quinta-feira, fevereiro 26, 2015

A maior riqueza do Mundo


Sinto que tenho a vida em suspenso. 
Sinto que me roubaram uma calma e uma alegria que há muito tempo estava em mim de forma constante. Sinto que me arrancaram a sangue frio, com um bisturi afiado, a capacidade de ter paz. 
No entanto, quando penso na quantidade de pessoas que me arrancam suspiros e que me abraçam com palavras, tudo parece entrar nos eixos. Então renasce a fé, renasce a força. 
Renasce um agradecimento vincado por todas as pessoas que teimam colorir o meu mundo e transformá-lo num jardim no qual me sinta bem. 

Sempre que me lembro de toda a atenção, de pessoas que perguntam como estou e, efectivamente, aguardam o meu feedback, sempre que recordo todos os carinhos que me destinam... É assim que eu sei que tenho pessoas que gostam de mim. Pessoas que estão comigo e fazem mesmo questão de estar. Independentemente da forma como respondo, como reajo, como sinto o que digo. Independentemente de ter lágrimas ou o tom de voz alterado. 
Tenho na minha vida as pessoas que querem estar. Que fazem questão de ficar. Que se esforçam por colorir, com os seus tons próprios, o meu arco-íris. Pessoas que sabem o quanto vale um abraço no meio do furacão. Pessoas que sabem ouvir quando as lágrimas falam o grito mais ensurdecedor. 


É quando vejo e sinto cada pessoa que levo no meu coração que sei que tenho a maior riqueza do mundo. Tenho pessoas que não esperam que eu seja uma super-mulher ou uma heroína sem problemas. Não esperam que eu reaja como elas reagem ou da forma que elas querem. 

Existem no meu coração pessoas muito heterogéneas com um interesse comum: a minha felicidade. 
Grata, muito grata estou pelo vosso apoio. Viverei mil anos, e alguns dos nossos destinos se afastarão, mas nunca esquecerei de quem salvou o bater do meu coração. 

Bem hajam! 


terça-feira, fevereiro 24, 2015

O grito mudo

Um passo e meio para a frente, dois para trás. 
Dois em frente, um no sentido inverso. E é assim que a vida se tem portado ultimamente. A gente quer seguir com força mas cada novo golpe não nos deixa confiar. 
A gente não sabe o que fazer, o que dizer. Perguntam-nos como estamos e só nos ocorre dizer: "desespero". 
Perguntamos a nós próprios no que acreditar e teimamos em calar as vozes derrotistas. Não, o caminho não está fácil. Não sei se seria suposto ser tao sinuoso. Não sei se era suposto ter tanto sobressalto. Não sei. 
A única coisa que a gente não pode fazer é deixar de acreditar. E pedir muito, mesmo muito, que s unam as energias positivas e que a ciência actue pronta e eficazmente.
No fundo, a gente desespera pela saudade, pela distância, pelo cansaço. Acima de tudo, a gente sofre pelo sentimento de impotência que nos invade ao vermos sofrer quem tanto amamos.

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Ao meu Papi

O meu pai é a pessoa mais impressionante que eu conheço. 
Sai de uma cirurgia que lhe tirou o sono durante meses e só me diz que queria um bife e depois um cigarrinho. 
Quando for grande quero ser assim. 

