Se de cada vez que a minha garganta inflamou este Inverno, eu ganhasse mil euros, estaria milionária neste momento.
Atacou-me em alturas fulcrais, nas que menos precisei do vírus. Umas vezes mais acentuado, outras mais leve.
Ontem atacou e doeu muito ao ponto de tomar medicação dose de cavalo e de quase faltar a uma das coisas que mais queria fazer hoje. Posso dizer-vos que deprimi ontem à noite só de pensar que hoje todos estariam a divertir-se e eu estaria em casa a imaginar o quanto gostaria de estar presente.
Ataquei com medicação, chá, orações, mel mas nada foi suficiente. Eu queria estar lá. Mas como? Sem forças, com a garganta num estado lastimável? Só tinha uma coisa: força de vontade. E foi o que bastou para eu colocar as desculpas de parte. Amaldiçoar a sorte e "vitimizar-me" não me ajudaria a estar lá. Pensei o que fazer e sabia que não podia deixar de ir. Eu sabia que as minhas forças me apontavam para ali.
O ditado diz que "quem não tem cão, caça com gato". Então decidi ir. Em vez de bailarina fui como repórter fotográfico. Troquei uma paixão por outra. Ou melhor, juntei as duas, na medida do possível. E o que vi foi de encher o coração e enriquecer a alma. Em primeiro lugar, enchemos a casa. Em segundo elevamos as expectativas e os magníficos instrutores juntamente com os alunos criaram um clima absolutamente único. Foi a primeira vez que parei para ver um estúdio inteiro sincronizado no mesmo ritmo, sentindo o mesmo movimento e concentrado naquilo que faz feliz cada um dos intervenientes.
Os ritmos foram variados, as coreografias também. Já a atmosfera de festa, de harmonia, de diversão foi constante. Contagiante, até. Tentei uns pezinhos de dança mas não, hoje a saúde não ajudou.
Ficaram os vídeos e as fotos (muitos mais do que hoje publico). As alegrias de poder estar com algumas das pessoas que me fazem bem, me fazem feliz. E ver-vos a todos tão animados foi a minha grande motivação para continuar ali e continuar firme. Duas horas que passaram a voar. Com pessoas dos 8 aos 80 (ou quase). Com altos, baixos, loiros e morenos.
Naquele estúdio fomos cinquenta alunos, cinco magníficos instrutores e o meu vírus. E adivinhem só: o único que saiu derrotado foi mesmo este indesejável interveniente que não me impediu de aproveitar a oportunidade que surgiu neste domingo. Porque os restantes, todos nós, saímos fortalecidos e motivados para mais uma semana que se aproxima cheia de desafios, de rigor, profissionalismo e dedicação.
Lição do dia: procuremos sempre uma forma de fazer e estar onde queremos: se não for com cão, que seja com gato. Quando queremos não há desculpa que seja mais forte que a nossa vontade.












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