sexta-feira, março 23, 2018

A Vida Num Segundo

"Ensinamos aos outros aquilo que mais precisamos de aprender", já Martinho Lutero dizia. 

Eu passo a vida a dizer aos meus (e a vocês) a importância do momento presente, que somos instantes e que estamos de passagem. 
Passo o tempo todo a dizer que nada é garantido, que tudo o que temos nos é emprestado e que no dia em partirmos, ficam apenas as boas memórias que deixamos nos corações de quem se cruza connosco: se deixamos cicatrizes ou marcas de amor, isso só depende de nós. 

Num gesto quase rotineiro relembro-vos da efemeridade do que vivemos. Relembro-vos da importância de um abraço, de um ombro amigo, de uma palavra de incentivo. 

Mas nunca, como hoje, senti o mundo esvair-se pelas mãos. Nunca, como hoje, tinha sentido o peso da responsabilidade que é magoar fisicamente alguém. Nunca, como hoje, senti essa realidade que vos transmito e na qual acredito. Nunca, como hoje, tinha percebido o que é sentir a vida a fugir entre os dedos

Esta manhã, no itinerário que percorro diariamente perdi o controlo do meu carro. E só por sorte não feri ninguém. Só por sorte não estraguei a sexta feira a pessoas que não tinham culpa nenhuma. Só por sorte não me magoei. 

Só por sorte o veículo que vinha atrás de mim parou a tempo. Só por sorte os veículos da faixa contrária desapareceram. Só por sorte aquele momento se transformou em magia sem qualquer dano físico a lamentar.

Só por sorte continuo com o coração a bater num sossego desassossegado que tanto me caracteriza. 
Só por sorte e porque pedi muito à vida para me dar mais uma oportunidade para viver tudo o que ainda quero. 

Nunca como hoje me senti tão pequenina, tão frágil e tão feita de instantes

Nunca como hoje me senti tão corajosa para lutar pelo que quero. Nunca como hoje me fez tanto sentido agradecer por tudo o que tenho. 

Só por sorte estas palavras vos chegam hoje. Não se prendam a elas. Vistam o casaco, enfrentem a vida e sejam felizes. 

quinta-feira, março 08, 2018

DIM: Grata a quem Lutou por mim



Neste dia que sentimos mais especial do que os outros, somos frequentemente bombardeadas com a insignificância e discriminação desta data. Estive tentada a concordar até descobrir os factos históricos que deram origem à comemoração do Dia Internacional da Mulher.
Nós, mulheres, não nascemos com direitos adquiridos como os homens. Nós, mulheres, tivemos de lutar por eles, pelos direitos básicos.
Felizmente, eu sou uma sortuda, nasci com muitos direitos pois as minhas "antepassadas" lutaram pelas gerações futuras. Não tomo esses direitos por adquiridos, ainda há muitos aspetos que carecem de atualização, ainda ha muito para fazer, muitas lutas para travar. 

Apesar de tudo o que vos digo, mentir-vos-ia se dissesse que não me orgulho muito de ser mulher e de ter este dia assinalado não só no calendário mas no coração de quem me quer bem. 
Muitas mulheres esquecem-se do que são e do que merecem, fruto de muitas questões pessoais e familiares. Este dia é ainda mais importantes para essas pessoas: um dia para receber mais mimos, mais abraços, mais beijos, mais elogios e sentir que merecem tudo isto. Aceitar afetos de coração aberto.

Não somos fracas porque temos alterações de humor; não somos estranhas porque não agimos sempre como os outros pretendem; não somos mau feitio porque nos recusamos a seguir as regras instituídas.
Somos almas fortes, sorrisos poderosos, donas de uma força avassaladora e de uma perspicácia que atemoriza. Somos pássaros que voam livremente, somos seres com coragem de assumir sentimentos, de os demonstrar e de os viver.
Somos donas de um instinto infalível, de uma criatividade notável, de um coração avassalador.
Somos mulheres, carago!

Já viram quantos poemas, quantos sorrisos, quantas alegrias, quantas pessoas se perderiam se a luta pela igualdade de direitos não tivesse existido? Conseguem entender agora por que é que eu dou voz a este dia? É a minha forma de agradecer a quem lutou para que hoje eu possa ser mais mulher! Mais feliz! Mais eu!

Feliz Dia Para Tod@s!

quinta-feira, março 01, 2018

Crónica de uma Gorda no Mundo Fitness



Hoje quase abafei numa daquelas aulas fantásticas e demoníacas em que não paramos um segundo!
É tudo muito bonito na teoria mas quando uma gorda tenta acompanhar uma aula destas é que a porca torce o rabo. Ali é que eu vejo como o mundo é injusto.
Uma pessoa tenta saltar mas o croissant que comemos de manhã pesa no rabo. Tenta correr mas a lasanha que comemos ontem à noite pesa na barriga. A gente tenta equilibrar-se entre um movimento e outro mas já só pensa no cozido às portuguesa que mãe vai fazer no fim de semana.
Parece tudo muito bonito mas ser uma gorda no mundo do fitness é lixado.
Hoje quase não dei uma para a caixa! E querem saber o melhor? Não me importa nada.
Sou teimosa e já percebi que os meus kgs também. Mas garanto-vos que não são mais do que eu.

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