Dia D, dia de Amor

A gente não descansa. Coloca a vida suspensa e pára tudo. Não observa, não discute, não resmunga.
A gente cruza os dedos, levanta os braços para o céu e pede com toda a força que tudo corra bem.
A gente olha para o espelho e repete quantas vezes forem necessárias: vai tudo correr bem. Vai. É apenas um dia com 24horas como os outros. É um dia em que há apenas duas possibilidades: correr bem ou correr muito bem. É possível que se vertam lágrimas de incerteza mas a esperança voará mais alto.
É possível que o coração bata descompassado e o peito fique angustiado mas a fé terá a mais forte palavra.
A gente nunca está preparada para ver aqueles que mais amamos em situações menos confortáveis. Por muito que nos preparemos, nunca estamos.
A gente acredita na medicina mas sabe que nada é 100% certo. A gente acredita no amor, na força.
A gente acredita, acima de tudo, que o amor que se sente na sala de espera chegue até ao bloco operatório e dê força e acalme quem lá temos.
A vida não nos ensina a ser fortes, ela obriga-nos. Dizem por aí e eu acredito. Mas também dizem que o amor é a força mais poderosa do mundo. E dessa eu percebo: hoje vou colocar todo o meu amor alinhado com todas as minhas forças.

terça-feira, fevereiro 17, 2015

Planear Para Voar


Às vezes precisamos de espaço para organizar ideias e colocar em prática o que idealizamos, Precisamos afastar-nos, definir a estratégia e o campo de acção. Precisamos escolher os materiais, recolher os dados e respirar fundo. E só então lançarmo-nos na aventura. 


Na hora de abrir as asas, o medo falará de forma mais incisiva. Inevitavelmente falará. Mas é precisamente aí que as nossas asas voarão bem mais alto que o medo e o nosso coração falará uma língua que este não entenderá. 
Voaremos mais alto que as nuvens, mais alto do que as estrelas. E quando estivermos no voo teremos todas as respostas às incertezas que se colocam à nossa frente. Porque fizemos o trabalho de casa, porque nos conhecemos e sabemos, inequivocamente, para onde queremos ir. 

Eu, por exemplo, quero voar até outra galáxia. Bem mais longe do que o lindo azul do céu. Será pedir muito? 



segunda-feira, fevereiro 16, 2015

À Minha Eterna Estrela - A minha Avó


Faz hoje dez anos que partiste. Assumiste uma outra dimensão e, desde então, quero acreditar que descansas em paz.

Sei que continuas do meu lado, no dia-a-dia, amparando-me nas quedas, nas desilusões. Sorrindo com as minhas conquistas, com as minhas lutas. Sei que tu, mais do que qualquer outra pessoa, te orgulhas da pessoa que sou. Porque me criaste, porque sabes como sou e porque consegues (como sempre conseguiste) ver o meu melhor e o pior. 

Passar dez anos sem ouvir a tua voz e sem sentir o teu abraço desperta em mim uma dor tão aguda que não consigo calar. Em tempos foi revolta, hoje é saudade. Saudade de acordar e saber que estavas ali, saudade de quando me oferecias um raminho de flores pela manhã para eu sentir aquele cheirinho o dia todo. Saudades de quando acendias a lareira e me sentavas ao teu lado. Saudades dos pedacinhos de chocolate que me oferecias: nunca mais senti sabor igual. Saudades das batatas que só tu sabias fazer. Saudades de te ouvir reclamar sempre que eu cortava o cabelo. 

Tenho muitas saudades tuas, avó. E, às vezes, não me parece real que tenhas partido. Às vezes fecho os olhos e imagino que ainda estás por aqui. Penso nas tuas mãos a afagar as minhas, penso no teu colo onde tantas vezes me deitei e onde encontrava o maior consolo do mundo. 
E quando partiste, o meu ser ficou irremediavelmente abalado. Sabia com toda a certeza que tinha partido a pessoa que mais me amou e que mais me mimou na vida. 

A minha avó transformou-se num anjo. Sei que é um anjo incansável e amável. Mas será pedir muito que fosses novamente humana? Nem que fosse por um momento? 

Fazes-me tanta falta, avó. Um dia voltaremos a ver-nos. 

sexta-feira, fevereiro 13, 2015

A lição da Maçã e da Minhoca

Certo dia, o dono da quinta dirigiu-se ao seu quintal e encheu um cesto de maçãs. Veio para casa todo contente com a sua colheita: maçãs vermelhinhas e suculentas. Porém, uma delas ficou esquecida no chão do quintal. 
Ali permaneceu a tarde toda. Dela aproximaram-se vários animais: moscas, mosquitos, minhocas. Nenhum desses animais conseguiu penetrar na casca da maçã que se mantinha forte e bonita como no momento que o dono a retirou da árvore. 

