quarta-feira, abril 29, 2015

Dia Mundial da Dança


Às / Aos Melhores Bailarinas/ Bailarinos:  as/os que eu conheço. 

Hoje é o dia Mundial da Dança. E eu, bailarina amadora (mas com muito amor à arte) não perco uma oportunidade para dançar.
Desde sempre, a música e a dança fizeram parte de mim. Foram elas que me deram energia quando a dor falava mais alto, foram elas que me revitalizaram quando os tempos eram de pressão. Foi a música que me abraçou e a dança que me libertou.

Foi em 2013 que a dança reentrou na minha vida. Fiz a primeira aula de Zumba com uma professora que mantenho até hoje como inspiração, a Daniela Simões. Entrei na aula a medo, não fiz coisa nenhuma de jeito e saí a pensar que nunca seria capaz de abanar o que quer que fosse. Não sei se senti vergonha ou se senti apenas que precisava melhorar a condição física. No entanto, fiz da dança a minha terapia e quando perdi o meu emprego, foi a dança que continuou a salvar-me.
Actualmente ainda não trato a Dança por tu. Ainda há muitas coisas que não consigo fazer. Mas hoje em dia entro na aula com um espírito de diversão, relaxado mas atento e empenhado. Acima de tudo, consigo fazer o que sempre desejei: durante uma hora deixo os problemas fora do estúdio. Sou eu, a música, a dança e, felizmente quis a vida, pessoas espectaculares. Pessoas que são para mim verdadeiros presentes e que estão ali como eu: não para serem perfeitas mas para serem felizes.
A dança que sempre foi a minha terapia ajudou-me a perder muitos quilos. Principalmente quilos de pessimismo, de negação, de revolta, de tristeza, de solidão, de incerteza e de baixa auto-estima. Ajudou-me a ganhar força, resistência, alegria, vivacidade, motivação, energia, persistência. E felicidade, muita felicidade. Não apenas no estúdio mas na vida. Porque sempre me disseram que "quem não sabe dançar com os pés, deve dançar com a alma". E eu não sei fazer mais ou melhor do que meter a alma em tudo o que faço.
Hoje não vou zumbar. Hoje vou dançar pela rua, no trânsito, na estrada, no jardim. Hoje sou só eu e a dança. As duas de mãos dadas com a música numa melodia que só nós sabemos bailar.

quarta-feira, abril 22, 2015

Escolhi Valorizar-me (e assim valorizar quem me valoriza)

Quis a vida que eu me cruzasse com pessoas menos boas, com personalidades que chocavam com a minha. A uns tive de dizer Adeus, outros deixaram-me essa mensagem. Uns vão me suportando e outros adoram-me, apesar dos choques de personalidade. 
Quis a vida que eu passasse por momentos tristes e que eu escolhesse pessoas que não me fariam bem. Quis a vida que as desilusões fossem uma constante e que os puxões de orelhas se multiplicassem. 
Quis a Vida que eu caísse e fosse ingénua vezes sem conta. 

Mas o importante é que a vida também quis que eu resolvesse esse problema comigo própria. E que atenuasse esse meu instinto de querer fazer bem a toda a gente, de achar que toda as pessoas têm algo de bom que devo valorizar. 

Quis a vida que eu fizesse uma limpeza na minha alma. Uma aprendizagem ainda em curso mas da qual tenho colhido frutos e me orgulho. Uma aprendizagem que exige esforço, dedicação e muita paciência. 

Um processo que me permite valorizar quem, efectivamente, se importa, quem faz questão de estar perto, quem dá valor ao meu sorriso e quem está lá para segurar o coração quando ele teima sair pela boca. 


Hoje abracei pessoas só com palavras. Emocionei-me ao ouvir feedback. Chorei de coração completamente derretido com o carinho que me dirigiram. Deixei cair a minha capa de super-mulher e acolhi, com serenidade, todas as comemorações e recomendações. colhi também os silêncios tão significativos.

E então vou dormir tranquila. Com a certeza que os próximos tempos serão intensos mas que eu tenho tudo o que preciso: tenho a minha força, a minha resiliência e vontade de conquistar o mundo. E tenho, acima de tudo, aquelas pessoas que gostam de mim e que estarão sempre presentes. Seja em Terra ou no Mar. Seja aqui ou na China. Seja por telefone ou presencialmente. Seja a que horas for, sei que terão sempre um carinho para o meu ingénuo coração. 

