sexta-feira, maio 10, 2019

Queremos mesmo continuar a viver assim?


Achamos que somos eternos.
Tivemos a sorte de receber uma vida e nem por isso a abraçamos conforme deveríamos. Não vivemos conforme queremos, não fazemos o que está ao nosso alcance para destruir barreiras e criar laços com tudo o que amamos. Respiramos e, só por isso, achamos que somos eternos.

Somos egoístas e passamos o nosso tempo mais concentrados em lixarmos a vida de outros em vez de gastarmos o nosso tempo em abraços, em carinho e amor aos nossos.
Fodemos a vida uns aos outros. E, muitas vezes, sentimo-nos felizes por isso, como se a vida fosse uma batalha da qual só um pudesse ser vencedor.

Passamos mais tempo a valorizar dúvidas e injustiças do que a dizer aos nossos filhos o quanto os amamos. O quão gratos somos por eles estarem bem, felizes.
Perdemos o nosso tempo entre papéis quando, na verdade, podíamos passear de mãos dadas ou reunir os amigos na esplanada e brindar a mais um dia. Podíamos a parar e celebrar a amizade, o amor e estar com as nossas pessoas.

É tão só isso que levamos e é apenas isso que deixamos quando o coração cede a um ataque cardíaco, quando o carro se despista na curva mais improvável, quando estamos em cima da ponte que acaba por ruir ou quando uma bomba explode mesmo ao nosso lado. Num piscar de olhos desaparecemos sem direito a uma última chamada para casa, a um último abraço, a um último olhar, a uma última mensagem, a uma última conversa ou àquele pedido de desculpa preso na garganta... Somos instantes...

Só o amor que damos, o carinho que espalhamos, os sorrisos que distribuímos e a entreajuda que fomos semeando são tudo o que fica. São tudo o que somos e que deixamos na memória afetiva de quem tem de cá continuar sem nós.

Queremos mesmo continuar a viver como se fôssemos eternos e a desperdiçar a nossa vida assim?
💖

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