Parecemos donos do tempo mas não somos. Parecemos donos da nossa própria vida mas nem isso. Parecemos donos e senhores de nós próprios mas não é verdade. E chega o dia em que a vida, essa professora nata, nos demonstra que nada temos. Emprestam-nos uma casa, uma família, amigos, colegas, trabalhos. Emprestam-nos, leram bem. Porque chega o dia em que começamos a perder uma ou outra peça. Umas perdas mais dolorosas do que outras.
Um dia a vida encara-nos de frente e começa a mostrar-nos que já nos deu muito. E que agora somos nós que temos de mostrar o quanto merecemos as coisas que ela, gentilmente, nos deu.
E então exige de nós uma determinação e uma fé inabaláveis. Coisas que aprendemos a ser; coisas não vêm connosco no manual de competências que nos deram à nascença. Uns resignam-se, outros lamentam-se. Há os que se revoltam, os que sofrem e se vitimizam, mesmo tendo quem lhes aponte o caminho para se tornarem pessoas mais felizes e mais capazes.
Mas a verdade, aquela derradeira verdade, é que a vida não nos dá nada. Ela emprestou-nos tudo. E ensina-nos que não devemos tomar nada por garantido: os pais podem partir, a cara-metade pode deixar-nos, os amigos cansam-se de nós. Os trabalhos e empregos acabam. E o que sobra? Sobramos nós. Sempre nós! E sobra o essencial para conquistar tudo novamente. Sobra o essencial para ganharmos novos horizontes, novas aventuras, novas realidades. Sobra a humildade para tentar recuperar o que a vida nos quer levar. Sobra atitude para lutar pelo que não se quer, a todo o custo, perder.
Um dia a vida ensinou-me que nada acontece por acaso. Ensinou-me que o mundo é um lugar para todos. Ensinou-me que não temos prazo de validade mas temos tempo determinado. E não há momento certo para cada coisa. Há o agora. E o agora é tudo o que precisamos para agarrar o que nos faz feliz.
Aproveitar cada momento para fazer o que mais gostamos ou estar com aqueles que amamos é a maior de todas as dádivas. Depende unicamente de nós seguir este caminho ou continuar a lamentarmo-nos e não procurarmos resolver o que nos impede de viver de acordo com o que queremos.
Há alguns anos aprendi a ser feliz. E posso dizer-vos que fui mais feliz nos últimos cinco anos do que em toda a minha vida. Curiosamente, fui mais feliz nos anos mais difíceis, nos que mais perdas sofri. Porque foi aí que aprendi que a vida é fugaz e que não importa o que nos acontece; importa o que fazemos com esses acontecimentos.

"...lutar pelo que não se quer a todo custo preder..." a nossa crença e dignidade. A nossa força interior para lutarmos para atingirmos a nossa felicidade rodearmo-nos de pessoas que só nos fazem bem e nós querem bem❤
ResponderEliminarExactamente! :)
EliminarEu permito comentários anónimos mas, por favor, identifiquem-se. :)