Boa noite!  

terça-feira, abril 21, 2015

Remember Today

O dia de hoje merecia um texto megalómano, repleto de felicidade e polvilhado de lágrimas de euforia. 
Merecia um sentimento do tamanho do mundo. Merecia uma dose industrial de gratidão.

Não expresso mas sinto. 

domingo, abril 19, 2015

Dias "Não" - aceitá-los

Escrevo-vos à luz de um dia triste, embrulhado, nublado. À luz de um ânimo desfigurado e de uma alma incompleta. 
Escrevo-vos para que saibam que também eu, que tanto prego sobre optimismo e persistência, também tenho dias " não ". Antes revoltava-me com esta tristeza que vem do nada e absorve tudo. Depois aprendi, com o tempo e a persistência, a encará-la, aceitá-la e fazer o que for preciso para estar melhor. 
Eu também tenho momentos em que o sorriso desvanece e o coração cede aos sentimentos negativos. 
Às vezes fico no meu canto pensando na vida e nas imensas conquistas que fiz. Nas milhentas coisas boas que tenho. Outras vezes saio para me distrair. Procuro refugio na natureza e páro tudo para alinhar as energias. 
É preciso reconhecer os dias maus, as fraquezas, as ameaças, os obstáculos. É preciso aceitá-los como amadurecimento. É preciso entender que fazem parte da vida de todos nós. É preciso saber pedir ajuda quando não conseguimos resolver o problema. É preciso convertê-los em desafios. Reconhecê-los como peças essenciais de um puzzle. 
Saber encarar os sentimentos que nos deixam mais fracos é reconhecer que somos humanos. Saber como ultrapassá-los é atitude. 
Sejamos corajosos. 
Vou ali reencontrar a paz comigo própria e já volto. 

sexta-feira, abril 17, 2015

A mecânica da Vida

De mecânica percebo pouco mas da vida já percebo alguma coisa. E um dos pormenores mais importantes que recordo é aquele afinar de travões para parar. Aquele momento em que temos de saber dizer "basta!". Aquele instante em que ganhamos coragem para parar tudo o que não nos faz bem. 
Saber parar é uma virtude; ter os travões necessários para o fazer é uma benção. 

Às vezes precisamos colocar o carro em ponto morto. Parar mas deixar o motor a trabalhar. Pode (ou não) gastar combustível. Mas na vida, mesmo quando decidimos parar, o motor nunca deixa de fazer o nosso sangue circular e o nosso cérebro sonhar. Mantém-se firme, mantém-se presente e competente na função que lhe atribuímos. 

Depois precisamos alinhar a direcção. Precisamos traçar itinerários, ajustar os sapatos aos pés e sair para a estrada. Ultrapassar sem prejudicar, ceder passagem quando é preciso, inverter a marcha se necessário mas nunca, nunca esquecer que o caminho somos nós que o decidimos. 
Somos nós que o planeamos, que colocamos no papel tudo o que o coração quer viver. Somos nós que damos forma ao que o cérebro planeia. São as nossas pernas que vão mais longe. São os nossos braços que tiram os obstáculos do caminho. São os nossos olhos que falam por nós quando pouco conseguimos dizer e muito nos é exigido. 

Realmente, a mecânica da vida não é fácil. Ninguém nos disse que seria. Não há manual que a ensine, assim como não há máquina milagrosa para alinhar a direcção. Fazê-lo é coisa de gente corajosa, de gente que bate o pé e não desiste de entrar nas rotundas, de mudar pneus pelo caminho e de pedir ajuda quando não souber o sentido a seguir. 

Eu não sei até onde vou chegar mas sei o caminho que quero seguir. O do amor, sempre! 

domingo, abril 12, 2015

Apelo à Tua Felicidade


Em dia de Páscoa (para mim) não resisto. Insisto em dizer-vos que cada um é livre de mudar a sua história. Em qualquer altura, em qualquer momento. 
Rasga a página que te magoa, a linha que te entristece, a entrelinha que te sufoca. 

Somos aquilo que lutamos para ser. Somos aquilo que decidimos fazer. Nada nem ninguém te diz o contrário. Ou podem dizer mas tens de saber ignorar. 

Somos aquilo pelo que decidimos lutar. Somos aquilo que sonhamos e que trabalhamos para concretizar. 
E se temos de viver uma vida que nos deram por empréstimo, então façamo-lo o melhor que conseguirmos. E nós conseguimos mais do que supomos. 

