quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Simplesmente Tudo

É aquele momento em que sabes que nada pode correr mal. Aquele instante derradeiro que ditará todo o sucesso ou fracasso na vida. É aquela altura em que pensas que é o tudo ou nada. E que te angustia o facto de ninguém te dar respostas e ninguém entender que é isso que precisas: de certezas. 
Mas depois o tempo trá-las. E com elas vêm também algumas tristezas, outras vezes, alegrias. Outras, porém, traz aquilo que não sabemos arrumar na gaveta do "bom" ou do "mau". 
Sofremos com as angústias, saltamos com as vitórias. Agradecemos a todos os Santos o que de bom surgiu e maldizemos tudo e todos com as expectativas defraudadas. 

Algum tempo mais tarde nós, já mais conscientes e maduros, entendemos que a vida não é um tudo ou nada. Que os momentos trazem aquilo que nos faz falta e levam o que precisa seguir o seu rumo. Aprendemos a aceitar a inevitabilidade da mudança. E quanto mais depressa aceitarmos, mais rápido saímos da nossa zona de conforto e rumamos a outra meta que, supostamente, nos fará feliz. 

Queremos sempre que seja dessa. Dessa vez. Mas às vezes não é. Não tinha de ser. Não podia ser. E então, depois de portas que se abriram e nos desiludiram, ou de janelas que permaneceram sempre fechadas, abre-se o portão. E é então que dizemos: eu sabia que vinhas. Eu sabia que chegaria até aqui. Foi por isso que nunca deu certo antes.

E então o momento deixa de ser um tudo ou nada. Passa a ser um momento. E a vida passa a ser um tudo. Só isso: tudo o que faz sentido para nós. Tudo que é desejado. Tudo o que nos faz viver cada vez mais. Tudo. Simplesmente tudo. 

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