No entanto, os dias foram passando, a maçã sentiu-se cada vez mais esquecida, começou a ficar debilitada. Ela ganhou, finalmente consciência que não conseguiria defender-se muito mais tempo. Assim, a minhoca que nunca saiu daquele lugar, percebeu que a capa linda e forte da maçã começava a degradar-se. Voltou a aproximar-se e, de tanto que tentou, conseguiu furar a casca e alojar-se no interior da fruta comendo tudo o que conseguiu. 

Na vida, todos somos maçãs. Todos estamos expostos e sujeitos a que um dia nos abandonem. Mas nós, humanos, não somos dependentes de nada nem de ninguém. Temos as nossas pernas e a nossa força de vontade para nos levarem onde queremos. Se não ficarmos no mesmo sítio à espera que nos venham buscar naquele ponto da estrada em que solitariamente ficamos, podemos voltar a encontrar um caminho. O nosso caminho. Se não perdermos a esperança como a maçã perdeu, se não deixarmos a carência e a podridão tomarem conta de nós, não há animal que nos arranque o que de melhor temos: o nosso ser. 

A carência, a vitimização, o sentimento de inutilidade atraem as minhocas e nem a mais bela capa as impedirá que, com o tempo, consigam manipular-nos, minar-nos e arrancarem tudo o que conseguirem. 
Que sejamos sempre mais fortes do que todas as forças que tentam derrubar-nos e que tenhamos sempre consciência de quem devemos manter no nosso ciclo de relacionamentos. 

Às vezes mais vale ser má com os outros do que ser mazinha connosco próprios. 

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

Grata, muito Grata

Há dias que são cheios. O de hoje transbordou. Em sentimentos, em palavras, em agradecimento. 
Começou com situações caricatas e menos boas da vida. Mas melhorou consideravelmente. 

Há dias em que precisamos abrir o livro da alma e deixar o coração falar. Abertamente, sem problemas ou medo de julgamentos. Abrir a mente e aceitar as ideias que partilham connosco. 
Foi muito bom voltar a encontrar uma pessoa que admiro e em que confio profundamente. Tive receio mas foi a melhor opção que podia ter tomado. 
Expus medos, anseios, dúvidas, alegrias e ambições. E a conclusão é simples: trabalhar com afinco todos os dias. Esperemos que a vida me dê oportunidade de abrir portas que tanto quero. 

Quanto ao resto, aquele resto que para mim é tudo, eu concluo que a vida segue. E que eu não preciso andar ao sabor do que diz a sociedade, do que dizem aqueles que me rodeiam. 
É bom sentirmo-nos em paz connosco próprios. E sentirmos que estamos a ir na direcção do que nos faz feliz. Poder parar sem que os problemas nos assaltem a mente é um estado que desejo a toda a gente. 

Escrevo sobre tudo e sinto que nada neste texto faz sentido. Porque o sentido está no que vivo e não nas palavras. Está nos sentimentos e não só nas entrelinhas. O sentido, aquele sentido que procuro da vida, já cá está: na gratidão que nutro por quem me dá a mão e me ajuda a caminhar entre os obstáculos, por quem me alerta para as emboscadas da vida, por quem me dá sorrisos só porque sim. Sou muito grata por tudo o que tenho na minha vida mas principalmente por quem tenho ao meu lado. Como já disse, o dia hoje transbordou de momentos (alguns tensos mas) felizes. 
Que venham mais dias porque eu sinto que ainda há tanta magia, tanto por viver, tanto por que lutar que a vida se torna pequena. Ainda há tanto para sorrir e tanto para desfrutar que os amanhãs todos não chegam. 
Porque sei que a vida é curta para quem quer ser sempre feliz e fazer os outros ainda mais felizes.