Levanta a mão, levanta o nariz e levanta a moral: segue de cabeça erguida pelos caminhos que queres seguir. Não baixes os braços: quem semeia determinação, persistência e trabalho, colhe felicidade e realização. 

Olha bem para ti, para o que queres. E agora não esperes que a vida te dê o céu; conquista o universo. 

Tu, tu e só tu podes conseguir o infinito.

quarta-feira, abril 08, 2015

O Lado (mais) Negro da Crise

Hoje conheci uma história que me sensibilizou e descreveu perfeitamente os efeitos da crise económica numa família. 

Um homem que trabalhava numa empresa de construção tinha uma esposa e três filhos. Disse-me que, há cerca de dois anos os trabalhadores tinham decidido processar a empresa onde trabalhavam por causa de salários em atraso. Revelava que estava saturado devido a diversos adiamentos. Sabia que não podia desistir e que baixar os braços não era solução. Apeteceu-me abraçar aquele homem que se apresentava desgastado pelos dissabores do tempo. 
Contou-me que, pior do que isso, foi ter um enfarte quando percebeu que era o quinto mês de salário em atraso. Disse-me, sem que eu o questionasse, que só conseguia pensar no que dizer aos filhos quando estes lhe diziam que fazia falta algo para a escola. Que se tornou muito difícil trabalhar com o mesmo gosto que tinha antes. Estamos a falar de alguém que trabalhou cinco meses sem receber um único tostão. Estava há dezanove anos numa empresa e, de um dia para o outro, viu-se mergulhado nesta terrível situação. 
E disse-me que agora os sucessivos adiamentos do julgamento não ajudam a amenizar a frustração e medo do que o futuro trará à sua família. 

Muitas vezes referi que a crise económica agrava, em grande escala, o estado emocional das pessoas. Sabia que, em certos casos, agravava o estado de saúde. Hoje tive a confirmação de um dos piores efeitos. 

O cenário é negro, meus caros. A vida de muitas famílias não está, de todo, estável ou facilitada. Lembro-me que ao longo da conversa fui dizendo que as coisas estão a melhorar, que o importante era viver o momento presente, lutar pela família, aproveitar para estar com eles e tirar o máximo partido disso. E esperar que os tribunais trabalhem e se faça justiça. Que neste momento não vale a pena pensar demasiado nisso, que siga confiante e se abstrais da situação fazendo coisas que lhe dão gosto.

Na verdade, em mim, só sentia revolta e vergonha. Revolta por pessoas inocentes estarem a viver dramas desta intensidade devido a problemas que não causaram. E vergonha, muita vergonha, por viver num país em que o sistema judicial passa a vida a adiar julgamentos. É a vida das pessoas que está em jogo. Muitas vezes dependem dessas decisões judiciais para viver. O que vão, estas pessoas, fazer com a espera? Estamos a falar de vidas, de pessoas, de famílias, de gente! 

Perdoem-me mas hoje o meu optimismo está de folga! 


Por motivos óbvios houve partes da história que ocultei. Partes que dizem respeito à empresa. 

terça-feira, abril 07, 2015

A Magia das Decisões

Gosto de acreditar nos dias que se renovam. Das oportunidades que vêm disfarçadas. Gosto das opções, tantas vezes duvidosas, que a vida nos propõe. 
Sempre tive medo de tomar decisões, mesmo as mais simples, pequenas, aparentemente inconsequentes. Mas foi o dia em que percebi que a vida não é uma via de sentido único, que percebi o quão valioso é tomar decisões. Ponderar, estudar, analisar mas ter a coragem de dar o salto. Ninguém me disse que seria fácil, apesar de, ao ver essa atitude nos outros me parecer tão simples. 
Engane-se quem pensa que é fácil. Sair  país, mudar de localidade, ter coragem de morar longe da casa dos pais, comprar casa, adoptar um animal de estimação, começar ou terminar uma relação, qual a carreira a seguir, que especialização escolher, etc. Toda a nossa vida é um leque de opções que vamos escolhendo diariamente. E algumas dessas escolhas só nos influenciam meses ou anos depois. 

