Não sei se há pessoas que nascem para serem médicas mas sei que a Dra Sara Ramalho não podia ter escolhido uma profissão mais acertada.
Este brilhante ser humano foi a médica que operou, tratou e acompanhou o meu pai durante a maior batalha da vida dele: o cancro.
Há dois anos, a Dra Sara já nos tinha conquistado. Estava eu sentada na sala de Cuidados Intermédios, de olhos fixos no telemóvel a pedir a todos os anjinhos para não chorar ali, à frente do meu pai, quando a vi. Levantei a cabeça e paralisei: num Sábado, ela estava naquela sala para visitar o meu pai. Sempre com a mesma serenidade, com o sorriso mais especial do mundo e com uma confiança inabalável. Curiosamente ainda minutos antes as palavras dela ecoavam em loop na minha cabeça: "o tumor é tratável, está localizado, acredito que o seu pai vai ficar bem. A cirurgia correu bem, isto é normal, ... " Ela foi a minha força, a minha esperança. Sempre, em todas as etapas. Mesmo quando as minhas amigdalites atrapalhavam e os meus medos falavam muito alto.
Há dois anos, a Dra Sara já nos tinha conquistado. Estava eu sentada na sala de Cuidados Intermédios, de olhos fixos no telemóvel a pedir a todos os anjinhos para não chorar ali, à frente do meu pai, quando a vi. Levantei a cabeça e paralisei: num Sábado, ela estava naquela sala para visitar o meu pai. Sempre com a mesma serenidade, com o sorriso mais especial do mundo e com uma confiança inabalável. Curiosamente ainda minutos antes as palavras dela ecoavam em loop na minha cabeça: "o tumor é tratável, está localizado, acredito que o seu pai vai ficar bem. A cirurgia correu bem, isto é normal, ... " Ela foi a minha força, a minha esperança. Sempre, em todas as etapas. Mesmo quando as minhas amigdalites atrapalhavam e os meus medos falavam muito alto.
Ela não sabe mas eu confesso que foi nela que me inspirei para ajudar o meu pai. Ela também não sabe que eu consegui explicar ao meu pai, sem verter uma única lágrima, que ele ia ser operado a um tumor na laringe. No entanto, passei uma semana a evitá-lo, a ganhar coragem para dizer-lhe calmamente que ela ia para longe mas confesso que esta missão falhou redondamente: chorei quando soube da notícia e chorei quando contei ao meu pai.
Ainda hoje as lágrimas rolam pela minha face quando me lembro que ela foi salvar e iluminar outras vidas, um pouco mais longe. E apesar de desejar que ela se sinta feliz e realizada onde está, há um pedacinho do meu coração que anseia que ela sinta tantas, tantas saudades do Norte e volte. Nem que fosse para que eu pudesse vê-la, dar-lhe um abraço e desejar-lhe, olhos nos olhos, toda a felicidade do mundo. E acreditem, desejar-lhe isto ainda é pouco, muito pouco. Ela merece todo o amor, saúde e felicidade que um ser humano é capaz de receber. Merece tudo, tudo, tudo de bom pelo excelente ser humano que é.
"Há pessoas que ficam na história da história da gente", já dizia a Mariza. E a Dra Sara ficará para sempre na nossa como a pessoa mais maravilhosa que tivemos oportunidade de conhecer.
(Pronto, passem-me os lenços que já cá vai um rio).

Sim... há pessoas que nos marcam para toda a vida... principalmente quando o lado humano se sobrepõe só profissional numa dura batalha em que o tempo teima em não passar e onde o final é uma incógnita...
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