A noite estava fria. Muito fria. Eu tinha os sonos completamente desorientados.
Lembro-me da roupa que vestia. Lembro-me de estarmos frente a frente a falar. Lembro-me do jeito desorganizado mas engraçado como arregaçadas e mexias nas mangas da camisola escura. Lembro-me de estar a beber coca-cola de uma marca tão rasca que conseguia ver de um lado para o outro do copo.
Das pessoas ao nosso lado? Não, não me recordo. Se havia música? Não faço ideia! Se o ambiente que nos envolvia estava pesado, não sei.
Só me lembro de nós. Dos nossos sorrisos tímidos e tão bonitos. Da nossa conversa agradável sobre assuntos tão delicados. Sobre assuntos que podiam ser verdadeiros obstáculos. E foram: os teus e os meus. Separaram-nos.
Mas naquele dia, eu não queria saber nada disso. Só sabia que se tu eras o abismo, então eu queria saltar. Se tu Fossés o paraíso, era para lá que eu queria voar.
Lembro-me de estar na rua e ter frio. Lembro-me de falar e ceder a impulsos. Lembro-me, como se fosse hoje da primeira vez que os nossos labios tocaram.
Já me arrependi mil vezes por esse dia ter existido.
Hoje lembro esse dia com carinho. O dia em que deixei o amor entrar. O dia em passaste a ser uma das pessoas mais importantes na história da minha vida.
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