Estes dias questionei várias. Em vários âmbitos e aspectos. Podia ter feito diferente? Podia. Se me sinto bem com o que escolhi? Sinto. No entanto, houve más decisões; os famosos "pontapés na vida", como muita gente lhes chama. 
Talvez a esta hora eu fosse casada, trabalhasse num café e vivesse uma relação de submissão. Talvez hoje eu estivesse a planear casamento e filhos. Talvez trabalhasse numa empresa de consultoria e me fosse exigida toda a minha energia. Talvez não passasse fome mas me faltasse o dinheiro suficiente para viver. Ou então, talvez eu fosse bem sucedida profissionalmente mas não aqui. Talvez morasse perto do mar, num país lindo por esse mundo fora. 
Talvez eu tivesse optado por continuar uma vida de " faz de conta que sou feliz". Talvez não tivesse pedido ajuda numa fase crucial. E esta, meus amigos, foi a melhor opção que eu tomei. Aquela que me permitiu conhever-me melhor, aceitar-me como sou e, na esmagadora maioria das vezes, ter muito orgulho disso. Muito mesmo. Vivo de acordo com o que defendo, expresso o que sinto e penso sem rodeios (às vezes tenho medo da minha impulsividade, cada vez mais controlada).
Amo-me a mim e amo incondicionalmente a minha família e amigos. Foi por eles que decidi optar por tratar de mim. 
Hoje tenho tudo, absolutamente tudo o que me faz feliz. Excepto estabilidade financeira. Digo isto, não porque tenho a vida perfeita mas porque estou em paz, bem comigo, bem com o que faço e alcanço. Estou na luta todos os dias. Sem fins-de-semana ou feriados. Sempre a lutar pelo que considero melhor para mim e para os meus. 

A vida é um livro com muitos capítulos. Cada um contem páginas e linhas em branco prontas a serem redigidas. Não há fórmulas mágicas para saber qual é a melhor opção nem existem borrachas para apagar os erros. Esta, por muito que nos custe, é a magia da vida. É a certeza que o livro tem as mais variadas ilustrações e que, de facto, está a ser escrito de acordo com o que julgamos melhor para nós. 
Magia dá trabalho: é arriscar, ter coragem, ir em frente. Aprender com as quedas e olhar sempre para o sol que renova todos os dias. E a cada novo amanhecer, a cada minuto que passa, saber sorrir e aceitar que não vamos acertar sempre, que vamos magoar-nos, que vão acontecer coisas sem explicação. 

A vida é isto: um conjunto de opções. Eu, por exemplo, perdi o grande amor da minha vida graças a uma decisão da qual, curiosamente, não me arrependo. Tinha de ser assim, não há paninho quente que me valha. Mas a minha vida não pára, nem parará, por causa disso. Como eu disse e acredito: amanhã o Sol voltará a brilhar e nunca saberemos a magia que poderá trazer. 
Decidir, enfrentar, sem medo. Porque a única certeza que tenho na vida é que estamos aqui para sermos felizes. 

segunda-feira, abril 06, 2015

Pessoas que Marcam

Do amor percebo pouco mas sinto muito. E acredito que há coisas que estão destinadas a acontecer. Sem aviso. Sem hora ou sitio certo. 
E sei, acima disso tudo, que são coisas que não foram feitas para durar; existem apenas para marcar. E ponto. Ponto Final. Só. 
Diz-me que há ainda dias em que recordas momentos e eu dir-te-ei que então não foi em vão. 
Enfim, há simplesmente pessoas que não são normais. Quero muito acreditar que sou uma delas. 

quarta-feira, abril 01, 2015

Os "Parabéns" chegam ao Céu?



Há dez anos que deixei de subir a calçada e de te levar um bolo. Deixei de te cantar os parabéns e de estar sentada à lareira contigo. 

Se contarmos pelos dedos, dez anos é muito pouco. 
Mas sabes a distância que vai de um dedo ao outro? É uma distância polvilhada com saudade, com amor, com lembranças constantes da amabilidade que todos os dias me demonstravas. 

De um dedo ao outro vai a distância do amor. De um amor de certezas, absoluto, ímpar. Vai a admiração, cada vez maior, do que fizeste com as amarguras que a vida te deu transformando-as em carinho.

De um dedo ao outro vão 365 dias em que sinto a tua falta. 365 dias vezes 10. Sabes o resultado desta conta? Não é preciso ser um grande matemático para saber que é saudade e amor elevado ao infinito. Porque o dia pode ter sido de mentiras mas tu és a minha avó. E as avós demonstram-nos sempre que o amor é a maior e mais preciosa verdade. 

Parabéns, Avó. 

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