domingo, fevereiro 04, 2018

Hoje e sempre: dia de luta contra o Cancro

Pareço boa pessoa mas também ha coisas que odeio. Muito. Uma delas é esse flagelo chamado Cancro. 
O cancro nunca é apenas de quem o tem: é também de quem rodeia um doente oncológico. São vidas transformadas, outras destruídas. São pessoas que nunca mais serão as mesmas, mesmo que sobrevivam. 
Foi com um sentimento de revolta e impotência que vi o cancro roubar-me amigos, familiares, colegas. Vi-o nos olhos de professores, que também já partiram. Vi-o estampado no rosto de desconhecidos com quem me cruzo sempre que vou ao hospital. 
Vi-o nos olhos de quem mais amo e vi a maior adaptação de que um ser humano é capaz. 
Vi o cancro, várias vezes, com os meus olhos. E a fase terminal é deveras sufocante. Ver quem amamos perder a hipótese de se agarrar à vida e nada podermos fazer é tão desgastante, chega a roçar o desumano...
Saber que não podemos proteger-nos, fugir dele, pedir-lhe que pare de destruir vidas, torna a revolta maior. 

Cancro, hoje quero olhar-te nos olhos e dizer-te que te odeio e que tudo o que eu mais desejo é que um dia te seja diagnosticado um tipo raro de cancro e morras.

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