Sou uma privilegiada. Estou bem. Estou em paz. 

Obrigada! 

quarta-feira, fevereiro 11, 2015

Desafios São Para Vencer

Provas de fogo sempre foram duras de encarar. Sempre me presentearam com dúvidas, indecisões. 
Sempre preferi que chegassem sem aviso prévio porque com essas, sei bem lidar. As outras, as que são constantemente adiadas doem. 

Serão horas difíceis mas são passos que precisam ser dados. São passos para resolver e quando assim é, a luta tirna-se mais leve.
Houve alturas em que fui pessoa de enfiar a cabeça na areia. Hoje não sou. Sou mais do género de arregaçar mangas e enfrentar as crises olhos nos olhos. E desde então, sinto-me mais forte e mais capaz.

Vou e vou com a alma nua e o coração aberto. Vou preparada para receber ainda mais trabalho mas se for melhor assim, que seja. Vou preparada para marcar uma data que disparará toda a minha ansiedade. Mas também vou olhá-la de frente com firmeza, com fé, com os olhos semicerrados em sinal de confronto

Vai correr tudo bem. Vai. Não há outra forma de ver as coisas: vai ficar tudo bem! Os desafios são feitos para vencer. 

terça-feira, fevereiro 10, 2015

A reter:

Ponto número um: pensar mais em mim. 

Ponto número dois: não dar tanto de mim aos outros. 

Ponto número três: ser mais firme naquilo que defendo. 

Ponto número quatro: não ceder perante lágrimas ou por medo de estar a proceder mal. 

Ponto número cinco: esclarecer a diferença entre amigos e colegas. E clarificar que nem uns, nem outros têm de saber absolutamente tudo sobre mim. 

Ponto número seis: acima de tudo não deixar que nada estrague a minha paz. 

Ponto número sete: reconhecer que cumprir o ponto número quatro vai ser um osso duro de roer. 

Boa noite! 




segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Coração Que Sabe o Que Quer




Sou uma pessoa com a cabeça no lugar. O coração é que não. O coração deixo-o livre para que ele descubra o que quer. E quanto menos tempo estiver em piloto automático, melhor. Enquanto estiver a voar por aí, sei que anda à procura de mais objectivos, mais sonhos, mais viagens. 
Há pessoas que levam sapatos caros quando saem de casa. Eu levo o meu coração porque ele apercebe-se de tudo muito mais rápido que a minha cabeça. Ele sabe para onde devo ir.
Ele sabe onde estão aqueles que me querem bem, aqueles que me invejam e aqueles que me manipulam. Ele sabe e nunca se enganou. Confio mais no meu coração do que na minha cabeça. Ele nunca se engana, é mais fiel do que o teste do algodão. 



Ele sabe o que me faz vibrar, acordar com vontade de lutar, sorrir e viver. E sei que, um dia, nem que seja por teimosia, ele vai abrandar. Vai dizer-me que posso descansar, que o caminho é por ali e que não há nem pode haver enganos. Estamos alinhados na mesma direcção. Seremos então ainda mais felizes. 


domingo, fevereiro 08, 2015

Memórias da Crazy Dance Party

Se de cada vez que a minha garganta inflamou este Inverno, eu ganhasse mil euros, estaria milionária neste momento. 
Atacou-me em alturas fulcrais, nas que menos precisei do vírus. Umas vezes mais acentuado, outras mais leve. 

Ontem atacou e doeu muito ao ponto de tomar medicação dose de cavalo e de quase faltar a uma das coisas que mais queria fazer hoje. Posso dizer-vos que deprimi ontem à noite só de pensar que hoje todos estariam a divertir-se e eu estaria em casa a imaginar o quanto gostaria de estar presente.

