também ensina de que matéria é feita a esperança. 
Mesmo sabendo que o cancro mata, eu arrisco-me a dizer que ele nos dá grandes chapadas. Das más. Das feias. E quem presencia uma luta destas, seja ela inglória ou bem sucedida, nunca mais é a mesma pessoa. 
Hoje em vez do coelho da cartola, eu gostava mesmo de matar o cancro. Assim,a sangue frio. Assim,sem dó nem piedade. Assim, matá-lo rápido. Aniquilá-lo. Perfurá-lo. Destruí-lo. Matá-lo simplesmente. 

terça-feira, janeiro 26, 2016

Mistura-te com o Bem


Rodeia-te pelos teus. Pelos que te querem bem. Pelos que prometem estar contigo aconteça o que acontecer. E efectivamente estão! 
Rodeia-te pelo que te motiva. Pelo que amas. Pelo que faz a tua alma sentir-se mais viva do que nunca! 
Rodeia-te por tudo o que encontras de bom. É isso que te dará forças para aguentar todo o mal que paira sobre ti! É isso que te vai dar força qusndo o mundo te puxar o tapete. 
São as boas energias que guardas no teu coração e são fruto do carinho que as pessoas nutrem por ti e também fruto daquilo que te dá prazer, que te vão salvar quando o pessimismo te seduzir. 
São as boas energias, as boas pessoas, as boas acções que te farão acreditar uma e outra vez mais. 
E eu bem o posso dizer: sou uma sortuda pela quantidade de coisas boas que me dão. E é isso que me faz lutar por um amanhã maus sorridente. 
Estamos junt@s?

domingo, janeiro 24, 2016

Seja feliz!

Está um dia lindo de Outubro! Ups, de Janeiro. E está um dia lindo para quê? Para exercer o direito de voto. Um direito que tanto nos custou a alcançar!  Com este tempo fantástico até nos dá mais gosto sair de casa. Saia, vá às urnas! Vote! Pelo caminho leve disposição para ver amigos, colegas, familiares. Conviva! Beba, sorria, dê espaço à felicidade. Deixe-a entrar na sua vida. Deixe-a mostrar o quão leve pode ser a vida. 
Saia. Respire os raios de Sol. Beba a alegria que paira no ar. Inspire motivação, expire frustração. 
Às vezes a nossa felicidade depende de muito. Outras chega-nos com pormenores. 
Saiba lê-la. Abra o coração. Dê voz à sua alma! 
Vá, vista a sua roupa preferida, coloque os brincos que tanto gosta. Use o baton que torna o seu sorriso mais expressivo. 
Saia, leve a simplicidade e aceite as coisas maravilhosas que esperam por si. 
Ainda há tanta magia por aí.

sexta-feira, janeiro 22, 2016

Coragem

Coragem não é aquilo que acontece quando te levantas com toda a força e lutas desenfreadamente por algo que tanto queres. Isso é motivação. 
A coragem é um suspiro calado. Pode estar envolto em lágrimas. Geralmente é um suspiro profundo. Coragem anda de mãos dadas com um pouco de tristeza e de desespero miudinho. Coragem é a inspiração profunda que fazemos quando o mundo nos rouba um sonho. Quando nos tira a lua. Quando nos deixa na noite escura. 
Coragem não se vê. Não se compra nem se vende. É um sentimento antagónico e desigual. Pode ser grito mas geralmente é silêncio. Pode ser voz mas geralmente é olhar. Pode ser força mas geralmente é a ausência dela. 
Pode ser tudo e nada conseguir defini-la. 
Pode ser o sorriso que se brota de manhã mesmo com a alma desfeita. Ou pode ser a oração que se faz à noite desejando que o dia seguinte traga a serenidade almejada. 
Coragem pode ser apenas deitar a cabeça na almofada, derramar uma lágrima e repetir para si próprio: "hoje não funcionou. Amanhã tento outra vez!"

