Pareço boa pessoa mas também ha coisas que odeio. Muito. Uma delas é esse flagelo chamado Cancro.
O cancro nunca é apenas de quem o tem: é também de quem rodeia um doente oncológico. São vidas transformadas, outras destruídas. São pessoas que nunca mais serão as mesmas, mesmo que sobrevivam.
Foi com um sentimento de revolta e impotência que vi o cancro roubar-me amigos, familiares, colegas. Vi-o nos olhos de professores, que também já partiram. Vi-o estampado no rosto de desconhecidos com quem me cruzo sempre que vou ao hospital.
Vi-o nos olhos de quem mais amo e vi a maior adaptação de que um ser humano é capaz.
Vi o cancro, várias vezes, com os meus olhos. E a fase terminal é deveras sufocante. Ver quem amamos perder a hipótese de se agarrar à vida e nada podermos fazer é tão desgastante, chega a roçar o desumano...
Saber que não podemos proteger-nos, fugir dele, pedir-lhe que pare de destruir vidas, torna a revolta maior.

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