Ataquei com medicação, chá, orações, mel mas nada foi suficiente. Eu queria estar lá. Mas como? Sem forças, com a garganta num estado lastimável? Só tinha uma coisa: força de vontade. E foi o que bastou para eu colocar as desculpas de parte. Amaldiçoar a sorte e "vitimizar-me" não me ajudaria a estar lá. Pensei o que fazer e sabia que não podia deixar de ir. Eu sabia que as minhas forças me apontavam para ali. 

O ditado diz que "quem não tem cão, caça com gato". Então decidi ir. Em vez de bailarina fui como repórter fotográfico. Troquei uma paixão por outra. Ou melhor, juntei as duas, na medida do possível. E o que vi foi de encher o coração e enriquecer a alma. Em primeiro lugar, enchemos a casa. Em segundo elevamos as expectativas e os magníficos instrutores juntamente com os alunos criaram um clima absolutamente único. Foi a primeira vez que parei para ver um estúdio inteiro sincronizado no mesmo ritmo, sentindo o mesmo movimento e concentrado naquilo que faz feliz cada um dos intervenientes. 

Os ritmos foram variados, as coreografias também. Já a atmosfera de festa, de harmonia, de diversão foi constante. Contagiante, até. Tentei uns pezinhos de dança mas não, hoje a saúde não ajudou. 



Ficaram os vídeos e as fotos (muitos mais do que hoje publico). As alegrias de poder estar com algumas das pessoas que me fazem bem, me fazem feliz. E ver-vos a todos tão animados foi a minha grande motivação para continuar ali e continuar firme. Duas horas que passaram a voar. Com pessoas dos 8 aos 80 (ou quase). Com altos, baixos, loiros e morenos. 

Naquele estúdio fomos cinquenta alunos, cinco magníficos instrutores e o meu vírus. E adivinhem só: o único que saiu derrotado foi mesmo este indesejável interveniente que não me impediu de aproveitar a oportunidade que surgiu neste domingo. Porque os restantes, todos nós, saímos fortalecidos e motivados para mais uma semana que se aproxima cheia de desafios, de rigor, profissionalismo e dedicação. 












Lição do dia: procuremos sempre uma forma de fazer e estar onde queremos: se não for com cão, que seja com gato. Quando queremos não há desculpa que seja mais forte que a nossa vontade. 

sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Se eu pudesse enumerar todos os motivos que tenho para ser grata e estar feliz, não chegariam os dedos que tenho nas mãos. Não tenho tudo, é certo. Mas tenho o mais importante: a consciência de que o dia é frio, pode até ser nublado mas há um Sol a brilhar dentro de mim. 
E isso, não há nada nem ninguém que possa roubar. Nem as mentiras, Nem as reviravoltas nem as lindas pessoas falsas. Nem as palavras mansas vestidas de podridão. 

O que sou vale mais do que tudo. Vale mais do que o que tenho ou do que aquilo que quero ainda ter. Vale mais do que aquilo que pensam que eu sou. 

Às vezes penso que já chega. Mas é aí que vem um anjo que sempre me diz: "O caminho não acaba aqui..." E sigo. Tranquila de lágrimas nos olhos porque sei que por muitas nuvens que tragam para o meu mundo, nunca apagarão o meu Sol. 

Gestos exteriores nunca apagarão o brilho do nosso coração. 

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Da queda nasce a Resiliência

A maior queda é aquela que se sofre quando se chega ao topo da montanha. É aquela que sentimos no momento em que nos retiram as asas que gentilmente nos deram. É aquele derradeiro momento em que nos roubam o ar que respiramos e todos os poros da nossa pele se revoltam. 

A maior queda pertence a quem luta. Pertence a quem arrisca uma e outra vez mais. A quem não atira a toalha ao chão. A quem não desiste de procurar uma saída. Aquela saída.
A maior desilusão está nos corações daqueles que dão tudo o que têm. Que não se envergonham de assumir que perderam uma batalha. Está na alma, sempre valiosa, de quem se recusa a deixar de sonhar. 