quinta-feira, janeiro 21, 2016

*

A noite estava fria. Muito fria. Eu tinha os sonos completamente desorientados.
Lembro-me da roupa que vestia. Lembro-me de estarmos frente a frente a falar. Lembro-me do jeito desorganizado mas engraçado como arregaçadas e mexias nas mangas da camisola escura. Lembro-me de estar a beber coca-cola de uma marca tão rasca que conseguia ver de um lado para o outro do copo.
Das pessoas ao nosso lado? Não, não me recordo. Se havia música? Não faço ideia! Se o ambiente que nos envolvia estava pesado, não sei.
Só me lembro de nós. Dos nossos sorrisos tímidos e tão bonitos. Da nossa conversa agradável sobre assuntos tão delicados. Sobre assuntos que podiam ser verdadeiros obstáculos. E foram: os teus e os meus. Separaram-nos.
Mas naquele dia, eu não queria saber nada disso. Só sabia que se tu eras o abismo, então eu queria saltar. Se tu Fossés o paraíso, era para lá que eu queria voar.
Lembro-me de estar na rua e ter frio. Lembro-me de falar e ceder a impulsos. Lembro-me, como se fosse hoje da primeira vez que os nossos labios tocaram.
Já me arrependi mil vezes por esse dia ter existido.
Hoje lembro esse dia com carinho. O dia em que deixei o amor entrar. O dia em passaste a ser uma das pessoas mais importantes na história da minha vida.

terça-feira, janeiro 19, 2016

Perdoai-me porque eu errei!


Todas as terças feiras o meu coração segue para este cantinho. Um espaço reservado a país acompanhados por seus familiares menores.
É comum encontrar crianças por aqui. Às vezes consigo conversar com elas; ultimamente não tem sido possível.
Hoje, uma das que mais vezes encontro e com quem mais falo, fez-me perceber que errei. Enquanto me equilibrava entre uma perna e outra, num passe de magia para tirar as meias, ela aproximou-se de mim. Com aqueles olhos escuros, brilhantes e muito curiosos, olhou-me. Senti-me nua. Mais na alma do que no corpo.
 Entre uma expressão envergonhada e triste, a minha fiel observadora balbuciou quase em surdina: " não gosto de te ver chorar." Só então me dei conta que as lágrimas caíam. Limpei a face e não consegui dizer nada.
A menina não tirava os olhos de mim. Senti-me obrigada a sorrir. Então ela saltou e exclamou:"yes, consegui!"
E eu sorri mais e com mais vontade. Sorri de verdade. E ela voltando-se para a irmã disse: " estava a ver que vim à aula de natação para nada!" e apontando para mim continuou: "Se ela não me sorrisse."

Só ali, naquele singelo momento, percebi que ando tão  perdida na minha triste realidade que me esqueço que há sorrisos que dependem do meu. E pessoas por quem vale tanto a pena sorrir.
Perdoa-me, pequenina. Tenho uma semana para preparar o sorriso mais brilhante.

segunda-feira, janeiro 18, 2016

vamos sorrir? hoje pago eu

Uma das melhores sensações do mundo é ver o sorriso estampado no rosto de alguém! Principalmente se essas pessoas forem as nossas. Principalmente se soubermos que contribuirmos para o nascimento de uma expressão tão radiante.
Hoje é o dia Internacional do Riso. Mais do que nunca, convido-vos a sorrir. A rir. A soltar tantas gargalhadas e tão audíveis que incomodem todos ao vosso redor. E que os contagiem.
Muitas pessoas não conseguem rir. Não porque não saibam mas porque a vida lhes roubou essa capacidade. Convido-vos a sorrir por elas também. Por todas as pessoas para as quais o dia é sempre é sempre cinzento.
Hoje vamos distribuir sorrisos, sim? Não tenham medo de sorrir ao entrarem na padaria, ao entrarem ou saírem do trabalho, às pessoas mais importantes ou mesmo a desconhecidos.
Distribuam sorrisos ao porteiro do prédio. À senhora da caixa de supermercado, ao vizinho que não vos deixou dormir de noite por causa do volume exagerado da musica.
Sorriam, façam sorrir. Nao se acanhem! Não tenham medo.
Convido-vos a sorrir. Hoje pago eu.

quarta-feira, janeiro 13, 2016

Ela


E quando tudo à minha volta falha, ela salva-me sempre. Umas vezes de forma agradável; outras nem tanto. 
Mas é ela que me envolve, me faz soltar lágrimas desenfreadas e gélidas. É ela que me provoca murros no estômago, cólicas e soluços. É ela com os seus toques na minha alma que me leva do fundo do poço em direcçao ao céu. 

