terça-feira, dezembro 01, 2015

A "magia" do 2015

E assim chega Dezembro. O último mês do ano. Aquele mês que, como todos os meses de balanço, vem polvilhado de sentimento.
O mês do Natal e da corrida desenfreada. Do consumismo exacerbado. Mês de magia. De análise dos meses transactos e de planeamento de um novo ano que está prestes a estrear e no qual poderemos fazer o que quisermos.
Este ano Dezembro não será doce. Não sei o que me trará o dia de amanhã mas sei que a análise retrospectiva não é a mais feliz. Metade do ano foi passada a engolir uma mentira que me tira o sono, me consome e me revolta. E isto por si só já é um peso que não se deseja a ninguém.
Um quarto do ano foi passado em aflições e idas ao hospital. Outros tantos meses passados a segurar o mundo dos outros. Esses outros que não me seguraram quando o meu caiu.
Ai 2015 como eu "botei" tanta fé em ti e como tu me desiludiste tanto. E sim, não acredito que um mês mude a crueldade e a desilusão que me foste presenteando.
Sempre vos disse, meus amigos, para viverem de acordo com aquilo em que acreditam e para não cederem ao que a opinião alheia diz a respeito da Vossa vida. Sempre alertei, sempre defendi que quando passamos a viver em função dos outros deixamos de viver e passamos a existir. E foi isto, meus amigos, foi isto que me aconteceu. Deixei que me manipulassem, mentissem e me tirassem a única oportunidade decente que tive na vida.
E a gestão de tudo isto é difícil, é cruel. Exige um trabalho interior muito grande e constante. Um trabalho minucioso. Há tanto caminho que ainda tenho de percorrer para conseguir perdoar mas tenho de o fazer. Não por eles mas por mim. Porque preciso de paz que não estou a ter. Porque preciso de viver de acordo com aquilo em que acredito. Porque preciso voltar a sentir-me gente; uma pessoa que merece respeito em vez de constantes puxões de tapete.
É isto que eu te peço Dezembro. Mais paz e saúde. O resto a gente vai acertando contas ao longo do ano. Porque em 2016 vou voltar a ser livre e a viver de acordo com aquilo que defendo.
Está quase, quase, quase. E se pudesse dar um conselho a mim própria seria: "Respira fundo, Sandra. Respira fundo e mantém-te calma. Já falta muito pouquinho. Não partas a cara a ninguém. Não ofendas ninguém embora saibas que há pessoas que o merecem. Não dês motivos para que justifiquem a atitude deles. Mantém-te calma, não deixes o copo transbordar. Não deixes que os puxões de tapete te derrubem. AGUENTA-TE!"
Engulo mais um litro de lágrimas e tento desfazer o nó na garganta porque sei que a vida dá muitas voltas. E que não há maior sensação do que acabar o que se começa com dignidade. E porque nunca precisei de mentir a ninguém para me safar em nada. E esta minha consciência tranquila não há nada que pague. Pudesse a minha consciência acalmar a revolta e era eu uma mulher feliz.

Dezembro se não quiseres surpreender-me tudo bem, não me chateio. Mas por favor, não me desiludas mais! 

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