Das maiores quedas também surgem as grandes decisões. Aquelas que voltam a pôr comboios nos carris e que preparam aviões para altos voos. É da queda que nasce a capacidade de resistir: que se aprende a continuar. 

E a vida é mesmo assim: aprender a praticar o equilíbrio entre quedas, sonhos e conquistas. O que hoje é o fim do mundo, amanhã é apenas um obstáculo. 

Se eu caio? Sim, hoje caí. Dos maiores tombos que vivi. Se me permito ficar no chão? Não, não permito. Em primeiro lugar, porque por muito bom que algo seja, a minha vida é mais valiosa. Em segundo lugar, porque é nas quedas que se revelam grandes pessoas. E eu, estou rodeada pelas melhores. Em terceiro lugar, porque acima de tudo estou aqui para continuar a lutar pelo que quero e por quem quero.

Sim, também caio. Também choro. Também desmotivei e chorei. Durante dois minutos. Não permito mais do que isso. Foram os dois minutos mais dolorosos da minha vida. 

Simplesmente Tudo

É aquele momento em que sabes que nada pode correr mal. Aquele instante derradeiro que ditará todo o sucesso ou fracasso na vida. É aquela altura em que pensas que é o tudo ou nada. E que te angustia o facto de ninguém te dar respostas e ninguém entender que é isso que precisas: de certezas. 
Mas depois o tempo trá-las. E com elas vêm também algumas tristezas, outras vezes, alegrias. Outras, porém, traz aquilo que não sabemos arrumar na gaveta do "bom" ou do "mau". 
Sofremos com as angústias, saltamos com as vitórias. Agradecemos a todos os Santos o que de bom surgiu e maldizemos tudo e todos com as expectativas defraudadas. 

Algum tempo mais tarde nós, já mais conscientes e maduros, entendemos que a vida não é um tudo ou nada. Que os momentos trazem aquilo que nos faz falta e levam o que precisa seguir o seu rumo. Aprendemos a aceitar a inevitabilidade da mudança. E quanto mais depressa aceitarmos, mais rápido saímos da nossa zona de conforto e rumamos a outra meta que, supostamente, nos fará feliz. 

Queremos sempre que seja dessa. Dessa vez. Mas às vezes não é. Não tinha de ser. Não podia ser. E então, depois de portas que se abriram e nos desiludiram, ou de janelas que permaneceram sempre fechadas, abre-se o portão. E é então que dizemos: eu sabia que vinhas. Eu sabia que chegaria até aqui. Foi por isso que nunca deu certo antes.

E então o momento deixa de ser um tudo ou nada. Passa a ser um momento. E a vida passa a ser um tudo. Só isso: tudo o que faz sentido para nós. Tudo que é desejado. Tudo o que nos faz viver cada vez mais. Tudo. Simplesmente tudo. 

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Arco-Íris

Ele: "Ó Sandrinha, estás a ver o arco-íris? Pode ser um sinal, não pode?"
Eu: "Claro que pode ser um sinal! Em primeiro lugar é sinal que mudei as lentes e vejo tudo muito bem. Em segundo lugar é sinal de que chove e faz sol ao mesmo tempo!" Afinal até são dois sinais!!

Mentalizemo-nos de uma coisa: manter pensamento positivo e lutar é uma coisa. 
Sonhar e sem batalhar é outra. E neste caso, não há arco-íris que nos valha.



Afinal ainda há Princesas - À Lili

No final de 2013 assinei dois dos contratos mais acertados da minha vida. Um no dia 20 de Dezembro. Outro no dia 21. Ambos foram a minha salvação em 2014: um abriu-me importantes portas profissionais; o outro apresentou-me pessoas verdadeiramente especiais. 

