Tenho uma amiga que costuma dizer-me: "Se é para dar errado que dê desde o início e da pior forma!" E às vezes é mesmo isso que acontece. Vai começando mal, depois até alivia um bocadinho mas, mais cedo ou mais tarde, não há peneira que dê para tapar o Sol nem pancadinhas nas costas que nos permitam manter os olhos fechados.
São tantas as portas por aí escancaradas e outras tantas fechadas a sete chaves que chegamos a ter medo de tomar decisões.
Tantos "gatos vestidos de lebres" e tantos coelhos "bem falantes" que é praticamente impossível "distinguir o trigo do joio". E não há que ter vergonha nenhuma em admitirmos que "nem tudo o que reluzia era ouro".
Às vezes é mesmo bom que tudo corra da pior forma. Que sintamos o mundo ruir e que sejamos levados ao limite. Não é fácil e ninguém disse que seria. No entanto, é quando avaliamos os estragos deixados pela tempestade que nos damos conta da força que temos e daquilo que somos capazes de suportar.
É preciso ter orgulho quando se sobrevive a tudo o que deu errado, muito errado. E é preciso ter mais orgulho ainda quando transformamos a destruição em forças para assumir mais uma, duas, três, vinte ou cinquenta lutas! Passamos a não ter medo do que vem pela frente. Temos consciência que não somos invencíveis mas que somos muito mais resilientes do que pensávamos.
É preciso ter orgulho, um orgulho desmedido de continuar a sorrir e a evoluir enquanto pessoa e enquanto profissional. É preciso ter orgulho, muito orgulho nas mãos que não se cansam de escrever, nas pernas que não tremem ao andar e da voz mais firme e assertiva.
É preciso ter orgulho de nós, dos nossos e das maravilhosas conquistas que fomos guardando no bolso. São nossas, tão nossas.
E por muitos anos que se viva e por muito felizes que sejamos, há portas que não podemos eliminar das nossas vidas: aquelas que nos permitem sentir orgulho daquilo que somos e daquilo que deixamos de bom em quem nos rodeia.
Sem comentários:
Enviar um comentário