segunda-feira, fevereiro 16, 2015

À Minha Eterna Estrela - A minha Avó


Faz hoje dez anos que partiste. Assumiste uma outra dimensão e, desde então, quero acreditar que descansas em paz.

Sei que continuas do meu lado, no dia-a-dia, amparando-me nas quedas, nas desilusões. Sorrindo com as minhas conquistas, com as minhas lutas. Sei que tu, mais do que qualquer outra pessoa, te orgulhas da pessoa que sou. Porque me criaste, porque sabes como sou e porque consegues (como sempre conseguiste) ver o meu melhor e o pior. 

Passar dez anos sem ouvir a tua voz e sem sentir o teu abraço desperta em mim uma dor tão aguda que não consigo calar. Em tempos foi revolta, hoje é saudade. Saudade de acordar e saber que estavas ali, saudade de quando me oferecias um raminho de flores pela manhã para eu sentir aquele cheirinho o dia todo. Saudades de quando acendias a lareira e me sentavas ao teu lado. Saudades dos pedacinhos de chocolate que me oferecias: nunca mais senti sabor igual. Saudades das batatas que só tu sabias fazer. Saudades de te ouvir reclamar sempre que eu cortava o cabelo. 

Tenho muitas saudades tuas, avó. E, às vezes, não me parece real que tenhas partido. Às vezes fecho os olhos e imagino que ainda estás por aqui. Penso nas tuas mãos a afagar as minhas, penso no teu colo onde tantas vezes me deitei e onde encontrava o maior consolo do mundo. 
E quando partiste, o meu ser ficou irremediavelmente abalado. Sabia com toda a certeza que tinha partido a pessoa que mais me amou e que mais me mimou na vida. 

A minha avó transformou-se num anjo. Sei que é um anjo incansável e amável. Mas será pedir muito que fosses novamente humana? Nem que fosse por um momento? 

Fazes-me tanta falta, avó. Um dia voltaremos a ver-nos. 

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