Uma delas pessoas é a Lili. Uma pessoa tão linda que se me pedissem para caracterizar uma princesa, eu descrevia-a a ela. Gosto da simplicidade, daquele coração enorme e tão atento. Gosto dela como se fosse sangue do meu sangue. 

Hoje estive com ela. Sei que o mundo não parou por causa disso. Mas o meu mundo entrou em pause. Ficou ali suspenso a pensar como é que uma princesa tão perfeita como ela, estava ali a aturar-me. Senti o meu mundo entrar nos eixos. E não posso deixar de registar o carinho que veio com as palavras que me enviou horas depois: 

"Sempre que, à medida que fores crescendo, tiveres vontade de converter as coisas erradas em coisas certas, lembra-te de que a primeira revolução a fazer é dentro de nós próprios, a primeira e a mais importante. Lutar por uma ideia sem se ter uma ideia de si próprio é uma das coisas mais perigosas que se pode fazer.
Quando te sentires perdida, confusa, pensa nas árvores. Lembra-te da forma como crescem. Lembra-te de que uma árvore com muita ramagem e poucas raízes é derrubada à primeira rajada de vento, e que a linfa custa a correr numa árvore com muitas raízes e pouca ramagem. As raízes e os ramos devem crescer de igual modo, deves estar nas coisas e estar sobre as coisas, só assim poderás dar sombra e abrigo, só assim, na estação apropriada, poderás cobrir-te de flores e de frutos.
E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar.
"Vai Aonde Te Leva o Coração" Susanna Tamaro  

Chorei. Chorei muito e sei que esse choro libertador me fazia falta. Sei que não podia escolher ninguém mais indicado para me ouvir e saber o que realmente eu estava a dizer. 

A minha Lili é uma princesa. Daquelas mesmo perfeitas. E sabem o melhor de tudo? Gosta de mim.
Obrigada minha Lili, Muito obrigada por me mostrares o quão rica sou por te conhecer. 

domingo, fevereiro 01, 2015

Rainy Days - O desafio


Os dias chuvosos de Domingo são bons para reflectir. E para reciclar cada assunto de forma detalhada e definitiva. Cada emoção no seu canto: desilusão num saco, pseudo-culpa no outro, tristeza directamente para o lixo comum e incerteza para o contentor mais longínquo.

Dias chuvosos também são bons para arquivar e hierarquizar aqueles assuntos pendentes que merecem a nossa atenção. Sentimentos que merecem ser extravasados para o papel, pelos lábios ou pelos olhos. 

É bom fazer esta reciclagem regularmente. É isso que nos permite continuar em frente de coração determinado e polvilhadinho de sentimentos bons. É isso que nos dá coragem para encarar mais e melhores desafios. Mais e melhores momentos. Mais, muito mais há ainda pelo caminho. 
E para melhor aproveitar a viagem, os ombros precisam estar leves e a bagagem emocional rica: seleccionar quem e o que levamos no peito é tarefa essencial para que a caminhada seja mais digna e valha a pena. 

A propósito, dizem que amanhã começa uma nova semana. Aceitam um conselho?Proponham-se a fazer algo de bom e façam-no efectivamente: adoptem um animal abandonado, abracem um desconhecido, comecem a praticar exercício, façam as pazes convosco próprios, comprem aquele quadro que há tanto tempo vos fascina, falem com o primo que mora longe e de quem não têm notícias, apresentem ao vosso chefe aquela ideia inovadora que há muito têm no fundo da gaveta,... Qualquer objectivo é válido desde que seja para melhorar o vosso dia-a-dia. 

Se não souberem o que pensar, façam como eu: acreditem em coisas boas porque elas chegarão a qualquer momento. E nós só temos de preparar a nossa emoção para as receber. 

Boa semana! 

Saturday Night Fever

Cada um escolhe a melhor forma de relaxar. Umas das minhas favoritas e das mais eficazes é estar com aqueles que mais me amam. 
Bom fim-de-semana! 












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