É ela que me abraça e me leva nos seus tons toda a tristeza que me corre pela pele. É ela que me provoca longos e contínuos arrepios. É ela que me faz gritar com a alma. Que me instiga o sentimento de revolta e me dá vontade de mudar alguma coisa. 
É ela que me diz que amanhã o dia pode ser lindo e que o nascer do Sol me reserva novas oportunidades de abraçar o mundo. De acreditar.
É ela que me acalma as feridas e me ajuda a repousar num sono tranquilo. 
É ela. Quando tudo falha é ela que me acolhe, me abraça e me diz que isto ainda não terminou aqui. É ela: a música.
E quase todos os dias, ela tem razão. 


segunda-feira, janeiro 11, 2016

Sejamos Gratos Àqueles Que Nos Fazem Felizes!

Quero hoje, mais do que nos outros dias, levantar os braços, abrir o coração e agradecer. 

Agradecer de forma sincera, simples e verdadeira. Agradecer pelas vezes em que seguraram o meu mundo. Agradecer àqueles que são o meu pilar porque gosto deles. 



Não vos quero agradecer pelos incontáveis momentos em que me limparam as lágrimas, que me ouviram, que se divertiram na minha companhia ou que vos fiz mais felizes. Não vos agradeço pelos abraços nem pelos mimos. 


Hoje só quero agradecer-vos aquilo que me faz mesmo bem. Que me mantém viva. Que me dá alento todas as manhãs. Que me levanta quando eu já sinto que estou a desesperar. 
Perdoem-me mas não vos vou agradecer por todos os esforços que fazem por mim. Nem por nada material que me dão. Não vos agradecerei prendas nem tão pouco os momentos doces. 


Hoje quero agradecer-vos só, só e apenas uma coisinha. Um pormenor que podia passar despercebido aos olhos dos mais distraídos. E aos corações mais distantes. 
Hoje nem sequer vos quero agradecer por existirem. 

Hoje só quero dizer: OBRIGADA POR GOSTAREM DE MIM! Porque é isso, só isso e principalmente isso que dá luz à nossa relação e justifica todas as nossas atitudes. 


Grata, muito grata por gostarem de mim. Pelo que sou, não pelo que aparento. 

quinta-feira, janeiro 07, 2016

Às Sofias

Quem vê o cancro no próprio corpo (ou de alguém próximo) e tem de aguentar o inimigo 24h sobre 24h, 7dias por semana, sabe o que é fé. Resiliência. Coragem.
E por muito que a tempestade passa, porque vai mesmo passar, nunca mais somos as mesmas pessoas. Mudamos para melhor. Confiamos mais. Relativizamos mais.
Ganhamos consciência que a vida é uma dádiva e garantido só temos o presente.
Acredita, Sofia Ribeiro. Acreditem todas as "Sofias" do mundo: os milagres acontecem quando continuamos a acreditar.
E mais importante do que tudo o resto é termos os ombros amigos quando choramos de dor e desespero.
Confia. Eu confio. Em ti. Em todas. Por tod@s.
Boa noite*

quarta-feira, janeiro 06, 2016

Sejam Felizes de Janeiro a Janeiro

Dizem que em Espanha hoje é dia de troca de presentes.
Em Portugal já foi há 15 dias mas eu contínuo a relembrar aqueles que me querem ouvir sobre a importância de ser presente e estar presente. E fazer questão de estar presente apesar da distância.
Não é preciso a folia da passagem de ano (ou não devia ser) para nos relembrar que todos os dias são dias para ser e fazer alguém feliz!
Sejam felizes, de Janeiro a Janeiro!

terça-feira, janeiro 05, 2016

A Pausa Milagrosa

A vida é feita de aprendizagens. Uma das mais gratificantes é aprender a parar. Desfrutar dos momentos de pausa. De momentos que nos tornem o dia mais leve.
E não precisamos viajar para o outro canto do mundo. Basta estarmos connosco. Estarmos bem. Estarmos em paz. Ou então, basta criarmos momentos que nos devolvam essa paz.

Hoje parei o tempo para beber um chá de frutos vermelhos, comer um pastel de nata e sentir os tímidos e fugazes raios de sol aquecerem o meu rosto.
Estou a viver um momento delicioso sem pensar nas dores de cabeça da manhã nem da confusão que será a tarde.
E acredito que é isto que ainda me vai dando força. A força de acreditar. De suportar e de superar.
Acredito que é o momento em que repousamos que nos dá vitalidade para viver e desfrutar do que ainda vem por aí.
Hoje parei o mundo. O meu mundo. Tenho-o na minha mão na simplicidade de uma chávena de chá.

segunda-feira, janeiro 04, 2016

De Volta à Realidade

Depois de um mês em que os feriados e o espírito festivo preencheu as mais distraídas mentes, está na hora de voltar à rotina.
Mesmo para as pessoas mais aplicadas e motivadas, este dia é revestido de alguma dificuldade de adaptação.
Hoje, o meu dia foi a meio gás. Acredito que a vida me deu uma nova oportunidade de amanhã entrar em 2016 com garra, com motivação, com alegria. Amanhã já não tenho antibiótico nem enxaquecas (espero eu). Amanhã já Não há desculpa para não arregaçar as mangas. E repetir para mim propria, quantas vezes forem necessárias, que tudo é passageiro. Que as injustiças podem fazer parte mas Nao têm de determinar a minha forma de trabalhar e de agir. Dizem que o mundo pertence a quem se mantém fiel aos seus princípios. A quem não tem medo de um "não". A quem sabe, melhor do que ninguém, levar um murro no estômago e resistir.
Não sei se quero que o mundo me pertença. Mas quero deixar algo de bom para um mundo no qual gostava de viver.
Deste modo, vou vestir o melhor sorriso, acreditar no que vai cá dentro e agir de acordo com o que sempre quis: vou tranquila. Vou confiante. Vou dar a volta. Vou bater com a mão na mesa. E vou fazer todo este tempo valer a pena.
Vamos voltar juntos à realidade? Respirar fundo ao acordar, ouvir a música preferida a caminho do trabalho, tomar o café que tanto se gosta. E trabalhar  como se fosse a nossa maior diversão.
E viver. Viver muito e viver bem. Viver de acordo com o que a vida nos dá. E nunca esquecer que a nossa paz só pode ser sugada se nós deixarmos. Aconteça o que acontecer.

domingo, janeiro 03, 2016

Há mar e mar... há ir e voltar

As luzes de Natal e os cânticos natalícios anunciavam a alegria que se avizinhava. Com as chuvas e os dias frios de Dezembro vieram também as dezenas de emigrantes que eu conheço. Vieram e encheram de luz o coração de país, filhos, amigos, colegas, conhecidos. Os lugares à mesa ficaram mais preenchidos. A pilha de louca por lavar acalentava o coração de uma mãe que vê as suas crias regressarem a casa.
Mas antes que as luzes se apaguem das ruas,  já a iluminação lá de casa se desvanece. Por este fim de semana, a triste realidade fez-se sentir e os "nossos" tiveram de regressar às suas vidas num país distante.
Para trás ficaram os lugares vazios, as roupas arrumadas, as lareiras demasiado quentes para corações desesperados de uma saudade que já se faz sentir.
Nos aviões de regresso aos seus países ou pelas estradas perigosas, são muitas famílias e, cada vez mais jovens, que levam as lágrimas nos olhos e um nó na garganta. Levam a certeza de um amor sem fronteiras mas também a frustração por serem obrigados a procurar estabilidade num país que não o seu.
Por cá fica a solidão tão difícil de preencher nestes primeiros tempos. E fica a saudade ímpar de quem foi privado de viver junto dos seus.
Desde pequena que oiço dizer" há mar e mar. Há ir e voltar". E é assim que vivemos o dia-a-dia: na esperança que o "lá "se torne cada vez mais perto e que os nossos estejam a aguentar o quotidiano o melhor que podem.
Dizem que o tempo cura tudo. Eu discordo. Há coisas que o tempo nunca curará: a saudade.

Àqueles que por estes dias me abraçaram, se despediram e que voaram em busca de condições que lhes permitam regressar às suas origens.

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